Aplaudidos
Ou Apedrejados?
Leitura Seleta: Atos
14.1-28.
Em sua primeira
viagem missionária Paulo e Barnabé estiveram pregando o evangelho de Jesus
Cristo em diversas cidades. Pela graça de Deus numerosas pessoas se arrependiam
de seus pecados e confessavam o santo nome de Jesus como Salvador e Senhor.
Quando em
Icônio, Paulo e Barnabé, entraram na sinagoga e pregavam o evangelho e, grande
multidão, tanto de judeus como de gregos, creram no Senhor (cf. At 14.1). Mas,
como sempre o evangelho não tem apenas aceitação, mas também oposição. Pois,
Lucas nos relata que “os judeus
incrédulos incitaram e irritaram os ânimos dos gentios contra os irmãos.”
(At 14.3).
Entretanto,
mesmo em meio à perseguição e oposição os apóstolos, Paulo e Barnabé, “[...] demoraram-se ali muito tempo, falando
ousadamente no Senhor, O qual confirmava a Palavra da Sua graça, concedendo que
por mão deles se fizessem sinais e prodígios.” (At 14.3). Eles, como
verdadeiros missionários, não abriram mão de pregarem o evangelho por causa da
oposição. Mas, o tumulto dos gentios e judeus cresceu mais e mais, associado
com as suas autoridades, para ultrajar e apedrejar os missionários Paulo e
Barnabé (At 14.4-5).
Quando Paulo e
Barnabé souberam que uma parte do povo estava pronta para ultraja-los e
apedreja-los, diz a Escritura, que eles literalmente fugiram para Listra e Derbe, cidades da Licaônica, e
circunvizinhança, onde anunciavam o evangelho do Senhor Jesus Cristo. (At
14.7). Aqui aprendemos: Existe momentos que é sábio fugir a enfrentar
determinados perigos. E neste texto os missionários fugiram. Fugir de situações
perigosas passou a ser uma constante na vida de Paulo. Ele escapou de Damasco
com a ajuda de amigos cristãos (At 9.25; 2Co 11.33). Quando os judeus de
Jerusalém procuraram mata-lo, ele fugiu para Cesaréia, onde embarcou num navio
para Tarso, sua cidade natal, ficando nove anos ali (At 9.30). Foi expulso da
Antioquia da Pisídia (At 13.10) e agora deve sair de Icônio, para a sua própria
segurança. Aprendemos que às vezes Deus nos livra quando nós mesmos fugimos do
perigo. Repito, às vezes é sábio fugir a enfrentar determinadas oposições. Nas
ocasiões citadas acima, Paulo fugiu e Deus lhe deu livramento preservando-o
para a grande obra missionária que ele realizou.
Chegando a
Listra Paulo, na autoridade do nome de Jesus Cristo, curou certo homem
aleijado, paralítico desde o seu nascimento, o qual jamais pudera andar (At 14.8-10).
E quando as multidões viram o milagre, começaram a ovacionar os apóstolos como
deuses em forma humana, querendo, por conseguinte, venerá-los e aplaudi-los
oferecendo-lhes sacrifícios (At 14.11-13).
Mas, quando os
apóstolos ouviram isso, externando sua humilhação por um ato externo, clamarão:
“Senhores, por que fazeis isto? Nós
também somos homens como vós, sujeitos aos mesmos sentimentos, e vos anunciamos
o evangelho para que destas coisas vãs vos convertais ao Deus vivo, que fez o
céu, a terra, o mar e tudo o que há neles” (At 14.15).
Que grande
exemplo para nós pregadores e cristãos! Em vez de receberem os elogios e
aplausos das multidões, Paulo e Barnabé “fugiram” do sucesso! Diferente de
muitos em nosso meio estes missionários preferiram não receber os elogios, mas
proclamar o Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles. Não
fomos chamados por Deus para “surfar” nas ondas dos aplausos e elogios das
multidões, mas para proclamar o evangelho do Cristo que morreu e ressuscitou e
que estar exaltado a Destra de Deus nas alturas.
