Reavives o dom de Deus que há ti: “Por
esta razão, pois, te admoesta que reavives o dom de Deus, que há em ti pela
imposição das minhas mãos” (2Tm 1.6).
O pregador
precisa ser um homem que busque continuamente o reavivamento do dom de Deus que
ele recebeu. As dificuldades, as pressões ministeriais e os embates da vida
lutam contra o pregador do evangelho, por isso requer-se do pregador constante
busca.
Semelhantemente,
todo cristão precisa buscar diligentemente o reavivamento do dom de Deus que ele
recebeu. Pois acredito que todo cristão recebeu um dom ou dons de Deus (cf. 1Co
12–14).
Acredito que um
requisito essencial para ser um pregador da Palavra é ser capacitado pelo
Espírito Santo. É ser revestido de poder para ser uma testemunha de Jesus (At
1.8). A pregação do evangelho precisa ser em demonstração de Espírito e poder
(cf. 1Co 2.4; 1Ts 1.5). O exercício ministerial e a vida cristã precisam ser banhados
pelo óleo do Espírito Santo.
Esse reavivamento
é necessário “porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder e
de moderação” (2Tm 1.7). É essa unção ou revestimento do Espírito Santo que nos
torna poderosos e moderados na vida e no ministério cristão. As nuvens da
covardia serão dissipadas quando reavivamos o dom de Deus que há em nós!
Certo escritor
observou que a exortação de Paulo “parece indicar que ele estava insatisfeito
com o nível de fidelidade que Timóteo estava demonstrando no momento”[1]. A
expressão “reavives” quer dizer literalmente “avivar, manter vivo o fogo”. Isso
aponta para uma negligência no exercício ministerial do jovem Timóteo. E se
Timóteo quisesse ser um pregador da Palavra
ele deveria buscar a Deus por um reavivamento em sua vida e ministério.
O “dom de Deus”
pode referir-se a uma extraordinária capacitação espiritual, que foi recebida
ou aperfeiçoada em algum momento após a conversão de Timóteo[2].
Esse dom de Deus é aquela graça que todo crente recebe para o crescimento na
vida cristã e para o exercício do ministério cristão. Quando negligenciamos
essa provisão celeste ao abraçarmos os “pratos de lentilhas” do pragmatismo, do
entretenimento e do mundanismo nossa derrocada, esterilidade e atrofiamento da
vida e do ministério serão patentes. Como crentes e obreiros da Seara do
Senhor, nós devemos nos interessar, buscar e reavivar os dons espirituais que
nos foi dado.
Dons para
o ministério!
O interesse dos
puritanos ao discutirem “os dons espirituais”, era dominado pelo interesse
deles no ministério ordenado. Eles estavam preocupados com os altos padrões
ministeriais. John Owen em
particular acreditava “que Deus tenciona que o uso dos dons de um homem fomente
a obra da graça em sua própria alma”[3].
Ele escreveu que “É a perda desses dons espirituais que provocou entre muitos,
uma negligência total quanto a essas funções, de tal modo que estes dons agora
raramente são exercidos entre aqueles que são chamados crentes”.
Acredito que
essa foi a preocupação do apóstolo Paulo
também, quando escreveu as palavras de 2ª
Timóteo 1.6. Ou seja, a perda e a negligência dos dons do Espirito Santo para
o exercício ministerial bem como para o crescimento da vida cristã. Concordo
com A. W. Tozer quando escreveu: “A
tragédia da igreja é a ausência dos dons”. John
Owen nos alertou que “é a perda desses dons espirituais que provocou, entre
muitos, uma negligência total quanto essas funções [ministeriais], de tal modo
que estes dons agora raramente são exercidos entre aqueles que são chamados
crentes”[4].
Se não
reavivarmos o dom de Deus que há em nós, seremos totalmente imbecis. A idiotice
de muitos pregadores é pregar sem a graça capacitadora do Espírito Santo. A burrice
de muitos pastores é liderar a igreja local sem o revestimento do poder do
Espírito Santo. A desgraça de muitos crentes é tentar viver a vida cristã sem
os dons espirituais. Paulo exorta-nos
em Efésios 5.17-20: “Por esta razão,
não vos torneis insensatos, [...], mas enchei-vos do Espírito, falando entre
vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor, com hinos e cânticos
espirituais”. A insensatez ou a burrice rouba-nos a oportunidade de nos
enchermos do Espírito Santo. Não é a toa que muitas das vezes nossa vida e
ministério são tão áridos e paupérrimos. Enchemo-nos, pois!
É sábio nos
enchermos do Espírito Santo pelos meios que o Senhor nos disponibilizou (cf. Ef
5.19-21; Cl 3.16).
[1]
MACARTHUR, John F. Bíblia de Estudo
MacArthur, p.1669. Barueri, SP, Brasil: Sociedade Bíblica do Brasil, 2010.
(nota de 1Tm 1.6).
[2]
MACARTHUR, 2010, p.1669.
[3]
PACKER, James. Entre os Gigantes de
Deus: Uma visão puritana da vida cristã, p.238. São Jose dos Campos, SP,
Brasil: Editora FIEL, 1996.
[4] OWEN, J. ([s.d.]). The Works of John Owen. (W. H. Goold,
Org.) (Vol. 4, p. 518). Edinburgh: T&T Clark.
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