segunda-feira, 8 de maio de 2017

FAZER TEOLOGIA SISTEMÁTICA

Pressupostos para se fazer Teologia Sistemática



O Deus teísta
A teologia evangélica crê que Deus existe além deste mundo (“mundo”, neste caso, significando “todo o universo criado”) e que foi Ele que trouxe esse universo à existência. Ela também abarca a crença de que esse Deus é um Ser eterno, infinito, soberano, absolutamente perfeito e pessoal. O nome dado a esta visão, de que Deus criou tudo que existe, é “Teísmo” (Deus criou tudo), em oposição ao “Ateísmo” (Deus não existe em absoluto) e ao “Panteísmo” (Deus é tudo). Se o Teísmo é verdadeiro, todos os não-Teísmo são falsos, já que o contrário do verdadeiro é o falso[1].

Teísmo é o grande pressuposto do labor teológico
Todo estudante de teologia precisa abraçar alguns pressupostos, sem os quais é impossível fazer teologia sistemática evangélica.
Norman Geisler escreveu:
A existência de um Deus teísta é o alicerce da Teologia cristã. Se o Deus do Teísmo cristão tradicional não existe, a Teologia evangélica, logicamente, desmorona. Tentar construir uma teologia sistemática evangélica sem o fundamento do Teísmo tradicional é o mesmo que querer levantar uma casa sem uma estrutura[2].

Seria bastante absurdo falar de Deus sem Deus; fazer teologia sem Deus; falar sem palavras; formar uma frase significativa sem verbos. Então é impossível querer fazer teologia sistemática evangélica sem abraçar o grande pressuposto teológico: Deus existe! Quando nos aproximamos do labor evangélico teológico, devemos crer que Deus existe: “[...] é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe [...]” (Hb 11.6, “grifo nosso”). Para o fazer teológico evangélico é necessário abraçar a existência de Deus como certa, pois tal labor deve necessariamente levar o estudante a relacionar-se com o Deus que ele procura entender. Pois, “aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6, “grifo nosso”). Deus recompensará a pessoa que acredita n’Ele e que o busca de todo entendimento e coração.

Deus existe, Deus se revelou!
Deus existe! O Deus autoexistente Se revelou. Sua revelação foi na História e está registrada nas Escrituras por meio de palavras que os cristãos afirmam ser as Palavras de Deus (cf. 1Ts 2.13; 2Tm 3.16-17; 2Pe 1.16-21; vd. Jr 1.9). No Cristianismo, o estudo de Deus é um estudo da revelação que Deus fez de Si mesmo. Essa revelação está atualmente disponível na Bíblia, tornando-a crucial para a tarefa da teologia porque, como fonte das Palavras ou Revelação Divinas, ela é suficiente para a vida humana e possui um tipo de clareza não encontrada em outras partes[3].
Nosso labor teológico estará de pé ou caído na proporção que fundamentamos nossa teologia nas Escrituras Sagradas. Portanto, a teologia deve ser fundamentalmente um estudo das Escrituras. Ela não é uma análise da consciência religiosa ou dos sentimentos do homem, nem mesmo um conjunto de ideias individuais que descreve o pensamento de cada um sobre Deus. O labor teológico é o esforço do crente para compreender aquilo que Deus disse acerca de Si mesmo, sistematizando a revelação para melhor entendimento.
Não devemos, no labor teológico, substituir a autoridade das Palavras pessoais de Deus, registradas nas Escrituras, pela história, pelo racionalismo humano e pelo subjetivismo humano. Para nosso propósito descreveremos apenas o último.

