segunda-feira, 18 de março de 2019

BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO!


Não é apenas e simplesmente experimental, mas bíblico também!

Lamento que certos críticos afirmam que o batismo no Espírito Santo é um ensino baseado na experiência que foi levada à Bíblia para ser comprovada.
Faço a seguinte pergunta a estes críticos: Quando Lucas escreveu o Livro de Atos, ele estava escrevendo sobre algo que os quase 120 (At 2.1-4), os samaritanos (At 8.14-17), Cornélio e os demais (At 10.44-47) e os efésios (At 19.1-6) experimentaram. Então, será que Lucas pode ser acusado por ter trazido as experiências destes irmãos para a Bíblia?
Minha resposta é: Claro que não! Lucas demonstra que o que estes irmãos receberam foi o “batismo com o Espírito Santo” (Lc 3.16; At 1.5; 10.16) o “revestimento de poder do alto” (Lc 24.24), a “promessa do Pai” (At 1.5), o “poder ou virtude” (At 1.8), o “derramamento do Espírito” (At 2.17-18; Jl 2.28-29), a “promessa do Espírito Santo” (At 2.33), o “dom do Espírito” (At 2.38), e “a promessa” (At 2.39). Esta expressão lucanas falam da riquezas e amplitude desta preciosa doutrina. O batismo com o Espírito Santo é uma verdade escriturística que foi (e é!) verificável pela experiência dos servos e servas de Deus.
A doutrina do batismo com o Espírito Santo é resultado de uma exegese científica das Escrituras Sagradas (Método Indutivo) comprovado pela estudo e observação sistemática dos fatos escriturísticos – textos bíblicos (Método Dedutivo). Nós devemos interpretar uma palavra ou expressão à luz do versículo encontrado (exegese – Método Indutivo). Então, o versículo deve ser entendido no contexto literário mais amplo, como o parágrafo, o capítulo, o livro, o propósito do autor sagrado, o Testamento e, finalmente, dentro de toda a Escritura.
Nós pentecostais também utilizamos especialmente o Método Dedutivo Descritivo – reunião dos dados bíblicos (teologia bíblica), visto que entendemos que quando Lucas escreveu o Livro de Atos o fez não apenas como mero historiador, mas como um teólogo também. Noutras palavras, a descrição histórica de Lucas tem valor doutrinário e implica normatividade e não mera repetibilidade, pois descreve uma história que deve ser a história de todo o povo de Deus em todas as épocas. Nos dois volumes de Lucas, Lucas-Atos, temos uma perspectiva do autor que ele quis que o povo de Deus entendesse e, consequentemente se tornasse realidade nas suas vidas e ministérios.
Agora, o Movimento Pentecostal nos chamou a atenção para o que podemos chamar de Nível de Verificação, ou seja, o Nível de Experiência Contemporânea. Desde o final do século XIX e início do século XX (não ignoramos outras épocas da História) milhões de pessoas têm experimentado o batismo com o Espírito Santo evidenciado pelo falar em línguas.
Nós acreditamos que as verdades bíblicas devem ser promulgadas e experimentadas. Ou seja, nós acreditamos que embora a experiência não estabeleça a teologia (ou doutrina), ela verifica ou demonstra a verdade doutrinária.
Assim, no Dia de Pentecostes, o apóstolo Pedro, guiado pelo Espírito Santo, descreveu a experiência do batismo com o Espírito Santo como um cumprimento da doutrina do derramamento do Espírito Santo (At 2.17-18; Jl 2.28-29). Veja, a experiência não estabeleceu a doutrina, mas a verificou ou demonstrou.
Nós pentecostais não saímos por aí procurando experiências aleatoriamente e alheias às Escrituras, mas cremos que as verdades bíblicas são demonstráveis, principalmente se forem promessas para os filhos e filhas de Deus, conforme é o batismo com o Espírito Santo (At 1.4; 2.33, 39).
Agora, você pode não querer crer, ignorar, não gostar e etc., do batismo com o Espírito Santo, mas dizer que não é bíblico e doutrinário é no mínimo ignorar as evidências textuais da Bíblia e no máximo, principalmente quando você diz que é heresia, ser um idiota!

