Morto ou Vivo?
Ao
anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz Aquele que tem os sete
espíritos de Deus, e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto.
Sê
vigilante, e consolida o restante que
estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na
presença de Deus.
Lembra-te,
pois, de como tens recebido e ouvido, guarda-o, e arrepende-te. Porquanto, se
não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora
virei contra ti.
Tens,
contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram as suas
vestiduras, e andarão de branco junto comigo, pois são dignas.
O
vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o
seu nome do livro da vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de Meu
Pai e diante dos Seus anjos.
Quem
tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas (Ap 3.1-6, grifos nosso).
Há muitas
igrejas que cantam, cultuam, entretanto a impressão é que estamos num funeral. J. I. Packer escreveu que não há uma
coisa mais solene do que um cadáver. Há muitas igrejas solenes, festivas e
enfeitadas, todavia a morte reina. O chamado a missão é simplesmente ignorado.
Um lugar onde a vida deveria está brotando só existe morte. Mas isso nunca
deveria caracterizar uma igreja cristã. Nós somos o povo da cruz e da
ressurreição. Devemos viver diariamente uma vida ressurreta. Devemos andar em novidade
de vida (Rm 6). O apóstolo Paulo disse que deveríamos nos considerar mortos
para o pecado, mas vivos para Deus.
A pergunta que
nos vem à mente pelo texto supracitado é a seguinte: Qual é o nível de
tolerância de Cristo para com um indivíduo de uma igreja? Seria de se esperar
um grau de morte espiritual em outros círculos, por exemplo, políticos e outras
coisas assim. Mas isso nunca deveria acontecer entre aqueles que se dizem
conhecer o poder da ressurreição.
Assim como
Jesus conquistou a morte, Suas igrejas deveriam refletir uma vida de poder
ressurreto, o poder da Sua ressurreição. Caso contrário, não teremos nenhuma
semelhança com o nosso Senhor.
Infelizmente é
tão comum as igrejas procurarem uma identidade com o mundo que acabam
trazendo-nos a ideia de morte espiritual.
O mundo traz
morte, só Cristo traz vida, pois Ele é a Vida! Então, Cristo conclama Suas
igrejas para serem cheias de vida.
Precisamos
esclarecer algumas coisas nesta altura. Por cheias de vida não me refiro:
(1) Algo que é maquinado para que haja
um mero emocionalismo.
(2) E também não quer dizer algo ligado
a uma liturgia centrado em atividades de forma que através das atividades nós
passamos uma ideia de que não estamos mortos.
Em lugar disso
temos que viver uma vida daqueles que foram ressuscitados da morte (Ef 2) e
vivem em novidade de vida (Rm 6).
Como é que nós
reconhecemos uma igreja que mais se assemelha a um cemitério do que a um local
de ressurretos?
Reparem
primeiro na sentença que o Senhor Jesus profere contra esta igreja (Sardes).
Não há palavras mais contundentes nestes trechos das igrejas do que estas no
versículo primeiro. Mesmo que Cristo tenha alguma coisa de bom para dizer às
outras igrejas com suas respectivas falácias, aqui, para Sardes Ele não tem
nada a dizer. Só há censura!
Não é que não
havia atividades na igreja, mas o Senhor Jesus está dizendo que apesar de suas
atividades vocês estão mortos. Talvez fosse uma igreja bacana e conhecida na
cidade, entretanto o Senhor Jesus disse que estava morta.
Deveria ser uma
coisa impossível uma igreja está morta! Nós temos um Senhor ressurreto cheio de
vida! Então deveríamos estar como igreja presos, amarrados a esta vivacidade do
Cristo ressurreto. Nós temos um evangelho que nos liberta dos nossos pecados e
delitos. Nós temos uma missão de estarmos envolvidos na proclamação do
evangelho do Senhor até Sua volta. E apesar disso a característica de está
morta é algo que pode sorrateiramente adentrar em nossas igrejas.
O
povo de Deus precisa de uma estratégia bíblica para a revitalização da igreja.
Em muitas igrejas, estagnação e declínio é a regra; crescimento é a rara
exceção. Infelizmente é inevitável afirmar que muitas igrejas estejam “doentes”.
A canção do profeta Jeremias nos
parece tão familiar em nosso cenário atual: “Caiu a coroa da nossa cabeça; ai
de nós, porque pecamos!” (Lm 5.16). Ou “Passou a sega, findou o verão, e nós
não estamos salvos.” (Jr 8.20). Ainda ouçamos o que diz Isaías 1.5,6: “Por que haveis de ainda ser feridos, visto que
continuais em rebeldia? Toda a cabeça está doente, e todo o coração, enfermo.
Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã, senão feridas,
contusões e chagas inflamadas, umas e outras não espremidas, nem atadas, nem
amolecidas com óleo.”.
Que
Deus nos oriente num ministério e programa bíblicos para revitalização de
igrejas.
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