O perigo de uma teologia subjetivista
A revelação na Teologia Liberal tem sido identificada como um acontecimento subjetivo, algo que acontece dentro do coração humano. Essa teoria é mais frequentemente associada a Friedrich Schleiermacher (1768–1834). Para ele, a religião não se fundamenta na razão[4], mas no Gefühl, um termo alemão que pode ser traduzido como “sentimento” ou “intuição”. A religião começa, pensava ele, com um “sentimento de dependência absoluta” e Deus é, em primeiro lugar, um nome para aquela realidade da qual nos sentimos dependentes. A fé cristã interpreta tal realidade em termos de Jesus Cristo. Então, a teologia cristã expressa os sentimentos religiosos cristãos na forma de discurso. O sentimento vem primeiro, as palavras (da Escritura e da Teologia) vêm como uma expressão secundária do sentimento e uma reflexão sobre ele. Aqui, a teologia não está fundamentada na compreensão daquilo que Deus disse, mas em nossos sentimentos religiosos que nos indica que somos seres dependentes.
Nesse contexto, a revelação e a teologia, é, principalmente, subjetiva, não objetiva. Não é constituída de verdades objetivas, mas das reações subjetivas às verdades objetivas. A teologia constitui-se apenas em nossos sentimentos sobre as verdades objetivas, não em nossa compreensão das verdades objetivas.
Para o teólogo Karl Barth, a Escritura é a Palavra de Deus somente quando “se torna” Palavra de Deus para um indivíduo por meio de um acontecimento presente. O texto bíblico nunca deve ser equiparado à Palavra de Deus. Ela é um documento humano, sujeito a erro, mesmo em suas afirmações teológicas.
É baseados nesse pressuposto que muitos atualmente falam: “esta é a minha teologia” e, “essa é a sua teologia”; cada um fica com sua ideia desde que respeitando a ideia do outro[5], pois ninguém é dono da verdade – consequentemente, nem Deus é! (Às vezes mostramos o que diz a Bíblia e as pessoas dizem: “isso é o que você entende”).
Se a própria Escritura é o registro da teologia de indivíduos sobre Deus, ou seja, as palavras, baseadas nos sentimentos, que as pessoas tem de Deus, e não a Revelação de Deus de Si mesmo, então teremos tantas teologias quantos sentimentos humanos tivermos.
No entanto, o meu pensamento teológico, minha teologia, minha ideia de Deus, minha reflexão sobre Deus, meus sentimentos religiosos devem estar de acordo com a revelação que Deus deu de Si mesmo. Então, podemos dizer que meus pensamentos, entendimentos, sentimentos, emoções, vontade e práticas devem se submeter às Palavras de Deus, não o contrário.
Nós cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus! Deus identifica-Se tanto com Sua Palavra que, quando as Escrituras falam, é Deus quem fala. A Bíblia não é a palavra de homens acerca de Deus, ela é a Palavra de Deus em linguagem humana.

Romanos 9.17: Porque a Escritura diz a Faraó: Para isto mesmo te levantei, para mostrar em ti o Meu poder e para que o Meu Nome seja anunciado por toda a terra. (“grifo nosso”).
Êxodo 9.13,16: Disse o SENHOR a Moisés: Levanta-te pela manhã cedo, apresenta-te a Faraó e dize-lhe: [...] deveras, para isso te hei mantido, a fim de mostra-te o Meu poder, e para que seja o Meu Nome anunciado em toda a terra. (“grifo nosso”).

Gálatas 3.8: Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificará pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos. (“grifo nosso”).

A personificação das Escrituras era uma figura de linguagem comum para os judeus (cf. G. 4.30; Jo 7.38,42; 19.37; Rm 10.11; 11.2; 1Tm 5.18). Como a Escritura é a Palavra de Deus, quando ela fala, Deus fala[6]. Agostinho dizia: O que a Bíblia diz, Deus diz.

A importância da revelação subjetiva (experiência)
Com o exposto acima, não nego a importância da experiência em nosso labor teológico. Entendo que devemos lutar com a ortodoxia morta nas igrejas e nos seminários, pois homens mortos tiram de si mesmos sermões, ensinos, teologias e pregações mortas. Isso produz igrejas locais mortas, sem vivacidade espiritual. Igrejas que têm nomes de que vivem, mas estão mortas. Tais são igrejas solenes e pomposas, mas nada há de mais solene do que um defunto num caixão, todavia está morto. Há muitas igrejas solenes, mas mortas.
Como cristãos bíblicos devemos reconhecer a importância bíblica de uma experiência vívida com Deus, na qual Deus, de fato, entra no tempo e penetra na experiência do indivíduo. Porém, não devemos separar o que a Bíblia une: o subjetivo do objetivo. Na Escritura, a revelação subjetiva é a iluminação que o Espírito faz da revelação objetiva. Isto traz a verdade objetiva da Escritura para o nosso coração, comunicando a nós um relacionamento pessoal e vital com Cristo, objetivo e consequência do labor teológico cristão. O relacionamento pessoal e vital com Deus é inseparável do conhecimento de Deus.

