DESABAFO DE UM CRISTÃO, PASTOR E PREGADOR
Altissonantemente
eu declaro meu amor pela igreja de Cristo e sua expressão visível numa
denominação ou igreja local que esforçar-se a ser fiel a Deus e ao Seu
evangelho revelado em Cristo Jesus sob a égide do Espírito Santo. Porém, tenho
repugnância ao institucionalismo (sacramentalismo ou ao denominacionalismo) –
que trata as variadas regras, costumes e sistemas de autoridades de uma
organização como sendo mais importantes do que as próprias pessoas. Isso mesmo,
as pessoas são sacrificadas não por causa do evangelho, mas pela instituição ou
denominação em si.
Vemos esse
denominacionalismo quando a espiritualidade e a moralidade se tornam embutidas
na estrutura impessoal e autoritária de uma instituição, e certas pessoas se
auto-instituem-se inspetoras sagradas para impor as regras sobre os ombros das
pessoas para que vivam em conformidade à instituição e não ao evangelho.
O código da
denominação é sagrado e não há lugar para ação de Deus Espírito Santo para
renovação, reforma e avivamento por meio da Palavra, pois o que deve prevalecer
é o costume denominacional. A bola da vez, por assim dizer, não é O QUE DIZ A
BÍBLIA, mas, sim, O QUE DIZ NOSSA INSTITUIÇÃO (ou líder, bispo, papa, apóstolo e
etc.).
Os homens e as
mulheres que demonstram uma habilidade maior para se conformarem aos códigos da
instituição (será que posso dizer: PUXAR-SACO!?) crescem e obtêm cargos
maiores e imerecidos na dita instituição. Enquanto os homens e mulheres que são
incapazes, segundo eles, de se manterem corretos, robotizados, politicados,
dentro dos limites bestiais das ideias denominacionalistas, recebem reprimenda
e são tachados como rebeldes, ou, pior, são excluídos do grupo e nunca vão
crescer no ministério ou na dita instituição ou denominação. Com tudo isso, a
graça e a misericórdia se esvaem, e o amor e a beleza são eliminados e, pior, o
evangelho é rejeitado pelo orgulho institucional ou denominacional.
A palavra de
ordem hoje é: você precisa se adaptar ao sistema, em vez de ser: você precisa
se conformar a Cristo!
Quando fui levado
à ordenação ministerial tive que preencher uma ficha que trazia uma opção: VOCÊ
SERÁ FIEL AO MINISTÉRIO/CONVENÇÃO ATÉ A MORTE? Confesso que fiquei confuso,
atordoado, pois não queria entender o que estava tão claro. Na época com 21
anos de idade, pensei: será que erraram o versículo? Não seria VOCÊ SERÁ FIEL A
CRISTO ATÉ A MORTE? Indaguei ao pastor ao lado, ele me disse: ASSINA LOGO!!!!
Assinei com a mão (caneta), mas não assinei com o coração!!! Os inspetores do
sistema me diziam: queres crescer aqui, então se adapte! Sim, EU respondia! E
então? Diziam eles. Mas quero me adaptar ao Reino de Deus e a Cristo! –
replicava. E o olhar deles era indescritível!
Hoje, 15 anos
depois, continuo amando mais e mais a igreja de Cristo e sua expressão visível
na igreja local, mas DETESTO o denominacionalismo, o sacramentalismo e o
denominacionalismo. Estes têm matado e arruinado filhos de obreiros e pastores,
destruídos relacionamentos por amor a este denominacionalismo doentio e
diabólico. Esposos e esposas, filhos e pais têm sido sacrificados no altar do
sistema das denominações, pois a organização é mais importante do que as
próprias pessoas.
Vejo pastores
desanimados, desviados, derrotados, massacrados e alvejados com artilharia
pesadas pelos chefes e ditadores denominacionais.
Diante de tudo
isso (e muitas outras coisas que poderiam descrever) eu tenho orado a Deus para
que meu coração não azede. Tenho buscado renovação para continuar pregando o
evangelho e amando meus irmãos e irmãs numa igreja local. Não tenho abandonado
a igreja local (e nem pretendo, pois sei de sua importância); não me tornei um
desviado-descontente ou mesmo um desigrejado. Congrego, oferto e entrego
prazerosamente meu dízimo na igreja local e trabalho arduamente no ensino e
pregação do evangelho para a edificação, crescimento e maturidade das igrejas
locais. Mas, confesso: JÁ QUIS DESISTIR E LARGAR TUDO, E ISSO MUITAS VEZES! Estou
cansado de ver líderes manipulando o povo, roubando e tripudiando o rebanho do
Senhor. Eu já disse bem alto para Deus: NÃO AGUENTO MAIS! Todavia, confesso que
penso que nosso Senhor nunca irá abandonar Sua noiva por ela ter sujado suas
vestes. Isso me fortalece, pois sei que Ele é poderoso para fazer infinitamente
mais além daquilo que nós pensamos ou imaginamos a favor de Sua querida e amada
noiva. Simplesmente não posso desistir daquela por quem Cristo morreu. Não posso me dá ao luxo de mim enclausurar nos meus sentimentos e decepções e deixar de fazer aquilo para o qual fui chamado. Como disse Paulo, "o amor de Cristo me constrange". Veja que não é o meu amor por Cristo, mas é o AMOR DE CRISTO que me impulsiona a não desistir! O amor de Cristo é a mola propulsora para a vida e o ministério cristão. Acredito, como diz a Escritura, que o amor de Deus está sendo derramado em nossos corações pelo Espírito que nos foi dado. Por isso, mesmo nocauteado não ficamos prostrados.
Entretanto, não
vou deixar de lutar contra o denominacionalismo (institucionalismo ou
sacramentalismo). Pois, acredito e sonho com uma igreja pautada na doutrina, na
oração, na comunhão e no partir do pão. Creio numa liderança bíblica sob a
égide do Espírito Santo. Creio que Deus levantará pregadores não ansiosos pelos
aplausos, reconhecimentos, famas, congressos institucionalizados e
reconhecimento da mídia, mas homens e mulheres que dobrarão seus joelhos e
clamarão como John Knox: DAI-ME A
ESCÓCIA OU MORREREI! Sim, pessoas que amam as almas para reconciliá-las com
Deus por meu de Cristo Jesus.
Termino esta
breve reflexão afirmando que as instituições foram feitas por causa das
pessoas, não as pessoas por causa das instituições.
Deixemos, pois
estas babaquices infantis e idiotas: NAÇÃO MADUREIRA, NAÇÃO MISSÃO, NAÇÃO
CGADB, CONAMAD, CGADM e etc., E sejamos “raça eleita, sacerdócio real, NAÇÃO
SANTA, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes
daquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9).
Em Cristo,
Ivan Teixeira
Minister Verbi Divini
Minha consciência é
escrava da Palavra.
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