Uma experiência
teológica e uma Teologia que deságua numa espiritualidade.
Os pentecostais antes de analisar
a lógica do Pentecostes, participam da experiência pentecostal. Antes mesmo de
formular grandes pontos da doutrina do batismo no Espírito, experimentam esta
gloriosa promessa. Os pentecostais antes mesmo de falar da água, eles a bebem!
Antes mesmo de falar sobre Jesus, eles desejam se aproximar de Jesus e
desfrutar de sua poderosa e gloriosa presença.
Jesus disse: “Se alguém tem sede,
venha a mim, e BEBA” (João 7.37), mas lamentavelmente muitos preferem ficar
admirando a água, analisando suas propriedades, estudando sua força e alcance e
etc., Os pentecostais se rendem à liberdade do Espírito Santo antes de serem
capazes de captar sua essência em qualquer sentido articulado das doutrinas
teológicas. Antes mesmo de um construto Sistemático das grandes verdades, nós
pentecostais almejamos experimentar e desfrutar a veracidade de tais doutrinas.
Não apenas cremos na Bíblia, queremos experimentar sua realidade espiritual em
nossas vidas e ministérios. Não queremos ser meros teóricos das doutrinas, mas
cristãos apaixonados e emocionalmente envolvidos com estas verdades.
O pentecostalismo experiencial
não se satisfaz com os grandes postulados doutrinários, mas deseja deleita-se
na presença de Deus. O alvo da experiência pentecostal não é o desfrute da
sensação sensorial, mas o deleite naquele em cuja presença há abundância de
alegria (Salmo 16.11). Os pentecostais almejam a plenificação do conhecimento DE
Deus, não teorias teológicas do conhecimento SOBRE Deus.
Os pentecostais não se engajam
primeiro num labor teológico, eles oram a Deus e buscam viver aquela teologia
que está disponível na Bíblia a todos aqueles que creem! Como filhos e filhas
de Deus os pentecostais abraçam a Promessa do Pai. Eles buscam o batismo com o
Espírito Santo e fogo!
Aqui, pelo menos a princípio, não
temos uma teologia que deságua numa espiritualidade, mas uma espiritualidade ou
experiência do indivíduo ou comunidade na história bíblica de Deus,
concretizada em Jesus Cristo que se torna possível pelo Espírito Santo. Daí
surge um labor teológico fervoroso e experiencial!
Nós pentecostais não fazemos
teologia para debates áridos, mas para vivencia frutíferas. Não miramos simplesmente
a mente, mas o coração. Não buscamos apenas a luz, mas o fogo também!
Vale pontuar que essa
espiritualidade ou experiência pentecostal não é buscada em si mesma ou
centrada no indivíduo que a busca. Deve-se ter em mente que a espiritualidade
pentecostal é uma crença central em Jesus como o centro do mundo, da Igreja, da
vida e do ministério cristão. Na experiência pentecostal vê-se um evangelho
filtrado através de uma forte ênfase na cruz, na ressurreição, na exaltação e
na volta de Jesus Cristo. Pode-se dizer que todo labor teológico dos
pentecostais flui de e para Jesus Cristo. Somos o povo da pregação que postula
Jesus como Salvador, Santificador, Batizador, Curador e Noivo e Rei que
voltará!
A construção teológica origina-se
nesta experiência pentecostal dada a nós pelo Cristo ressurreto elevando o
edifício sobre um fundamento cristocêntrico para a proclamação dos distintivos
históricos do Pentecostalismo clássico: Jesus salva, Jesus santifica, Jesus
cura, Jesus batiza com o Espírito Santo e Jesus Voltará para arrebatar Sua
igreja, e para implantar o Seu reino milenar.
Ao mesmo tempo, essa
espiritualidade ou experiência pentecostal que é cristocêntrica acentua
claramente a obra do Espírito Santo como o componente mais essencial de viver
uma vida semelhante a Cristo. Doravante “o movimento para a reflexão teológica
nasce desta ênfase no Espírito de Cristo, e embora a articulação teológica
possa começar com a doutrina (ou outros pontos de partida), o desenvolvimento
da doutrina pentecostal sempre passa por um encontro pessoal com Cristo através
do Espírito Santo. Nesse sentido, a Teologia Pentecostal começa como uma
espiritualidade consistente com a tradição mística cristã. A teologia da
tradição pentecostal está profundamente enraizada na natureza da experiência de
Pentecostes"[1].
Ivan
Teixeira.
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