Pressupostos para se fazer Teologia Sistemática
O Deus teísta
A teologia
evangélica crê que Deus existe além deste mundo (“mundo”, neste caso,
significando “todo o universo criado”) e que foi Ele que trouxe esse universo à
existência. Ela também abarca a crença de que esse Deus é um Ser eterno,
infinito, soberano, absolutamente perfeito e pessoal. O nome dado a esta visão,
de que Deus criou tudo que existe, é “Teísmo” (Deus criou tudo), em oposição ao
“Ateísmo” (Deus não existe em absoluto) e ao “Panteísmo” (Deus é tudo). Se o
Teísmo é verdadeiro, todos os não-Teísmo são falsos, já que o contrário do
verdadeiro é o falso.
Teísmo é o
grande pressuposto do labor teológico
Todo estudante
de teologia precisa abraçar alguns pressupostos, sem os quais é impossível
fazer teologia sistemática evangélica.
Norman
Geisler escreveu:
A existência de um Deus teísta é o
alicerce da Teologia cristã. Se o Deus do Teísmo cristão tradicional não
existe, a Teologia evangélica, logicamente, desmorona. Tentar construir uma teologia
sistemática evangélica sem o fundamento do Teísmo tradicional é o mesmo que
querer levantar uma casa sem uma estrutura.
Seria bastante
absurdo falar de Deus sem Deus; fazer teologia sem Deus; falar sem palavras; formar
uma frase significativa sem verbos. Então é impossível querer fazer teologia
sistemática evangélica sem abraçar o grande pressuposto teológico: Deus existe!
Quando nos aproximamos do labor evangélico teológico, devemos crer que Deus
existe: “[...] é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele
existe [...]” (Hb 11.6, “grifo nosso”). Para o fazer teológico evangélico é
necessário abraçar a existência de Deus como certa, pois tal labor deve
necessariamente levar o estudante a relacionar-se com o Deus que ele procura
entender. Pois, “aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que se
torna galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6, “grifo nosso”). Deus
recompensará a pessoa que acredita n’Ele e que o busca de todo entendimento e
coração.
Deus existe,
Deus se revelou!
Deus existe! O
Deus autoexistente Se revelou. Sua revelação foi na História e está registrada
nas Escrituras por meio de palavras que os cristãos afirmam ser as Palavras de
Deus (cf. 1Ts 2.13; 2Tm 3.16-17; 2Pe 1.16-21; vd. Jr 1.9). No Cristianismo, o
estudo de Deus é um estudo da revelação que Deus fez de Si mesmo. Essa
revelação está atualmente disponível na Bíblia, tornando-a crucial para a
tarefa da teologia porque, como fonte das Palavras ou Revelação Divinas, ela é
suficiente para a vida humana e possui um tipo de clareza não encontrada em
outras partes.
Nosso labor
teológico estará de pé ou caído na proporção que fundamentamos nossa teologia
nas Escrituras Sagradas. Portanto, a teologia deve ser fundamentalmente um
estudo das Escrituras. Ela não é uma análise da consciência religiosa ou dos
sentimentos do homem, nem mesmo um conjunto de ideias individuais que descreve
o pensamento de cada um sobre Deus. O labor teológico é o esforço do crente
para compreender aquilo que Deus disse acerca de Si mesmo, sistematizando a
revelação para melhor entendimento.
Não devemos, no
labor teológico, substituir a autoridade das Palavras pessoais de Deus,
registradas nas Escrituras, pela história, pelo racionalismo humano e pelo subjetivismo
humano. Para nosso propósito descreveremos apenas o último.
O perigo de
uma teologia subjetivista
A revelação na
Teologia Liberal tem sido identificada como um acontecimento subjetivo, algo
que acontece dentro do coração humano. Essa teoria é mais frequentemente
associada a Friedrich Schleiermacher (1768–1834). Para ele, a religião
não se fundamenta na razão,
mas no Gefühl, um termo alemão que pode ser traduzido como “sentimento”
ou “intuição”. A religião começa, pensava ele, com um “sentimento de
dependência absoluta” e Deus é, em primeiro lugar, um nome para aquela
realidade da qual nos sentimos dependentes. A fé cristã interpreta tal
realidade em termos de Jesus Cristo. Então, a teologia cristã expressa os
sentimentos religiosos cristãos na forma de discurso. O sentimento vem
primeiro, as palavras (da Escritura e da Teologia) vêm como uma expressão
secundária do sentimento e uma reflexão sobre ele. Aqui, a teologia não está
fundamentada na compreensão daquilo que Deus disse, mas em nossos sentimentos
religiosos que nos indica que somos seres dependentes.
Nesse contexto,
a revelação e a teologia, é, principalmente, subjetiva, não objetiva. Não é
constituída de verdades objetivas, mas das reações subjetivas às verdades
objetivas. A teologia constitui-se apenas em nossos sentimentos sobre as
verdades objetivas, não em nossa compreensão das verdades objetivas.