Estes
missionários poderiam muito bem ter aceitado a propagação de seus nomes na “mídia”
de então. Mas, graças a Deus, eles não abriram mão da missão de pregar o
evangelho e exaltar a Cristo Jesus para propagarem a si mesmos por meio do
milagre que eles realizaram.
Notamos que
quando Paulo não aceitou ser ovacionado, aplaudido e reverenciado pela
multidão, esta mesma multidão, por meio do incitamento dos judeus de Antioquia
e Icônio, apedrejaram a Paulo e arrastando-o para fora da cidade, dando-o como
morto. (At 14.19).
Veja meus
amados, Paulo preferiu ser apedrejado a aplaudido pela multidão! Oh, se nós
cristãos do século XXI aprendêssemos deste grande bandeirante do cristianismo!
Pois, muitos dentre nós procuram o glamour, os aplausos, o ser exaltado, o
reconhecimento das massas sanguessedentas por ídolos a sofrer pelo nome de
Jesus Cristo. Mas, os verdadeiros missionários são chamados para sofrer pelo
nome de Jesus Cristo para a propagação do santo evangelho (Jesus disse a
respeito de Paulo: “este é para Mim um
instrumento escolhido para levar o Meu Nome perante os gentios e reis, bem como
perante os filhos de Israel; pois Eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer
pelo Meu Nome.” At 9.15-16). E quando eles sofrem se regozijam por isso. Os
apóstolos após serem açoitados e ameaçados para não falarem mais em o nome de
Jesus, eles se retiraram do Sinédrio, regozijando-se por terem sido
considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome (At 5.41). Não obstante as
ameaças e sofrimento eles não pararam de pregar o evangelho, pois lemos que “todos os dias, no templo e de casa em casa,
não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo” (At 5.42).
O quinhão de
todo filho e filha de Deus é o sofrimento nesta vida, pois se chamaram Belzebu
ao Senhor Jesus quanto mais seus filhos e filhas. Se o perseguiram e o mataram
quanto mais seus seguidores.
Amados irmãos e
irmãs não fomos chamados para uma zona de conforto. Não fomos chamados para
palestrar uma mensagem que massageia o ego da nossa geração narcisista. Não
fomos chamados para sermos ovacionados nos ombros das multidões. Fomos chamados
sim, para preencher o que resta das aflições de Cristo, na carne, a favor do
Seu corpo, que é a igreja (cf. Cl 1.24). Fomos chamados sim, se Deus assim
quiser, sermos apedrejados para que o santo evangelho de Jesus Cristo seja
conhecido e aceito pelas as pessoas.
Depois que
Paulo saiu de Listra ele foi para Derbe já recuperado das pedradas. Após,
fazerem muitos discípulos, voltaram para Listra, onde ele foi apedrejado. E
sabe qual foi a mensagem de Paulo? Ah, já sei! Tenham cuidado com as pedradas!
É claro que não! Em Atos 14.22, lemos:
“fortalecendo as almas dos discípulos,
exortando-os a permanecer firmes na fé, e mostrando que, através de muitas
tribulações, nos importa entrar no Reino de Deus”. Que contraste com o
cristianismo psicologizado e narcisista do século XXI! Vocês podem até sofrer
como eu sofri, dizia Paulo, mas permaneçam firmes na fé, pois as tribulações
são o quinhão do povo de Deus nesta terra.
Paulo preferiu
ser apedrejado a receber veneração, enquanto nossos pregadores e cantores
preferem à veneração a perseguição. Mas, lhes afirmo que nunca experimentaremos
um avivamento que desagua em missões enquanto nossos pregadores não forem
apedrejados!
Em Cristo Jesus, Ivan
Teixeira.
Minha consciência é
escrava da Palavra!
Soli Deo Glória!
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