quinta-feira, 8 de junho de 2017

MUDANÇA DE MENTALIDADE: DE EVENTO PARA DISCIPULADO!


Confesso que estou exausto de tanto realizar ou participar de eventos! Eventos e mais eventos são elaborados e distribuídos para as pessoas se envolverem. Muitas de nossas igrejas locais estão empanturradas de eventos e programações. Essa é uma mentalidade cruel, exaustiva e descentralizadora do que as Escrituras nos têm chamado a nos dedicar.
Os pastores Colin Marshall e Tony Payne fizeram a seguinte observação:
Tipicamente, as igrejas adotam uma abordagem de evangelização baseada em eventos. Elas usam eventos variados para proclamar o evangelho: reuniões da igreja, cultos evangelísticos, reuniões de missões, café de homens, jantar de mulheres e muitos outros ajuntamentos criativos. A fim de parecerem bem-sucedidas, as igrejas continuam mantendo mais e mais desses eventos.

No afã de evangelizar, muitas igrejas locais promovem mais e mais eventos. No entanto, em muitos destes eventos os próprios membros das igrejas são irregulares na frequência. Se gasta muita energia na elaboração e realização do evento. Quando termina o espetáculo o povo está exausto e, percebe-se que não houve crescimento espiritual. Isso sem falar daquelas intermináveis e cansativas reuniões de ministério, que mais enfadam do que edificam.
Essa “mentalidade de eventos” é a responsável pelo desvio bíblico da “mentalidade de treinamento e discipulado” dos santos para o desempenho do serviço cristão. Em vez de treinar os santos para a obra do ministério, muitos estão divertindo os membros das igrejas locais com shows e espetáculos de entretenimento. Em vez de alimentar as ovelhas, os bodes estão sendo entretidos! No lugar de energizar as pessoas com as verdades espirituais, muitos estão exaurindo as forças do povo de Deus com eventos e mais eventos, festas e mais festas, programas e mais programas. As pessoas são meras peças na engrenagem denominacional.
Essa “mentalidade de eventos” têm erguido novos ministérios nas igrejas locais: ministério de evento, ministério de shows, ministério de danças, ministério de cortina, ministério dos lanches e etc. Tais ministérios têm exaurido tempo e energia preciosos que deveriam ter sido canalizados na obra do ministério daquilo que chamo de “mentalidade de treinamento” ou “mentalidade de discipulado”.
A abordagem atual da “mentalidade de evento” se ocupa na realização de cruzadas, shows, louvorzão, marchas, desfiles, caça talentos, reality shows e etc.
Nesta ora exorto a você a mudar radicalmente para a “mentalidade de treinamento ou discipulado”. Isso será possível pelo poder do Espírito Santo e submissão às Escrituras. Creio que todo verdadeiro avivamento, reforma e revitalização é resultado de um retorno às Escrituras Sagradas.

Jesus e os apóstolos
O Senhor Jesus e Seus apóstolos não possuíam uma “mentalidade de evento”. Nosso Senhor não gastava energia e nem o tempo das pessoas realizando grandes eventos ou concentrações e shows. Ele se empenhava em ensinar as grandes verdades do Reino de Deus (cf. Mt 5–7). Em Marcos 1.38, lemos sobre o propósito primário do ministério terreno do Senhor Jesus: “Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de que Eu pregue também ali, pois para isto é que Eu vim”. Seu objetivo era ensinar as pessoas e chamá-las ao arrependimento e a fé no Deus justo e amoroso (Mc 1.14-15).
O Senhor Jesus não se empenhava na elaboração de grandes eventos, e nem em grandes programas maçantes, mas dedicava-se peremptoriamente a discipular pessoas para o Reino de Deus. Jesus se preocupava com o Reino de Deus, não com o “reino dos eventos”. Nós temos esquecido as realizações do Reino de Deus – “mentalidade de discipulado”, e abraçado a “mentalidade de evento” – shows e etc.

Contraste entre as duas mentalidades
A “mentalidade de evento” é comida e bebida, mas a “mentalidade de discipulado” é justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm 14.17).
A “mentalidade de evento” consiste em palavras persuasivas da sabedoria humana (1Co 4.20ª; 2.4ª), mas a “mentalidade de discipulado” consiste no poder de Deus e na demonstração do Espírito Santo (1Co 2.4b; 4.20b).
A “mentalidade de evento” postula o denominacionalismo patologizado que desgasta as pessoas por meio das programações e eventos intermináveis, iludindo-as com o pensamento de que estão fazendo a obra de Deus (na realidade estão fazendo eventos para si mesmos!), porém a “mentalidade de discipulado” postula igrejas saudáveis, fundamentadas na Palavra e na Oração, para o crescimento e a maturidade dos membros e, consequentemente a evangelização dos perdidos.
A “mentalidade de evento” escraviza às pessoas em atividades legalistas. Já a “mentalidade de discipulado” chama às pessoas para adornar o evangelho por meio de uma vida piedosa.
A “mentalidade de evento” está preocupada com realizações fantásticas e marqueteiras como: “transforma pedras em pães”; “pular de cima do pináculo do templo” e “ajoelhar-se aos pés das demandas secularistas”. A “mentalidade de discipulado” entende que nem só de pão viverá o homem, mas de toda Palavra que sai da boca de Deus. A “mentalidade de treinamento” não tenta ao Senhor Deus e também não abre mão do verdadeiro objeto da adoração – o Deus Triúno!

