segunda-feira, 8 de maio de 2017

MUDANÇA DE MENTALIDADE MINISTERIAL

Mudanças Radicais Para Construção de Igrejas Saudáveis


Em 2ª Coríntios 10.4-5, Paulo escreveu: “Porque as armas da nossa malícia não são carnais, e, sim, poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo pensamento (gr. νόημα) à obediência de Cristo”.
Compreendo que minha responsabilidade, como pastor e pregador do evangelho é levar “cativo todo pensamento à obediência de Cristo”. Para isso, devo empenhar-me a expor todo o Conselho de Deus. A Palavra de Deus além de desconstruir as fortalezas dos sofismas, aprisiona nossa mente para obedecer ao único Senhor e Deus, Jesus Cristo.
Preciso convencer as pessoas da importância de uma mente nutrida pela Palavra do evangelho. Essa nutrição mudará radicalmente a mentalidade atual de muitas pessoas na igreja local e no ministério pastoral. Tal mudança torna-se imperativa para construção de igrejas locais saudáveis, visto que uma mentalidade empresarial, marqueteira e de entretenimento e do pragmatismo têm prevalecido em muitas igrejas e ministérios.
Entendo que a maioria dos líderes das igrejas locais precisa fazer uma mudança consciente – do estabelecimento e manutenção de estruturas para o crescimento de pessoas que são discípulos que fazem discípulos de Cristo.
Mudanças radicais de mentalidades talvez sejam dolorosas e lentas, exigindo perseverança, no entanto são necessárias para termos igrejas saudáveis.

Quais mudanças radicais de mentalidades nós precisamos?
A primeira delas é:
I. DO REALIZAR PROGRAMAS PARA O EDIFICAR PESSOAS.
É lastimável ver como os pastores estão fascinados por programas! Muitos buscam programas e mais programas para implantá-los nas igrejas locais na esperança de um crescimento numérico.
Muitos ficam na torre de vigia aguardando a novidade do mercado da fé sobre plantação, crescimento e explosão de igreja. Muitos líderes são fascinados por estratégias e programas. O veneno do pragmatismo tem sido injetado na veia ministerial de muitas igrejas locais.
No entanto, exorto cada um de nós para termos uma “mentalidade de edificação”. Em vez de uma “mentalidade de programas”, nós precisamos cultivar uma mentalidade que fixa nosso pensamento nas pessoas da igreja instruindo-as ao crescimento e a maturidade cristã para que seus dons e ministérios possam ser exercidos para a glória de Deus.
Fixar-se apenas em programas e querer encaixar as pessoas nesses programas pode ser fatalmente prejudicial à saúde espiritual das pessoas na igreja local. As pessoas não são meras peças da engrenagem de uma grande máquina denominacional, mas são membros do Corpo de Cristo que precisam de aperfeiçoamento “para o desempenho do seu serviço, para a edificação” “de si mesmo em amor” (cf. Ef 4.12 e 16).
Vejo muitos pares ministeriais correndo loucamente atrás dos mais populares programas para fazerem suas igrejas locais crescerem. No entanto, entendo que isso é seguir a agenda do mundo. É sucumbir ao canto da sereia do pragmatismo.
Como pastores bíblicos nós não usamos as pessoas, mas ministramos a elas! Não encaixamos as pessoas em nossos programas eclesiásticos, mas edificamos vidas por meio da pregação do santo evangelho. Para pastores com mentalidade bíblica as pessoas não são meras peças na engrenagem denominacional, mas membros do Corpo espiritual de Cristo que precisam ser revestidas dos dons para exercer o ministério (cf. 1Co 12).
Pastores que têm uma “mentalidade de programa” são aqueles que constroem grandes impérios. Os pastores que abraçam uma “mentalidade de edificação” constroem igrejas saudáveis.
Pastores com uma “mentalidade de edificação” zelam pelo povo “com zelo de Deus, visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo” (2Co 11.2).

Atividades espirituais e não programas infindáveis!
A meta do ministério deveria ser gerar nas pessoas as atitudes espirituais corretas[1].
A meta de um pastor e dos líderes de uma igreja local deve ser produzir atitudes espirituais nos corações das pessoas para que elas se dediquem as atividades espirituais. Eles não podem simplesmente dizer ao povo: “façam isso; se envolvam naquilo outro!”. Não, pelo contrário, os pastores e líderes precisam se empenhar para que as atitudes espirituais sejam geradas nos crentes que os motivarão a desenvolver um comportamento correto e um crescimento sadio. Por isso, vemos a importância de enfatizar o fruto do Espírito Santo (Gl 5.22-23), o caráter de Cristo sendo formado em nós (Rm 8.29) e o fortalecimento do homem interior com poder, mediante o Espírito Santo (Ef 3.16).
No entanto, tristemente, vemos pastores transitando de um programa para outro na esperança de crescimento. Eles mudam os programas e estratégias de tempo em tempo, mas as pessoas continuam sem mudanças. Tais líderes possuem estruturas diferentes, mas as pessoas não mudam de vida. Muda-se a roupagem organizacional, mas o organismo vivo está definhando.
Nós pastores não somos chamados para encher a vida e o tempo dos membros da igreja local de atividades sem fins, de programações infindáveis. Somos chamados “para promover a fé que é dos eleitos de Deus e o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade, na esperança da vida eterna que o Deus que não pode mentir prometeu, antes dos tempos eternos,” (Tt 1.1-2).
Quando os pastores instruem as pessoas nas verdades de Deus suas vidas serão impactadas e mudadas. E no tempo certo se desenvolverá os programas apropriados para o desempenho dos trabalhos na igreja local.
Ocupe-se com as pessoas, não com programas!

IVAN TEIXEIRA
Minister Verbi Divini




[1] MACARTHUR, John. El Plan del Señor para la Iglesia, p.29. Grand Rapids, Michigan 49505, USA: Editorial Portavoz, 2005.

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