A importância da revelação objetiva (verdade revelada)
Assim como a revelação subjetiva, iluminação do Espírito Santo, experiência vívida de comunhão com Deus, é importante, a revelação objetiva, o conhecimento que Deus dá de si mesmo, a verdade revelada, também é de suma importância, pois se torna o fundamento do edifício da revelação subjetiva, ou seja, a base de nossa experiência com Deus. Num texto bíblico vemos estas duas verdades expostas num mesmo fôlego.
Lemos em Primeira Coríntios 2.6-16:

Entretanto, expomos sabedoria entre os experimentados; não, porém, a sabedoria deste século, nem a dos poderosos desta época, que se reduzem a nada;
Mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória;
Sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória;
Mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.
Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus.
Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus.
Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente.
Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais.
Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucuras; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém.
Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo (“grifo nosso”).

Claramente o apóstolo Paulo escreve que a verdade de Deus não pode ser descoberta por olhos ou ouvidos (evidência empírica e objetiva), nem é descoberta pela mente (conclusões racionais e subjetivas). A sabedoria que salva, a qual a sabedoria do homem não pode conhecer, é revelada a nós por Deus. Ele a torna conhecida por meio da revelação, inspiração e iluminação. A revelação (vv.10-11) e a inspiração (vv.12-13) foram dadas àqueles que escreveram a Bíblia; a iluminação (vv.14-16) é dada a todos os cristãos que buscam conhecer e compreender (labor teológico) essa verdade escrita de maneira Divina. Em cada caso, o Espírito Santo é o agente divino que realiza a obra (cf. 2Pe 1.21; 1Jo 2.20, 27; Jo 14.26; 16.13)[7].
É por meio do Espírito Santo que Deus revelou e faz compreendar a Sua verdade que salva (cf. Mt 11.25; 13.10-13).

Começando com Deus e depois com o homem
Uma definição breve de teologia é o conhecimento de Deus e de tudo que está relacionado a Ele, em especial o ser humano que é a coroa de Sua criação. A consequência disso é que o labor teológico, nosso esforço para compreender a revelação contida nas Escrituras, deve começar com Deus e não com o homem. Devemos assumir uma postura firme a favor de um estudo da teologia sistemática que orbite[8] em torno de Deus e não do homem. O centro é Deus e não a criatura (cf. Ap 4 e 5). O conteúdo é a Palavra de Deus e não as ideias dos homens.
 O estudioso do Antigo Testamento, Gerhard von Rad disse que “o entendimento humano de Deus ou do homem não começa do eu para depois perguntar, desse ponto de partida, sobre o contado com Deus. Começa com Deus e afirma que uma pessoa só pode ser completamente compreendida se começar por Deus. Todos os outros meios de compreender o homem só podem levar a distorções ou reduções”[9].
Em um dos meus livros escrevi minha discordância da posição de Adolphe Gesché, que defende a tese de que, para cumprir eficazmente seu papel, a Teologia deveria eleger a Antropologia Cultural como interlocutora privilegiada. Ele escreveu: “torna-se impossível, de fato e de direito, falar corretamente de Deus se não se conhece o homem”[10]. Citei as memoráveis palavras de João Calvino, como base de minha discordância:

