Confesso que
estou exausto de tanto realizar ou participar de eventos! Eventos e mais
eventos são elaborados e distribuídos para as pessoas se envolverem. Muitas de
nossas igrejas locais estão empanturradas de eventos e programações. Essa é uma
mentalidade cruel, exaustiva e descentralizadora do que as Escrituras nos têm
chamado a nos dedicar.
Os pastores Colin Marshall e Tony Payne fizeram a seguinte observação:
Tipicamente,
as igrejas adotam uma abordagem de evangelização baseada em eventos. Elas usam
eventos variados para proclamar o evangelho: reuniões da igreja, cultos
evangelísticos, reuniões de missões, café de homens, jantar de mulheres e
muitos outros ajuntamentos criativos. A fim de parecerem bem-sucedidas, as
igrejas continuam mantendo mais e mais desses eventos.
No afã de
evangelizar, muitas igrejas locais promovem mais e mais eventos. No entanto, em
muitos destes eventos os próprios membros das igrejas são irregulares na
frequência. Se gasta muita energia na elaboração e realização do evento. Quando
termina o espetáculo o povo está exausto e, percebe-se que não houve
crescimento espiritual. Isso sem falar daquelas intermináveis e cansativas
reuniões de ministério, que mais enfadam do que edificam.
Essa
“mentalidade de eventos” é a responsável pelo desvio bíblico da “mentalidade de
treinamento e discipulado” dos santos para o desempenho do serviço cristão. Em
vez de treinar os santos para a obra do ministério, muitos estão divertindo os
membros das igrejas locais com shows e espetáculos de entretenimento. Em vez de
alimentar as ovelhas, os bodes estão sendo entretidos! No lugar de energizar as
pessoas com as verdades espirituais, muitos estão exaurindo as forças do povo
de Deus com eventos e mais eventos, festas e mais festas, programas e mais
programas. As pessoas são meras peças na engrenagem denominacional.
Essa
“mentalidade de eventos” têm erguido novos ministérios nas igrejas locais:
ministério de evento, ministério de shows, ministério de danças, ministério de
cortina, ministério dos lanches e etc. Tais ministérios têm exaurido tempo e
energia preciosos que deveriam ter sido canalizados na obra do ministério daquilo
que chamo de “mentalidade de treinamento” ou “mentalidade de discipulado”.
A abordagem
atual da “mentalidade de evento” se ocupa na realização de cruzadas, shows,
louvorzão, marchas, desfiles, caça talentos, reality shows e etc.
Nesta ora
exorto a você a mudar radicalmente para a “mentalidade de treinamento ou
discipulado”. Isso será possível pelo poder do Espírito Santo e submissão às
Escrituras. Creio que todo verdadeiro avivamento, reforma e revitalização é
resultado de um retorno às Escrituras Sagradas.
Jesus e os apóstolos
O Senhor Jesus
e Seus apóstolos não possuíam uma “mentalidade de evento”. Nosso Senhor não gastava
energia e nem o tempo das pessoas realizando grandes eventos ou concentrações e
shows. Ele se empenhava em ensinar as grandes verdades do Reino de Deus (cf. Mt
5–7). Em Marcos 1.38, lemos sobre o
propósito primário do ministério terreno do Senhor Jesus: “Vamos a outros
lugares, às povoações vizinhas, a fim de que Eu pregue também ali, pois para isto é que Eu vim”. Seu objetivo era ensinar as pessoas e
chamá-las ao arrependimento e a fé no Deus justo e amoroso (Mc 1.14-15).
O Senhor Jesus
não se empenhava na elaboração de grandes eventos, e nem em grandes programas maçantes,
mas dedicava-se peremptoriamente a discipular pessoas para o Reino de Deus. Jesus
se preocupava com o Reino de Deus, não com o “reino dos eventos”. Nós temos esquecido
as realizações do Reino de Deus – “mentalidade de discipulado”, e abraçado a
“mentalidade de evento” – shows e etc.
Contraste entre as duas mentalidades
A “mentalidade
de evento” é comida e bebida, mas a “mentalidade de discipulado” é justiça, paz
e alegria no Espírito Santo (Rm 14.17).
A “mentalidade
de evento” consiste em palavras persuasivas da sabedoria humana (1Co 4.20ª; 2.4ª),
mas a “mentalidade de discipulado” consiste no poder de Deus e na demonstração
do Espírito Santo (1Co 2.4b; 4.20b).
A “mentalidade
de evento” postula o denominacionalismo patologizado que desgasta as pessoas por
meio das programações e eventos intermináveis, iludindo-as com o pensamento de
que estão fazendo a obra de Deus (na realidade estão fazendo eventos para si
mesmos!), porém a “mentalidade de discipulado” postula igrejas saudáveis,
fundamentadas na Palavra e na Oração, para o crescimento e a maturidade dos
membros e, consequentemente a evangelização dos perdidos.
A “mentalidade
de evento” escraviza às pessoas em atividades legalistas. Já a “mentalidade de
discipulado” chama às pessoas para adornar o evangelho por meio de uma vida
piedosa.
A “mentalidade
de evento” está preocupada com realizações fantásticas e marqueteiras como:
“transforma pedras em pães”; “pular de cima do pináculo do templo” e “ajoelhar-se
aos pés das demandas secularistas”. A “mentalidade de discipulado” entende que
nem só de pão viverá o homem, mas de toda Palavra que sai da boca de Deus. A
“mentalidade de treinamento” não tenta ao Senhor Deus e também não abre mão do
verdadeiro objeto da adoração – o Deus Triúno!
