Mudanças Radicais Para Construção de Igrejas Saudáveis
Em 2ª Coríntios 10.4-5, Paulo escreveu:
“Porque as armas da nossa malícia não são carnais, e, sim, poderosas em Deus,
para destruir fortalezas, anulando sofismas e toda altivez que se levante
contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo pensamento (gr. νόημα) à obediência de Cristo”.
Compreendo que
minha responsabilidade, como pastor e pregador do evangelho é levar “cativo
todo pensamento à obediência de Cristo”. Para isso, devo empenhar-me a expor
todo o Conselho de Deus. A Palavra de Deus além de desconstruir as fortalezas
dos sofismas, aprisiona nossa mente para obedecer ao único Senhor e Deus, Jesus
Cristo.
Preciso
convencer as pessoas da importância de uma mente nutrida pela Palavra do
evangelho. Essa nutrição mudará radicalmente a mentalidade atual de muitas
pessoas na igreja local e no ministério pastoral. Tal mudança torna-se
imperativa para construção de igrejas locais saudáveis, visto que uma
mentalidade empresarial, marqueteira e de entretenimento e do pragmatismo têm
prevalecido em muitas igrejas e ministérios.
Entendo que a
maioria dos líderes das igrejas locais precisa fazer uma mudança consciente –
do estabelecimento e manutenção de estruturas
para o crescimento de pessoas que são
discípulos que fazem discípulos de Cristo.
Mudanças
radicais de mentalidades talvez sejam dolorosas e lentas, exigindo
perseverança, no entanto são necessárias para termos igrejas saudáveis.
Quais mudanças radicais de mentalidades nós
precisamos?
A primeira delas é:
I. DO REALIZAR PROGRAMAS PARA O EDIFICAR PESSOAS.
É lastimável
ver como os pastores estão fascinados por programas! Muitos buscam programas e
mais programas para implantá-los nas igrejas locais na esperança de um
crescimento numérico.
Muitos ficam na
torre de vigia aguardando a novidade do mercado da fé sobre plantação,
crescimento e explosão de igreja. Muitos líderes são fascinados por estratégias
e programas. O veneno do pragmatismo tem sido injetado na veia ministerial de
muitas igrejas locais.
No entanto,
exorto cada um de nós para termos uma “mentalidade de edificação”. Em vez de
uma “mentalidade de programas”, nós precisamos cultivar uma mentalidade que
fixa nosso pensamento nas pessoas da igreja instruindo-as ao crescimento e a maturidade
cristã para que seus dons e ministérios possam ser exercidos para a glória de
Deus.
Fixar-se apenas
em programas e querer encaixar as pessoas nesses programas pode ser fatalmente
prejudicial à saúde espiritual das pessoas na igreja local. As pessoas não são
meras peças da engrenagem de uma grande máquina denominacional, mas são membros
do Corpo de Cristo que precisam de aperfeiçoamento “para o desempenho do seu
serviço, para a edificação” “de si mesmo em amor” (cf. Ef 4.12 e 16).
Vejo muitos
pares ministeriais correndo loucamente atrás dos mais populares programas para
fazerem suas igrejas locais crescerem. No entanto, entendo que isso é seguir a
agenda do mundo. É sucumbir ao canto da sereia do pragmatismo.
Como pastores
bíblicos nós não usamos as pessoas, mas ministramos a elas! Não encaixamos as
pessoas em nossos programas eclesiásticos, mas edificamos vidas por meio da
pregação do santo evangelho. Para pastores com mentalidade bíblica as pessoas
não são meras peças na engrenagem denominacional, mas membros do Corpo
espiritual de Cristo que precisam ser revestidas dos dons para exercer o
ministério (cf. 1Co 12).
Pastores que
têm uma “mentalidade de programa” são aqueles que constroem grandes impérios.
Os pastores que abraçam uma “mentalidade de edificação” constroem igrejas
saudáveis.
Pastores com
uma “mentalidade de edificação” zelam pelo povo “com zelo de Deus, visto que
vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é
Cristo” (2Co 11.2).
Atividades espirituais e não programas
infindáveis!
A meta do
ministério deveria ser gerar nas pessoas as atitudes espirituais corretas[1].
A meta de um
pastor e dos líderes de uma igreja local deve ser produzir atitudes espirituais
nos corações das pessoas para que elas se dediquem as atividades espirituais.
Eles não podem simplesmente dizer ao povo: “façam isso; se envolvam naquilo
outro!”. Não, pelo contrário, os pastores e líderes precisam se empenhar para
que as atitudes espirituais sejam geradas nos crentes que os motivarão a
desenvolver um comportamento correto e um crescimento sadio. Por isso, vemos a
importância de enfatizar o fruto do Espírito Santo (Gl 5.22-23), o caráter de
Cristo sendo formado em nós (Rm 8.29) e o fortalecimento do homem interior com
poder, mediante o Espírito Santo (Ef 3.16).
No entanto,
tristemente, vemos pastores transitando de um programa para outro na esperança
de crescimento. Eles mudam os programas e estratégias de tempo em tempo, mas as
pessoas continuam sem mudanças. Tais líderes possuem estruturas diferentes, mas
as pessoas não mudam de vida. Muda-se a roupagem organizacional, mas o
organismo vivo está definhando.
Nós pastores
não somos chamados para encher a vida e o tempo dos membros da igreja local de
atividades sem fins, de programações infindáveis. Somos chamados “para promover
a fé que é dos eleitos de Deus e o pleno conhecimento da verdade segundo a
piedade, na esperança da vida eterna que o Deus que não pode mentir prometeu,
antes dos tempos eternos,” (Tt 1.1-2).
Quando os pastores
instruem as pessoas nas verdades de Deus suas vidas serão impactadas e mudadas.
E no tempo certo se desenvolverá os programas apropriados para o desempenho dos
trabalhos na igreja local.
Ocupe-se com as
pessoas, não com programas!
IVAN TEIXEIRA
Minister Verbi Divini
[1]
MACARTHUR, John. El Plan del Señor para
la Iglesia, p.29. Grand Rapids, Michigan 49505, USA: Editorial Portavoz,
2005.
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