[...] é notório que o homem jamais chega ao puro conhecimento de si mesmo até que haja antes contemplado a face de Deus, e da visão dele desça a examinar-se a si próprio. Ora, sendo-nos o orgulho a todos ingênito, sempre a nós mesmos nos parecemos justos, e íntegros, e sábios, e santos, a menos que, em virtude de provas evidentes, sejamos convencidos de nossa injustiça, indignidade, insipiência e depravação. Não somos, porém, assim convencidos, se atentamos apenas para nós mesmos e não também para o Senhor, que é o único parâmetro pelo qual se deve aferir este juízo. Pois, uma vez que somos todos por natureza propensos à hipocrisia, por isso qualquer vã aparência de justiça nos satisfaz amplamente em lugar da real justiça. E, porque dentro de nós ou a nosso derredor nada se vê que não seja contaminado de crassa impureza, por todo tempo que confinamos nossa mente aos limites da depravação humana, aquilo que é um pouco menos torpe a nós nos sorri como coisa da mais refinada pureza. Exatamente como se dá com um olho diante do qual nada se põe de outras cores senão o preto: julga-se alvíssimo o que, entretanto, é de brancura um tanto esfumada, ou até mesmo tisnado de certa tonalidade fosca[11] (“grifo nosso”).

O homem é, desse modo, uma criatura que só pode ser compreendida a partir de cima e que, tendo cortado seu relacionamento com Deus, só pode reconquistar e manter sua humanidade dando ouvidos à Palavra Divina[12]. O autoconhecimento humano não começa com pessoas terrenas, mas com o Deus Criador. Então, deve-se começar o estudo da teologia com Deus e não com o homem. Começamos com Deus porque o fazer teológico não é um esforço humano para descobrir a si mesmos e depois a Deus, mas é o labor daqueles que pela fé abraçaram a revelação que Deus deu de Si mesmo procurando entender todas as coisas à luz desta revelação, inclusive a si mesmos. Começamos pela revelação porque não descobrimos a Deus; Deus nos encontra. De fato, Deus sabe tudo a nosso respeito (cf. Sl 139.1-18).

Perigos de se começar com o homem
Creio que há alguns perigos de se fazer teologia começando pelo ser humano. Estou convicto de que as igrejas locais atuais seguem teologias, conscientes ou não, fundamentadas e centradas no homem. Tanto o ministério quanto a igreja cristãs estão minados por teologias que partem do homem para o homem, ou seja, procuram saber o que eles querem para daí abraçar as metodologias que melhor alcance tais desejos. Deus e as igrejas existem em função das necessidades sentidas dos seres humanos.
Podemos dizer que quando começamos nosso labor teológico partindo da humanidade alguns pressupostos ficam evidentes. Em outras palavras, uma teologia humanista baseia-se nas seguintes proposições para sua subsistência e elaboração de metas e metodologias.
1. Deus existe para satisfazer meus anseios e me fazer feliz, em vez de termos vindo a existência para glorificar a Deus e alegra-se n’Ele para sempre como Criador e Soberano eterno;
2. Fui criado para Deus não se sentir só, em vez de ter sido criado para ser Sua imagem e semelhança, refletindo Seu caráter glorioso;
3. A cruz revela o valor da humanidade, em vez de ser a revelação do caráter e da obra de Deus em Cristo;
4. A igreja local foi instituída para agradar as pessoas e torná-las mais aptas para alcançar suas metas, em vez de instituída para edifica-las e fazê-las crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo;
5. Jesus torna-se apenas um grande modelo a ser admirado e seguido, em vez do Redentor que liberta e que exige arrependimento e adoração;
6. O Espírito Santo torna-se apenas uma fonte de força que me ajuda nas dificuldades e desafios da vida diária, em vez de ser o Deus Bendito que me guia na verdade para minha santificação e glorificação.
7. A Bíblia se torna mais um livro de autoajuda e uma caixinha de promessas para direcionar e encorajar as pessoas em suas buscas frenéticas por divertimentos e sucessos, em vez de ser a Palavra de Deus ao homem exortando-o e ensinando-o a guardar todas as grandes verdades para sua salvação, edificação, santificação, crescimento, maturidade e glorificação à imagem de Cristo Jesus.

