Sem dúvidas essa é uma frase linda quando nós a lançamos sobre outras pessoas.
Certa feita ouvir uma pregação do meu
então pastor presidente Odilon Xavier
na qual ele dizia que “pregamos uma mensagem que está acima de nós”. O que ele
quis dizer é que sempre seremos falhos e nunca alcançaremos a plenitude da
santidade do evangelho nesta vida, portanto a mensagem que pregamos sempre será
perfeita apesar das nossas imperfeições (ainda bem que a fé salvadora vem pelo
ouvir a pregação da Palavra de Deus, Romanos 10.17). Não tenho dúvidas quanto a
isso. Certamente nunca viveremos 100% o que pregamos e, talvez em certo sentido
pregamos o que vivemos. Sim, só aquilo no que realmente somos bons vamos
pregar, mas, concomitantemente não pregamos aquilo que não vivemos, pois
escondemos por meio daquilo que vivemos. Noutras palavras, somos bons em lançar
a frase epigrafada na conta dos outros, enquanto nossa conta permanece no
vermelho. Nossas dívidas e endividamento são altos!
Você já notou que as pessoas são
ligeiras e driblam a própria consciência quando vociferam os erros dos outros
para esconder os seus próprios? São rápidas para trombetear os pecados alheios,
mas lentos para resolver os seus próprios.
Normalmente, as pessoas que
constantemente falam a frase epigrafada elas não vivem o que pregam. Elas
pregam sobre o amor, mas não amam seus irmãos. Aliás, só amam aqueles que não
falham com elas. Enquanto você não falha e não erra serás amado, mas no dia que
você tropeça elas te odeiam. Outro exemplo: essas pessoas pregam sobre o perdão
bíblico, mas quando você peca elas expõem os erros, assassinam reputações e
vilipendiam vidas e ministérios. Onde fica o texto: “se teu irmão perca contra
ti, vai e, em PARTICULAR com ele, conversem sobre a falta que cometeu” (Mateus
18.15, KJA). Esse é o primeiro passo para a restauração do irmão. Como diz o
ditado: “pimenta nos olhos dos OUTROS é refresco (eu diria: é colírio nos meus)”.
Enfim, sem mais delongas. Nós nunca
vamos viver 100% do que devemos pregar, mas devemos nos esforçar para viver as
implicações e os imperativos do evangelho, apesar das nossas imperfeições. A
mensagem que devemos pregar – todo o conselho de Deus – é altaneira. Não posso
deixar de pregar aquilo que não vivo, mas devo pregar para que eu mesmo seja
confrontado e cresça sob os auspícios do poder do Espírito em santidade até
alcançar “à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao estado do
homem perfeito, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Efésios 4.13).
Particularmente, nunca vou deixar de
pregar certas verdades do evangelho só por ainda não ter sido santificado em
determinadas áreas da minha vida. Como Paulo
digo: “Não que eu já a [a ressurreição] tenha, ou que já tenha chegado a ser
perfeito, mas corro para que alcançar aquilo para o qual fui alcançado por
Jesus Cristo” (Filipenses 3.12). Sim, não vou ficar parado, inerte e
enclausurado na derrota por que não alcancei a perfeição. Eu vou prosseguir! Eu
vou correr! Eu vou avançar para a meta com o fim de obter a vitória do supremo
chamado de Deus por meio de Jesus Cristo (v.14). Eu sei que mesmo não vivendo
100% do que prego, e até pregando o que vivo atabalhoadamente estou convicto
pelas Escrituras que estou sendo transformado de glória em glória na imagem do
Cristo pelo poder do Espírito Santo que em mim habita (2Coríntios 3.18; cf.
Romanos 8.29).
Eu sei de uma coisa que não sou o que
eu era (pecador não arrependido), e também não sou ainda o que devo ser (filho
aperfeiçoado). Mas quando, o meu Senhor, se manifestar em Sua vinda serei
semelhante a Ele, porque o verei como Ele é (1João 3.2), e terei um corpo igual
ao corpo de Sua glória (Filipenses 3.21), e, indizivelmente participarei da
natureza divina (1Pedro 1.4).
Que Deus nos ajude a pregar essa
verdade tão altaneira!
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