Não se preocupe com a publicidade!
A “mentalidade de evento” se preocupa com a publicidade. Enquanto a “mentalidade de treinamento ou discipulado” se preocupa com o crescimento paciente.
Você deve se lembrar de que o Senhor fez uma advertência veemente para que o leproso não o expusesse a publicidade (cf. Mc 1.43-45). Essa advertência não é a da mentalidade de “evento”, mas a de “discipulado”. A “mentalidade de evento” quer publicidade. Aliás, depende dela para a realização da sua agenda. No entanto, a “mentalidade de discipulado” almeja gerar uma atitude de testemunho da grandeza de Deus ao povo. O Senhor Jesus insistiu com o leproso para que sua cura fosse um “testemunho ao povo” (v.44), e não uma publicidade marqueteira para promoção de um curandeiro.
A desobediência do leproso a ordem do Senhor promoveu um impedimento para que o Senhor Jesus continuasse Seu ministério de ensino. A publicidade da cura prejudicou o ministério de ensino do Senhor Jesus (Mc 1.45) e desviou a atenção do povo para longe da mensagem.
Num certo sentido a “mentalidade de publicidade” é oriunda dos demônios. Veja que em Marcos 3.12, o Senhor Jesus advertiu severamente “os espíritos imundos” que o não expusesse à publicidade. A orientação do Senhor Jesus ao leproso curado foi sobre a “mentalidade de testemunho”.
Aqui são dignas de nota as palavras do pastor Caio Fábio:
Agora, compare isto com os modelos de “igreja” atuais. Sim; com a ênfase na propaganda, no mercado, nos nichos, na promoção, no show da fé, na massificação sem rosto, no crescimento quantitativo, na artificialidade dos modelos de crescimento piramidal; ou ainda: compare com a venda do “Evangelho” como produto de salvação; sempre para fora; sempre para o mercado; sempre segundo a Coca-Cola, ou a Pepsi, e nunca segundo Jesus; o Qual, entre nós, fazia tudo com discrição, sem o afã das promoções; e que mais que frequentemente, pedia que d’Ele não se fizesse propaganda, ou que se O expusesse à publicidade; posto que Seu modus operandi cumprisse a profecia que dizia: “Nas praças [Ele] não fará ouvir a Sua voz!”.
O que isto significa? Que não se pode fazer propaganda de Jesus?
Sim; significa isto mesmo!
O Jesus propaganda é o Jesus do Mercado; é o Jesus do Bazar; é o Jesus da Venda; é o Jesus do Mundo!
Na realidade se diz que “a fama de Jesus corria por toda parte”[1] e que “as multidões vinham ouvi-Lo de todos os lugares”.
Todavia, isso acontecia porque acontecia; porque era verdade; porque não se consegue esconder a luz; porque se o sal for jogado na terra nota-se a diferença pelo sabor; porque se a semente virar árvore as aves dos céus a encontram com naturalidade; porque o achar da “pérola de grande valor” faz aquele que a acha sair alegre com tal descoberta; porque o “tesouro escondido no campo”, uma vez que nele se tropece, faz o achador vender tudo e comprar o campo, a qualquer custo ou preço, tornando qualquer esforço apenas um ganho, uma alegria!
Assim deveria crescer o “reino de Deus” entre os homens; e assim deveria ser com a Igreja dos discípulos de Jesus como expressão do “reino de Deus” na História[2].

Eu creio nisso e luto perseverantemente por uma mentalidade de discípulo e de treinamento.
Não esposo essa mentalidade marqueteira, de eventos e programas sem fins que mais cansam o povo do que promove renovação e crescimento nas verdades do santo evangelho. Precisamos mudar radicalmente nossa mentalidade!


IVAN TEIXEIRA
Minister Verbi Divini


[1] Isso difere diametralmente do marketing das igrejas de hoje. Algo forçado, programado, mascarado e maquiado.

3 comentários:

  1. Louvado Seja DEUS,Lembro-me,`Quando JESUS adverte,PAREM DE TRANSFORMAR A CASA DE MEU PAI EM,MERCADO.
    Forte heim.PR Ivan Teixeira,e quando estamos dentro de um Ministério que vive,tais coisas Nois como membros pequenissimos,porém já nos demos contas de que isto não nos Agrada,o que podemos Fazer??..Há uma passagem que nos vai dizer,que é bom que haja entre nois,pessoas para discutirem,estes Assuntos né isto?acontece que ninguém nos dar idéia.!!E o que fazer??

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  2. Louvado Seja DEUS,Lembro-me,`Quando JESUS adverte,PAREM DE TRANSFORMAR A CASA DE MEU PAI EM,MERCADO.
    Forte heim.PR Ivan Teixeira,e quando estamos dentro de um Ministério que vive,tais coisas Nois como membros pequenissimos,porém já nos demos contas de que isto não nos Agrada,o que podemos Fazer??..Há uma passagem que nos vai dizer,que é bom que haja entre nois,pessoas para discutirem,estes Assuntos né isto?acontece que ninguém nos dar idéia.!!E o que fazer??

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    1. particularmente preserve o evangelho tal como tens recebido e tendo oportunidade pregue as grandes verdades, pois elas irão confrontar e derrotar os erros.

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