IVAN TEIXEIRA

quarta-feira, 13 de março de 2019

Pentecostalicidade Eclesiástica


O Movimento Pentecostal e as Assembleias de Deus
Pentecostalicidade Eclesiástica


O Movimento Pentecostal e as Assembleias de Deus têm mais de cem anos. É ainda um movimento jovem na Cristandade comparado a outras Tradições do Cristianismo. Apesar de sua jovialidade o Movimento Pentecostal e as Assembleias de Deus já possuem uma corpo articulado de crenças e uma hermenêutica particular. Seus pilares e distintivos devem ser encontrados no querigma (pregação) do Movimento. Apesar de estar ciente da perspectiva Quadrilátera e da Trilogia (mormente nas Assembleias de Deus do Brasil) tenho enfatizado os Cinco Pontos do Pentecostalismo como necessários para alçar sua identidade completa como visto no Movimento. Nós podemos chamar isso de Evangelho Pleno (Full Gospel) ou ainda, numa articulação teológica, de Pentecostalismo Integral.
Com isso em mente chamo a atenção dos nobres irmãos para o pensamento de que normalmente não pensamos em crianças de cem anos vivendo no auge de suas faculdades intelectuais e físicas. Passado um certo ponto, o aumento da idade diminui as capacidades das pessoas, não as fortalece. As pessoas mais velhas dependem cada vez mais de desenvolvimentos na ciência médica para se manterem saudáveis, vigorosas e ativas.
Com essa analogia em mente, a pergunta surge: Será que o Movimento Pentecostal e as Assembleias de Deus têm diminuído suas capacidades e seu fervor como aconteceu com outros Movimentos depois dos cem anos de existência?
Será que nossa Irmandade tem perdido a eficácia, eficiência e o fervor na vida e no ministério? Será que temos dependido mais das técnicas do mercado religioso do que do poder do Espírito Santo? Será que nossos melhores dias estão nos tempos passados e agora vivemos como Museus Religiosos marcado por um denominacionalismo doentio e cancerígeno?
A resposta pode ser tanto negativa quanto positiva por um lado. No primeiro caso, eu tenho visto muitas de nossas Assembleias de Deus perderem o fogo e o fervor, a consistência da doutrina pentecostal, o labor missionário que marcou profunda e particularmente minha vida quando jovem nos anos 90 – e, é claro, os primórdios do Movimento. Tenho notado em muitos Estados do Brasil que muitas Assembleias de Deus já se despentecostalizaram ou perderam o que podemos chamar de pentecostalicidade como marca de sua eclesiologia. A pentecostalicidade eclesiástica como marca da igreja tem a ver com sua dependência do Espírito Santo (eclesiologia pneumática), com sua pregação e ensino capacitados pelo Espírito (querigma pneumático) e com sua dependência do poder e revestimento do Espírito Santo para a evangelização e missão (missiologia pneumática).
Por outro lado, eu continuo louvando a Deus, pois Ele tem levantado jovens obreiros, estudiosos, pregadores e teólogos comprometidos com os distintivos históricos, interpretativo, querigmáticos e doutrinários do Movimento Pentecostal dentro das Assembleias de Deus. Estes amados irmãos e irmãs têm estudado, debruçado e se esmerado nos grandes temas e lutado para resgatar a pentecostalicidade de nossas Assembleias de Deus. É claro que nós devemos sempre ter cuidado com o denominacionalismo (ou o clericalismo, credalismo e qualquer “ismo” por aí!) que pode engessar e nos dá uma viseira teológica. O Movimento Pentecostal e seus desdobramentos não foram e não devem ser limitados, circunscritos a uma denominação e a obra do Espírito Santo não é propriedade de ninguém, visto que o Espírito sopra a onde quer!
Nós sabemos que o denominacionalismo, que definimos como um sistema engessado, rígido, gélido e paupérrimo que a máquina denominacional e clerical podem produzir, é mortífero para qualquer movimento de avivamento (e normalmente são contra aos movimentos avivalistas e restauracionista), visto que ele não aceita nada que não esteja postulado em suas construções teológicas credais. Eles limitam, por assim dizer, a obra do Espírito Santo. O Espírito Santo sopra onde seus particulares determinam. Eles extinguem o Espírito. Apagam o Espírito. Entristecem o Espírito Santo e em certos rincões beira à blasfêmia contra o Espírito Santo.

TODAVIA, Eu acredito, como crente, pregador, pastor e membro das Assembleias de Deus que nós pentecostais não devemos perder de vista dois fatores importantes para o Movimento Pentecostal e para as Assembleias de Deus. Observando eles manteremos a robustez, o vigor, a grandeza e o foco do Movimento Pentecostal e também salvaguardaremos a pentecostalicidade de nossa eclesiologia assembleiana.