Não se preocupe com a publicidade!
A “mentalidade
de evento” se preocupa com a publicidade. Enquanto a “mentalidade de
treinamento ou discipulado” se preocupa com o crescimento paciente.
Você deve se lembrar
de que o Senhor fez uma advertência veemente para que o leproso não o expusesse
a publicidade (cf. Mc 1.43-45). Essa advertência
não é a da mentalidade de “evento”, mas a de “discipulado”. A “mentalidade de
evento” quer publicidade. Aliás, depende dela para a realização da sua agenda.
No entanto, a “mentalidade de discipulado” almeja gerar uma atitude de
testemunho da grandeza de Deus ao povo. O Senhor Jesus insistiu com o leproso
para que sua cura fosse um “testemunho ao povo” (v.44), e não uma publicidade
marqueteira para promoção de um curandeiro.
A desobediência
do leproso a ordem do Senhor promoveu um impedimento para que o Senhor Jesus
continuasse Seu ministério de ensino. A publicidade da cura prejudicou o
ministério de ensino do Senhor Jesus (Mc 1.45) e desviou a atenção do povo para
longe da mensagem.
Num certo
sentido a “mentalidade de publicidade” é oriunda dos demônios. Veja que em Marcos 3.12, o Senhor Jesus advertiu
severamente “os espíritos imundos” que o não expusesse à publicidade. A
orientação do Senhor Jesus ao leproso curado foi sobre a “mentalidade de
testemunho”.
Aqui são dignas
de nota as palavras do pastor Caio Fábio:
Agora, compare isto com os modelos de “igreja” atuais.
Sim; com a ênfase na propaganda, no mercado, nos nichos, na promoção, no show
da fé, na massificação sem rosto, no crescimento quantitativo, na
artificialidade dos modelos de crescimento piramidal; ou ainda: compare com a
venda do “Evangelho” como produto de salvação; sempre para fora; sempre para o
mercado; sempre segundo a Coca-Cola,
ou a Pepsi, e nunca segundo Jesus; o
Qual, entre nós, fazia tudo com discrição, sem o afã das promoções; e que mais
que frequentemente, pedia que d’Ele não se fizesse propaganda, ou que se O
expusesse à publicidade; posto que Seu modus
operandi cumprisse a profecia que dizia: “Nas praças [Ele] não fará ouvir a
Sua voz!”.
O que isto significa? Que não se pode fazer propaganda
de Jesus?
Sim; significa isto mesmo!
O Jesus propaganda é o Jesus do Mercado; é o Jesus do
Bazar; é o Jesus da Venda; é o Jesus do Mundo!
Na realidade se diz que “a fama de Jesus corria por
toda parte”[1]
e que “as multidões vinham ouvi-Lo de todos os lugares”.
Todavia, isso acontecia porque acontecia; porque era
verdade; porque não se consegue esconder a luz; porque se o sal for jogado na
terra nota-se a diferença pelo sabor; porque se a semente virar árvore as aves
dos céus a encontram com naturalidade; porque o achar da “pérola de grande
valor” faz aquele que a acha sair alegre com tal descoberta; porque o “tesouro
escondido no campo”, uma vez que nele se tropece, faz o achador vender tudo e
comprar o campo, a qualquer custo ou preço, tornando qualquer esforço apenas um
ganho, uma alegria!
Assim deveria crescer o “reino de Deus” entre os
homens; e assim deveria ser com a Igreja dos discípulos de Jesus como expressão
do “reino de Deus” na História[2].
Eu creio nisso
e luto perseverantemente por uma mentalidade de discípulo e de treinamento.
Não esposo essa
mentalidade marqueteira, de eventos e programas sem fins que mais cansam o povo
do que promove renovação e crescimento nas verdades do santo evangelho.
Precisamos mudar radicalmente nossa mentalidade!
IVAN TEIXEIRA
Minister Verbi Divini
[1]
Isso difere diametralmente do marketing das igrejas de hoje. Algo forçado,
programado, mascarado e maquiado.
Louvado Seja DEUS,Lembro-me,`Quando JESUS adverte,PAREM DE TRANSFORMAR A CASA DE MEU PAI EM,MERCADO.
ResponderExcluirForte heim.PR Ivan Teixeira,e quando estamos dentro de um Ministério que vive,tais coisas Nois como membros pequenissimos,porém já nos demos contas de que isto não nos Agrada,o que podemos Fazer??..Há uma passagem que nos vai dizer,que é bom que haja entre nois,pessoas para discutirem,estes Assuntos né isto?acontece que ninguém nos dar idéia.!!E o que fazer??
Louvado Seja DEUS,Lembro-me,`Quando JESUS adverte,PAREM DE TRANSFORMAR A CASA DE MEU PAI EM,MERCADO.
ResponderExcluirForte heim.PR Ivan Teixeira,e quando estamos dentro de um Ministério que vive,tais coisas Nois como membros pequenissimos,porém já nos demos contas de que isto não nos Agrada,o que podemos Fazer??..Há uma passagem que nos vai dizer,que é bom que haja entre nois,pessoas para discutirem,estes Assuntos né isto?acontece que ninguém nos dar idéia.!!E o que fazer??
particularmente preserve o evangelho tal como tens recebido e tendo oportunidade pregue as grandes verdades, pois elas irão confrontar e derrotar os erros.
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