Para o teólogo Karl
Barth, a Escritura é a Palavra de Deus somente quando “se torna” Palavra de
Deus para um indivíduo por meio de um acontecimento presente. O texto bíblico
nunca deve ser equiparado à Palavra de Deus. Ela é um documento humano, sujeito
a erro, mesmo em suas afirmações teológicas.
É baseados nesse
pressuposto que muitos atualmente falam: “esta é a minha teologia” e, “essa é a
sua teologia”; cada um fica com sua ideia desde que respeitando a ideia do
outro,
pois ninguém é dono da verdade – consequentemente, nem Deus é! (Às vezes mostramos
o que diz a Bíblia e as pessoas dizem: “isso é o que você entende”).
Se a própria
Escritura é o registro da teologia de indivíduos sobre Deus, ou seja, as
palavras, baseadas nos sentimentos, que as pessoas tem de Deus, e não a
Revelação de Deus de Si mesmo, então teremos tantas teologias quantos sentimentos
humanos tivermos.
No entanto, o
meu pensamento teológico, minha teologia, minha ideia de Deus, minha reflexão
sobre Deus, meus sentimentos religiosos devem estar de acordo com a revelação
que Deus deu de Si mesmo. Então, podemos dizer que meus pensamentos, entendimentos,
sentimentos, emoções, vontade e práticas devem se submeter às Palavras de Deus,
não o contrário.
Nós cremos que
a Bíblia é a Palavra de Deus! Deus identifica-Se tanto com Sua Palavra que,
quando as Escrituras falam, é Deus quem fala. A Bíblia não é a palavra de
homens acerca de Deus, ela é a Palavra de Deus em linguagem humana.
Romanos
9.17: Porque a Escritura diz a Faraó: Para isto mesmo te
levantei, para mostrar em ti o Meu poder e para que o Meu Nome seja anunciado
por toda a terra. (“grifo nosso”).
Êxodo
9.13,16: Disse o SENHOR a Moisés: Levanta-te pela manhã cedo,
apresenta-te a Faraó e dize-lhe: [...] deveras, para isso te hei mantido, a fim
de mostra-te o Meu poder, e para que seja o Meu Nome anunciado em toda a terra.
(“grifo nosso”).
Gálatas 3.8: Ora, tendo
a Escritura previsto que Deus justificará pela fé os gentios,
preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos.
(“grifo nosso”).
A
personificação das Escrituras era uma figura de linguagem comum para os judeus
(cf. G. 4.30; Jo 7.38,42; 19.37; Rm 10.11; 11.2; 1Tm 5.18). Como a Escritura é
a Palavra de Deus, quando ela fala, Deus fala.
Agostinho dizia: O que a Bíblia diz, Deus diz.
A
importância da revelação subjetiva (experiência)
Com o exposto
acima, não nego a importância da experiência em nosso labor teológico. Entendo
que devemos lutar com a ortodoxia morta nas igrejas e nos seminários, pois
homens mortos tiram de si mesmos sermões, ensinos, teologias e pregações
mortas. Isso produz igrejas locais mortas, sem vivacidade espiritual. Igrejas
que têm nomes de que vivem, mas estão mortas. Tais são igrejas solenes e
pomposas, mas nada há de mais solene do que um defunto num caixão, todavia está
morto. Há muitas igrejas solenes, mas mortas.
Como cristãos
bíblicos devemos reconhecer a importância bíblica de uma experiência vívida com
Deus, na qual Deus, de fato, entra no tempo e penetra na experiência do
indivíduo. Porém, não devemos separar o que a Bíblia une: o subjetivo do
objetivo. Na Escritura, a revelação subjetiva é a iluminação que o Espírito faz
da revelação objetiva. Isto traz a verdade objetiva da Escritura para o nosso
coração, comunicando a nós um relacionamento pessoal e vital com Cristo,
objetivo e consequência do labor teológico cristão. O relacionamento pessoal e
vital com Deus é inseparável do conhecimento de Deus.
A
importância da revelação objetiva (verdade revelada)
Assim como a
revelação subjetiva, iluminação do Espírito Santo, experiência vívida de
comunhão com Deus, é importante, a revelação objetiva, o conhecimento que Deus
dá de si mesmo, a verdade revelada, também é de suma importância, pois se torna
o fundamento do edifício da revelação subjetiva, ou seja, a base de nossa
experiência com Deus. Num texto bíblico vemos estas duas verdades expostas num
mesmo fôlego.
Lemos em Primeira
Coríntios 2.6-16:
Entretanto, expomos sabedoria entre
os experimentados; não, porém, a sabedoria deste século, nem a dos poderosos
desta época, que se reduzem a nada;
Mas falamos a sabedoria de Deus em
mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a
nossa glória;
Sabedoria essa que nenhum dos
poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam
crucificado o Senhor da glória;
Mas, como está escrito: Nem olhos
viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus
tem preparado para aqueles que o amam.
Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas
perscruta, até mesmo as profundezas de Deus.
Porque qual dos homens sabe as coisas
do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas
de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus.
Ora, nós não temos recebido o
espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o
que por Deus nos foi dado gratuitamente.
Disto também falamos, não em palavras
ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo
coisas espirituais com espirituais.
Ora, o homem natural não aceita as
coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucuras; e não pode entendê-las,
porque elas se discernem espiritualmente.
Porém o homem espiritual julga todas as
coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém.
Pois quem conheceu a mente do Senhor,
que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo (“grifo
nosso”).
Claramente o
apóstolo Paulo escreve que a verdade de Deus não pode ser descoberta por
olhos ou ouvidos (evidência empírica e objetiva), nem é descoberta pela mente
(conclusões racionais e subjetivas). A sabedoria que salva, a qual a sabedoria
do homem não pode conhecer, é revelada a nós por Deus. Ele a torna conhecida
por meio da revelação, inspiração e iluminação. A revelação (vv.10-11) e a
inspiração (vv.12-13) foram dadas àqueles que escreveram a Bíblia; a iluminação
(vv.14-16) é dada a todos os cristãos que buscam conhecer e compreender (labor
teológico) essa verdade escrita de maneira Divina. Em cada caso, o Espírito
Santo é o agente divino que realiza a obra (cf. 2Pe 1.21; 1Jo 2.20, 27; Jo 14.26;
16.13).
É por meio do
Espírito Santo que Deus revelou e faz compreendar a Sua verdade que salva (cf.
Mt 11.25; 13.10-13).
Começando
com Deus e depois com o homem
Uma definição
breve de teologia é o conhecimento de Deus e de tudo que está relacionado a
Ele, em especial o ser humano que é a coroa de Sua criação. A consequência
disso é que o labor teológico, nosso esforço para compreender a revelação
contida nas Escrituras, deve começar com Deus e não com o homem. Devemos
assumir uma postura firme a favor de um estudo da teologia sistemática que
orbite
em torno de Deus e não do homem. O centro é Deus e não a criatura (cf. Ap 4 e
5). O conteúdo é a Palavra de Deus e não as ideias dos homens.
O estudioso do Antigo Testamento, Gerhard
von Rad disse que “o entendimento humano de Deus ou do homem não começa do
eu para depois perguntar, desse ponto de partida, sobre o contado com Deus. Começa
com Deus e afirma que uma pessoa só pode ser completamente compreendida se
começar por Deus. Todos os outros meios de compreender o homem só podem levar a
distorções ou reduções”.
Em um dos meus
livros escrevi minha discordância da posição de Adolphe Gesché, que defende
a tese de que, para cumprir eficazmente seu papel, a Teologia deveria eleger a
Antropologia Cultural como interlocutora privilegiada. Ele escreveu: “torna-se
impossível, de fato e de direito, falar corretamente de Deus se não se conhece
o homem”. Citei as memoráveis
palavras de João Calvino, como base de minha discordância:
[...] é notório que o homem jamais chega ao puro
conhecimento de si mesmo até que haja antes contemplado a face de Deus, e
da visão dele desça a examinar-se a si próprio. Ora, sendo-nos o orgulho a
todos ingênito, sempre a nós mesmos nos parecemos justos, e íntegros, e sábios,
e santos, a menos que, em virtude de provas evidentes, sejamos convencidos de
nossa injustiça, indignidade, insipiência e depravação. Não somos, porém, assim
convencidos, se atentamos apenas para nós mesmos e não também para o Senhor,
que é o único parâmetro pelo qual se deve aferir este juízo. Pois, uma vez que
somos todos por natureza propensos à hipocrisia, por isso qualquer vã aparência
de justiça nos satisfaz amplamente em lugar da real justiça. E, porque dentro
de nós ou a nosso derredor nada se vê que não seja contaminado de crassa
impureza, por todo tempo que confinamos nossa mente aos limites da depravação
humana, aquilo que é um pouco menos torpe a nós nos sorri como coisa da mais
refinada pureza. Exatamente como se dá com um olho diante do qual nada se põe
de outras cores senão o preto: julga-se alvíssimo o que, entretanto, é de
brancura um tanto esfumada, ou até mesmo tisnado de certa tonalidade fosca[11] (“grifo nosso”).
O
homem é, desse modo, uma criatura que só pode ser compreendida a partir de cima
e que, tendo cortado seu relacionamento com Deus, só pode reconquistar e manter
sua humanidade dando ouvidos à Palavra Divina.
