domingo, 28 de maio de 2017

INTRODUÇÃO À BÍBLIA

Introdução à Bíblia

Um Tratado Sobre as Escrituras Sagradas


I. A Importância da Doutrina.
A doutrina da Bíblia (Bibliologia) é, quem sabe, a mais decisiva e fundamental de todas as doutrinas, pois o que realmente sabemos acerca de Deus e do nosso relacionamento com Ele, procede das Escrituras Sagradas.
O que cremos da Bíblia haverá de determinar, em grande medida, o que cremos acerca das outras doutrinas principais. Toda a nossa religião está baseada nas Escrituras.

II. Terminologia.
A. Bíblia.
Bibliologia é o Estudo das Escrituras Sagradas. O termo bibliologia vem de duas palavras gregas: bibli/a [biblía – Livros, Coleção de livros] e logi/a [logía – Discurso, Tratado, Fala], então podem afirmar que, Bibliologia, é o Discurso, Tratados ou Fala dos Livros ou da Coleção dos Livros Sagrados.

B. Escrituras.
O nome aplicado no Novo Testamento aos livros do Antigo é em grego ai9 grafai [hai grafaí], os escritos, ou em latim as Escrituras (Mt 21.42; 22.29; Jo 5.39). Também aparece a frase “Santas Escrituras” (Rm 1.2); e com uma forma diferente da palavra grega a expressão “Sagradas Letras” (2Tm 3.15).

C. Testamento.
A aplicação do termo “Testamento” já nos leva a considerar, não os diversos livros ou escritos sagrados, mas de certo modo, o seu principal assunto.
O termo hebraico tyrib;@ [berith] “Concerto, Aliança e Pacto”, é no Antigo Testamento grego (LXX) traduzido por diaqh/kh [diathékê], e esta é a palavra usada nos escritos do Evangelho, e depois aplicada à coleção dos livros do Novo Testamento. A Vulgata latina diz Novum Testamentum, donde deriva o título Novo Testamento. Se a expressão Novum Testamentum fosse equivalente a h9 kainh\ diaqh/kh [hê kainè diathékê – O Novo Testamento ou A Nova Aliança] não seria preciso dizer mais nada sobre o assunto. Mas, propriamente falando, não é assim, nem é certo que a estranha significação do título tenha sido bem determinada num uso de séculos.

D. A Lei, os Profetas e os Salmos.
01. A Lei e os Profetas.
As referências do Novo Testamento a essa divisão das Escrituras judaicas são interessantes. É mencionada “A Lei” nos lugares onde se faz uma alusão clara ou uma citação do Pentateuco (Mt 12.5; 22.36; Lc 10.26). Mas, em conformidade com a reverência particular dos judeus a esta porção das Sagradas Escrituras, o termo “Lei” torna-se geralmente uma designação do Antigo Testamento, e é assim usado com referência a citações dos Salmos (Jo 10.34; 12.34; 15.25) e de Isaías (1Co 14.21). Um título mais completo para designar o Antigo Testamento é de “A Lei e os Profetas” (Mt 5.17; 7.12; 22.40; Lc 16.29; 24.27; Rm 3.21).

02. A Lei, os Profetas e os Salmos.
Uma só vez se faz referência especial às três divisões da coleção hebraica: ...Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas e nos Salmos (Lc 24.44). Aqui os Salmos compreendem a terceira divisão, ou são acrescentados por Jesus à “Lei e os Profetas”, como sendo o livro mais familiar e precioso, rico de predições a respeito do Messias.

E. Palavra de Deus.
Que significa a frase “a Palavra de Deus”? Na verdade, há vários significados que essa frase assume na Bíblia. Vale a pena distinguir claramente esses diferentes sentidos no começo deste estudo.

01. “A Palavra de Deus” Como Pessoa: Jesus Cristo.
Às vezes a Bíblia refere-se ao Filho de Deus como “a Palavra (Verbo) de Deus” (cf. Ap 19.13; Jo 1.1,14).


02. “A Palavra de Deus” Como Comunicação Verbal de Deus.
(a) Os Decretos de Deus.
Às vezes as Palavras de Deus tomam a forma de Decretos poderosos que causam eventos ou até mesmo trazem coisas à existência. Disse Deus: Haja luz; e houve luz (Gn 1.3; 1.24; vd. Sl 33.6).


(b) Palavras de Deus de Aplicação Pessoal.
Deus às vezes se comunica com pessoas sobre a terra falando diretamente a elas. Esses casos são exemplos de Palavra de Deus de aplicação pessoal e encontram-se através das Escrituras (cf. Gn 2.16-17; 3.16-19; Ex 20.1-3; Mt 3.17).


(c) Palavras de Deus Comunicadas Por Lábios Humanos.
Com freqüência nas Escrituras Deus levanta profetas para falar por meio deles. É evidente que embora sejam palavras humanas, faladas em linguagem humana comum por seres humanos comuns, sua autoridade e veracidade não sofrem nenhuma redução; ainda são inteiramente Palavras de Deus (cf. Dt 18.18–20; Jr 1.7,9; Ex 4.12; Nm 22.38; 1Sm 15.3, 18, 23; 1Rs 20.36; 2Cr 20.20; 25.15-16; Is 30.12-14; Jr 6.10-12; 36.29-31). Qualquer pessoa que alegasse estar falando pelo SENHOR, mas que não tivesse recebido uma mensagem da parte dEle era severamente punida (Ez 13.1-7; Dt 18.20-22).


(d) Palavras de Deus em Forma Escrita (Bíblia).
Além das Palavras de Deus em forma de Decreto, das Palavras de Deus de Aplicação Pessoal e das Palavras de Deus comunicadas por Lábios Humanos, também encontramos nas Escrituras várias situações em que as Palavras de Deus são colocadas em Forma Escrita (Ex 31.18; Ex 32.16; 34.1,18; Dt 31.9-13, 24-26; Js 24.26; Is 30.8; Jr 30.2; cf. Jr 36.2-4, 27-31; 51.60). É de suma importância ler todas estas referências!

Várias vantagens advêm das Palavras de Deus em Forma Escrita.
Em primeiro lugar, há a preservação muito mais precisa das Palavras de Deus para gerações seguintes (cf. Dt 31.12-13).

Em segundo lugar, oportunidade para exame repetido das Palavras escritas permite estudo cuidadoso e discussão, que levam o melhor entendimento e obediência mais completa.


Em terceiro lugar, as Palavras de Deus em Forma Escrita são acessíveis a muito mais pessoas do que quando preservadas meramente por meio da memória e da repetição oral.

IVAN TEIXEIRA
Minister Verbi Divini

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