O Senhor salva-e-acrescenta,
não nós!
Muitos não estão satisfeito com esta preciosa e
profunda expressão: “acrescentava-lhes o Senhor, [a igreja ARC], dia a dia, os
que iam sendo salvos” (At 2.47, ARA).
O texto diz duas coisas importantes:
(1) O Senhor acrescentava
(gr. ὁ δὲ κύριος προσετίθει = Ho Kyrios
prosetíthei = tempo imperfeito da voz ativa, “seguia acrescentando”).
Como pontou F.
F. Bruce: “É prerrogativa do Senhor acrescentar novos membros à comunidade
que lhe pertence”[1].
John
Stott nos brinda com o
seguinte comentário: “Ele não os acrescentou à igreja sem salvá-los (no começo,
não havia cristãos nominais), nem os salvou sem acrescentá-los à igreja (também
não havia cristãos solitários). Salvação e participação na igreja andavam
juntas; e continuam andando”[2].
Somente o Cristo ressurreto, do Seu trono, tem o
privilégio e o poder de admitir pessoas à Sua igreja, e de conceder a salvação.
(2) os que iam
sendo salvos (gr. τοὺς σῳζομένους = toùs
sõdzoménous = particípio presente passivo)[3].
O texto não diz que as pessoas se salvavam (não é
um “presente ativo”), mas que eram salvas (mas, sim “presente passivo”). A
graça de Deus não é apenas um auxílio ao pecador para que este se decida por si
mesmo ser salvo. Caso fosse assim, não precisaríamos de um Salvador, apenas de
uma graça preventiva, para por meio de nosso próprio esforço conseguir ser
salvos. Mas este texto e muitos outros das Escrituras afirmam que precisamos de
um Salvador para nos salvar, pois entregues a nós mesmos, mesmo supostamente
auxiliados por uma graça preventiva, não podemos nos salvar. As pessoas são
salvas e não se salvam (particípio presente passivo do verbo).
As Escrituras descrevem peremptoriamente nossa
incapacidade de nos voltarmos para Deus por nossa própria vontade (Rm 3.9-18 –
relata nossa total incapacidade).
As Escrituras também descrevem que estávamos
“mortos” (Ef 2.1); éramos “fracos” (a palavra grega significa “totalmente
incapazes”, “sem força” e etc.) e “ímpios” (Rm 5.6); e “pecadores” (Rm 5.8).
Nada poderíamos fazer para mudar esta situação desesperadora. Mas Deus enviou
Seu Filho para nos salvar. É Ele quem nos salva, não somos auto-salváveis.
Jesus não veio para cooperar conosco para nos salvar, Ele veio para nos salvar!
Ele não nos auxilia, Ele nos liberta pela Sua verdade (Jo 3.32,36). Se
dependesse inteira ou parcialmente de nós, nunca seríamos salvos. “Mas Deus,
sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e
estando nós mortos em nossos delitos, nos DEU VIDA juntamente com Cristo – pela
graça sois salvos” (Ef 2.4-5). Não somos salvos por um auxílio da graça, mas
PELA GRAÇA, a graça não é um meio para alcançarmos a salvação, mas a fonte ou a
causa primária. A causa instrumental é a fé e não a graça. É Deus quem nos
ressuscita com o poder de Sua graça, e não nós que saímos dos mortos com o
auxílio da graça Divina. É Deus que nos regenera (“nos deus vida”) pelo Seu
poder criador, não nós autorregeneramos.
O texto em apreço de Atos 2.47, claramente revela que é Deus quem salva e faz Sua igreja
crescer. Deixemos, pois as metodologias mundanas, as campanhas mirabolantes e o
entretenimento e, arrependidos, confiemos no Senhor da igreja para salvar e
fazer Sua igreja crescer.
Concluo dizendo que o Novo Testamento afirma que é
o Deus Trino quem faz Sua igreja crescer: (1)
Jesus edifica Sua igreja (Mt 16.18); (2)
O Pai dá o crescimento (1CO 3.6) e o Espírito Santo batiza no Corpo de Cristo
(1Co 12.13). Ó bendita Trindade!
IVAN TEIXEIRA,
Minister Verbi Divini
Soli Deo Gloria!
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