O autoconhecimento humano não começa com pessoas terrenas, mas com o Deus
Criador. Então, deve-se começar o estudo da teologia com Deus e não com o
homem. Começamos com Deus porque o fazer teológico não é um esforço humano para
descobrir a si mesmos e depois a Deus, mas é o labor daqueles que pela fé
abraçaram a revelação que Deus deu de Si mesmo procurando entender todas as
coisas à luz desta revelação, inclusive a si mesmos. Começamos pela revelação
porque não descobrimos a Deus; Deus nos encontra. De fato, Deus sabe tudo a
nosso respeito (cf. Sl 139.1-18).
Perigos de
se começar com o homem
Creio que há
alguns perigos de se fazer teologia começando pelo ser humano. Estou convicto
de que as igrejas locais atuais seguem teologias, conscientes ou não,
fundamentadas e centradas no homem. Tanto o ministério quanto a igreja cristãs
estão minados por teologias que partem do homem para o homem, ou seja, procuram
saber o que eles querem para daí abraçar as metodologias que melhor alcance
tais desejos. Deus e as igrejas existem em função das necessidades sentidas dos
seres humanos.
Podemos dizer
que quando começamos nosso labor teológico partindo da humanidade alguns
pressupostos ficam evidentes. Em outras palavras, uma teologia humanista
baseia-se nas seguintes proposições para sua subsistência e elaboração de metas
e metodologias.
1. Deus
existe para satisfazer meus anseios e me fazer feliz, em vez de termos vindo a
existência para glorificar a Deus e alegra-se n’Ele para sempre como Criador e
Soberano eterno;
2. Fui
criado para Deus não se sentir só, em vez de ter sido criado para ser Sua
imagem e semelhança, refletindo Seu caráter glorioso;
3. A
cruz revela o valor da humanidade, em vez de ser a revelação do caráter e da
obra de Deus em Cristo;
4. A
igreja local foi instituída para agradar as pessoas e torná-las mais aptas para
alcançar suas metas, em vez de instituída para edifica-las e fazê-las crescer
na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo;
5. Jesus
torna-se apenas um grande modelo a ser admirado e seguido, em vez do Redentor
que liberta e que exige arrependimento e adoração;
6. O
Espírito Santo torna-se apenas uma fonte de força que me ajuda nas dificuldades
e desafios da vida diária, em vez de ser o Deus Bendito que me guia na verdade
para minha santificação e glorificação.
7. A
Bíblia se torna mais um livro de autoajuda e uma caixinha de promessas para
direcionar e encorajar as pessoas em suas buscas frenéticas por divertimentos e
sucessos, em vez de ser a Palavra de Deus ao homem exortando-o e ensinando-o a
guardar todas as grandes verdades para sua salvação, edificação, santificação,
crescimento, maturidade e glorificação à imagem de Cristo Jesus.
Qual é a
nossa reação à revelação de Deus?
Como pontuamos
acima, sabemos que o grande pressuposto da teologia é que Deus existe. Esse
Deus que existe se revelou. Sua revelação é tanto objetiva quanto subjetiva. Agora,
destacamos: qual deve ser nossa reação a ação de Deus de se revelar a Si mesmo
a nós tanto na criação quanto nas Escrituras?
Há reações de
incredulidade e de fé! Em Romanos 1, a reação dos pagãos é reprimir a
verdade, e trocá-la por uma mentira, e assim por diante. Mas, em Mateus
11.27, o Senhor Jesus diz que “ninguém conhece o Pai, senão o Filho e
aquele a quem o Filho o quiser revelar”. Aqui nosso Senhor se refere a uma
revelação subjetiva, uma revelação que traz conhecimento ao leitor, e, na
verdade, conhecimento como parte de um relacionamento salvador íntimo com o Pai
e o Filho, um conhecimento de fé. Esse significado de revelação também
pode ser encontrado em Efésios 1.17, em que Paulo ora para que
Deus conceda as efésios “espírito de sabedoria e de revelação no pleno
conhecimento de [Cristo]”.
Dessa maneira,
podemos distinguir três tipos de revelação:
1.
revelação objetiva;
2. revelação
subjetiva recebida com incredulidade, e
3.
revelação subjetiva recebida com fé.
A revelação não
é apenas o que sentimos e nem mesmo o que acreditamos com base nos sentimentos.
Ela é o que devemos crer, o que somos obrigados a confessar. Toda
comunicação verdadeira é objetiva (o conteúdo e a transmissão) e subjetiva (a
audição e a reação). Mas o elemento subjetivo é uma resposta humana às palavras
pessoais objetivas de Deus a nós. Não devemos, portanto, como os liberais,
rejeitar a autoridade das Palavras pessoais de Deus eliminando o lado objetivo
da comunicação. Isso capacita o homem a julgar a Palavra de Deus com sua razão
autônoma. Esse conceito é inaceitável para os cristãos fiéis.
Soli Deo Gloria!