Qual é a nossa reação à revelação de Deus?
Como pontuamos acima, sabemos que o grande pressuposto da teologia é que Deus existe. Esse Deus que existe se revelou. Sua revelação é tanto objetiva quanto subjetiva. Agora, destacamos: qual deve ser nossa reação a ação de Deus de se revelar a Si mesmo a nós tanto na criação quanto nas Escrituras?
Há reações de incredulidade e de fé! Em Romanos 1, a reação dos pagãos é reprimir a verdade, e trocá-la por uma mentira, e assim por diante. Mas, em Mateus 11.27, o Senhor Jesus diz que “ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. Aqui nosso Senhor se refere a uma revelação subjetiva, uma revelação que traz conhecimento ao leitor, e, na verdade, conhecimento como parte de um relacionamento salvador íntimo com o Pai e o Filho, um conhecimento de fé. Esse significado de revelação também pode ser encontrado em Efésios 1.17, em que Paulo ora para que Deus conceda as efésios “espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento de [Cristo]”[13].
Dessa maneira, podemos distinguir três tipos de revelação:
1. revelação objetiva;
2. revelação subjetiva recebida com incredulidade, e
3. revelação subjetiva recebida com fé.

A revelação não é apenas o que sentimos e nem mesmo o que acreditamos com base nos sentimentos. Ela é o que devemos crer, o que somos obrigados a confessar. Toda comunicação verdadeira é objetiva (o conteúdo e a transmissão) e subjetiva (a audição e a reação). Mas o elemento subjetivo é uma resposta humana às palavras pessoais objetivas de Deus a nós. Não devemos, portanto, como os liberais, rejeitar a autoridade das Palavras pessoais de Deus eliminando o lado objetivo da comunicação. Isso capacita o homem a julgar a Palavra de Deus com sua razão autônoma. Esse conceito é inaceitável para os cristãos fiéis.

Soli Deo Gloria!



[1] Vale mencionar de passagem o “Teísmo Aberto”, que é um movimento teológico que ensina que Deus não está acima do tempo, que Ele não controla toda a natureza e nem toda a História, que Ele não conhece o futuro exaustivamente e que Ele, às vezes, comete erros e muda os Seus planos, sendo, portanto, em alguns aspectos, dependente do mundo. Cf. FRAME, John. Não Há Outro Deus: Uma resposta ao Teísmo Aberto, p.11. São Paulo, SP, Brasil: Cultura Cristã, 2006.
[2] Teologia Sistemática, pg.15. Rio de Janeiro, RJ, Brasil: CPAD, 2010.
[3] FRAME, John M. A Doutrina da Palavra de Deus, p.234. São Paulo, SP, Brasil: Cultura Cristã, 2013.
[4] Interessante é que ele usa a razão para elaborar tais argumentos contra a religião que se fundamenta na razão!
[5] Porque deveríamos respeitar a ideia de alguém que não tem respaldo escriturístico?
[6] MACARTHUR, John F. Bíblia de Estudo MacArthur, p.1589 (nota de Gl 3.8). Barueri, SP, Brasil: Sociedade Bíblica do Brasil, 2010.
[7] MACARTHUR, 2010, p.1529. – (notas de 1Co 2.9-16).
[8] Assim como a Terra orbita em torno do Sol recebendo proporcionalmente sua luz, devemos orbitar em nosso labor teológico em torno de Deus para recebemos proporcionalmente Sua luz.
[9] Apud SMITH, Ralph Lee. Teologia do Antigo Testamento: história, método e mensagem, p.91. São Paulo, SP, Brasil: Vida Nova, 2001.
[10] TEIXEIRA, Ivan. Mentes Renovadas, Igrejas Transformadas: Prolegômenos à Teologia Sistemática, p.128-129. Brasília, DF, Brasil: Editora Cristã, 2016.
[11] CALVINO, JOÃO. As Institutas da Religião (São Paulo, SP, Brasil: Edição Clássica – latim) – (Editora Cultura Cristã).
[12] Lemos em Colossenses 3.10: “e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (“grifo nosso”).
[13] FRAME, 2013, p.54.

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