O PRIMEIRO FATOR É DIVINO. Os fundadores do pentecostalismo apoiaram-se fortemente em Hebreus 13.8 na articulação de sua hermenêutica e querigma bíblicos: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre.” Visto que Jesus Cristo não mudou ao longo dos séculos, eles creram que devemos esperar que Ele opere hoje da mesma maneira que Ele operou na igreja apostólica.
Consequentemente, alguém ouve os fundadores do pentecostalismo falando insistentemente de “fé apostólica”, “métodos apostólicos”, - e podemos acrescentar – “igreja apostólica”, “ministério apostólico”, “missão apostólica” (realmente o Movimento Pentecostal resgatou a marca niceno-constantinopolitano da “apostalicidade” da igreja, e acrescentou outra importante marca, a “pentecostalicidade”, “assumindo a ação do Espírito Santo de maneira ativa na Igreja para glorificar a Jesus”). Nós devemos crer no que os apóstolos acreditavam e fazer o que os apóstolos faziam (os apóstolos morreram, mas não sua doutrina!). Para os fundadores do pentecostalismo, os Evangelhos e o Livro de Atos não eram uma mera biografia de Jesus Cristo ou uma mera história da igreja do primeiro século, mas um livro de instruções para a Igreja em cada século.
Ao lerem as páginas do Novo Testamento, nossos antepassados pentecostais discerniram o “Evangelho Quádruplo” ou “Evangelho Quíntuplo” – o Evangelho Pleno. Essa é a doutrina fundamental das Assembleias de Deus até os dias atuais (apesar de que fala-se da Triologia, no entanto deve-se entender que os outros pontos estão implícitos). Jesus Cristo é Salvador, Curador, Santificador, Batizador no Espírito Santo e Rei que Vem em Breve. Na ocasião, alguém ouvirá críticos do pentecostalismo argumentarem que estamos muito focados na pessoa e obra do Espírito Santo, não o suficiente na pessoa e obra do Filho de Deus. Esses críticos, no entanto, perdem a marca, o distintivo de nossa teologia, os pilares de nosso querigma e ainda a pentecostalicidade de nossa eclesiologia e não os entendem (ou até ignoram propositadamente para firmar suas caricaturas e espantalhos). Os pentecostais são, em primeiro lugar e acima de tudo – e de forma completa e consistente – o povo de Jesus. Se enfatizarmos o Espírito Santo, é porque Jesus o derramou sobre toda a carne nos últimos dias (Atos 2:33). Somos pessoas do Espírito, porque somos pessoas de Jesus primeiro. Por isso, tenho afirmado que a igreja é pneumática e cristocêntrica. Ou ainda, a igreja é cruciforme e pentecostal!
Se Jesus Cristo é o mesmo, e se Ele é Salvador, Curador, Santificador, Batizador no Espírito Santo e Rei que Vem em Breve, então temos uma forte razão para acreditar que nossa Irmandade – na verdade, a Igreja como um todo – não passou seu primor, pujança, frescor e vigor. O FATOR DIVINO nos assegura que os propósitos de Deus para a humanidade, realizados em Cristo e fortalecidos pelo Espírito, avançam sem mudança.

E isso nos leva ao segundo FATOR, O HUMANO. Se Deus deseja que nossas Assembleias de Deus aumentem sua eficácia missional – como certamente o faz! – então por que tantas Assembleias de Deus decaíram ao longo dos séculos? Se Deus avança sem mudança, por que as igrejas mudam? Por que as denominações sobem e descem?
A resposta, parece-me, deve ser encontrada em 1 Coríntios 3: 6-7: “Eu plantei a semente [do evangelho], Apolo a regou, mas Deus a fez crescer. Assim, nem aquele que planta nem o que rega é alguma coisa, mas somente Deus, que faz as coisas crescerem”. Observe que Paulo destaca o FATOR DIVINO nesses versículos. Com o apóstolo, devemos dizer que se as Assembleias de Deus cresceram nos primeiros cem anos de sua existência, é por causa de Deus. “O Senhor fez isso e é maravilhoso aos nossos olhos” (Mateus 21:42).
E, no entanto, Deus fazendo algo não significa que não temos nada para fazer. Paulo plantou. Apolo regou. A eficácia desse trabalho está nas mãos de Deus, mas, se fazemos o trabalho que temos sido designado por Deus, Ele está no nosso. A eficácia missional resulta de nossa obediência responsável ao chamado de Deus em nossas vidas, de fazer o que Ele nos ordena quando Ele nos ordena para fazê-lo, e então dá-Lhe a glória pelos resultados. Negligenciar isso, resulta em declínio! Nossas Assembleias de Deus estão ficando inchadas com o mecanismos e jeitinhos humanos denominacional e convencional ao ponto de perder e negligenciar sua pentecostalicidade eclesiástica e missional. Arrependamo-nos, pois e creio que Deus nos dará outro pentecostes!

É exatamente nesta sinergia pentecostal (Fator Divino e Fator Humano) que testemunharemos o Movimento Pentecostal e as Assembleias de Deus sendo pentecostais de mente e coração!

Que Deus nos ajude!

Ivan Teixeira
Pentecostal de Mente e Coração