quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

A URGENTE NECESSIDADE DE UM REAVIVAMENTO!

Reavives o dom de Deus que há ti: “Por esta razão, pois, te admoesta que reavives o dom de Deus, que há em ti pela imposição das minhas mãos” (2Tm 1.6).
O pregador precisa ser um homem que busque continuamente o reavivamento do dom de Deus que ele recebeu. As dificuldades, as pressões ministeriais e os embates da vida lutam contra o pregador do evangelho, por isso requer-se do pregador constante busca.
Semelhantemente, todo cristão precisa buscar diligentemente o reavivamento do dom de Deus que ele recebeu. Pois acredito que todo cristão recebeu um dom ou dons de Deus (cf. 1Co 12–14).
Acredito que um requisito essencial para ser um pregador da Palavra é ser capacitado pelo Espírito Santo. É ser revestido de poder para ser uma testemunha de Jesus (At 1.8). A pregação do evangelho precisa ser em demonstração de Espírito e poder (cf. 1Co 2.4; 1Ts 1.5). O exercício ministerial e a vida cristã precisam ser banhados pelo óleo do Espírito Santo.
Esse reavivamento é necessário “porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder e de moderação” (2Tm 1.7). É essa unção ou revestimento do Espírito Santo que nos torna poderosos e moderados na vida e no ministério cristão. As nuvens da covardia serão dissipadas quando reavivamos o dom de Deus que há em nós!
Certo escritor observou que a exortação de Paulo “parece indicar que ele estava insatisfeito com o nível de fidelidade que Timóteo estava demonstrando no momento”[1]. A expressão “reavives” quer dizer literalmente “avivar, manter vivo o fogo”. Isso aponta para uma negligência no exercício ministerial do jovem Timóteo. E se Timóteo quisesse ser um pregador da Palavra ele deveria buscar a Deus por um reavivamento em sua vida e ministério.
O “dom de Deus” pode referir-se a uma extraordinária capacitação espiritual, que foi recebida ou aperfeiçoada em algum momento após a conversão de Timóteo[2]. Esse dom de Deus é aquela graça que todo crente recebe para o crescimento na vida cristã e para o exercício do ministério cristão. Quando negligenciamos essa provisão celeste ao abraçarmos os “pratos de lentilhas” do pragmatismo, do entretenimento e do mundanismo nossa derrocada, esterilidade e atrofiamento da vida e do ministério serão patentes. Como crentes e obreiros da Seara do Senhor, nós devemos nos interessar, buscar e reavivar os dons espirituais que nos foi dado.

Dons para o ministério!
O interesse dos puritanos ao discutirem “os dons espirituais”, era dominado pelo interesse deles no ministério ordenado. Eles estavam preocupados com os altos padrões ministeriais. John Owen em particular acreditava “que Deus tenciona que o uso dos dons de um homem fomente a obra da graça em sua própria alma”[3]. Ele escreveu que “É a perda desses dons espirituais que provocou entre muitos, uma negligência total quanto a essas funções, de tal modo que estes dons agora raramente são exercidos entre aqueles que são chamados crentes”.
Acredito que essa foi a preocupação do apóstolo Paulo também, quando escreveu as palavras de 2ª Timóteo 1.6. Ou seja, a perda e a negligência dos dons do Espirito Santo para o exercício ministerial bem como para o crescimento da vida cristã. Concordo com A. W. Tozer quando escreveu: “A tragédia da igreja é a ausência dos dons”. John Owen nos alertou que “é a perda desses dons espirituais que provocou, entre muitos, uma negligência total quanto essas funções [ministeriais], de tal modo que estes dons agora raramente são exercidos entre aqueles que são chamados crentes”[4].
Se não reavivarmos o dom de Deus que há em nós, seremos totalmente imbecis. A idiotice de muitos pregadores é pregar sem a graça capacitadora do Espírito Santo. A burrice de muitos pastores é liderar a igreja local sem o revestimento do poder do Espírito Santo. A desgraça de muitos crentes é tentar viver a vida cristã sem os dons espirituais. Paulo exorta-nos em Efésios 5.17-20: “Por esta razão, não vos torneis insensatos, [...], mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor, com hinos e cânticos espirituais”. A insensatez ou a burrice rouba-nos a oportunidade de nos enchermos do Espírito Santo. Não é a toa que muitas das vezes nossa vida e ministério são tão áridos e paupérrimos. Enchemo-nos, pois!
É sábio nos enchermos do Espírito Santo pelos meios que o Senhor nos disponibilizou (cf. Ef 5.19-21; Cl 3.16).




[1] MACARTHUR, John F. Bíblia de Estudo MacArthur, p.1669. Barueri, SP, Brasil: Sociedade Bíblica do Brasil, 2010. (nota de 1Tm 1.6).
[2] MACARTHUR, 2010, p.1669.
[3] PACKER, James. Entre os Gigantes de Deus: Uma visão puritana da vida cristã, p.238. São Jose dos Campos, SP, Brasil: Editora FIEL, 1996.
[4] OWEN, J. ([s.d.]). The Works of John Owen. (W. H. Goold, Org.) (Vol. 4, p. 518). Edinburgh: T&T Clark.

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