segunda-feira, 16 de abril de 2018

CORRA QUE A IGREJA VEM AÍ!


Movimento dos desigrejados não surgiu da Bíblia!

O movimento dos desigrejados não surgiu da Bíblia, mas da conveniência de alguns! Não é um movimento (como muitos outros do passado) que surgiu da leitura e compreensão dos textos bíblicos. Esse movimento não surgiu de um estudo detido das Escrituras, mas do capricho de certas pessoas decepcionadas com as denominações. Esse movimento não é produto da obra do Espírito Santo, mas consequência de uma sociedade “líquida” (para citar Sigmund Bauman), sem solidez, sem fundamentos, sem compromissos fundamentais e avessos às autoridades!
A mudança de Agostinho de Hipona se deu pela leitura do texto de Romanos 13.13-14.
O movimento dos valdenses surgiu da sede que Pedro Valdo tinha para que o povo tivesse acesso a Palavra de Deus.
A reforma protestante surgiu da análise de Martinho Lutero do texto de Romanos 1.17.
O movimento holiness (santidade) surgiu quando o grande John Wesley foi impactado pela leitura que os cristãos morávios faziam do prefácio do comentário de Romanos escrito por Lutero.
O movimento pentecostal surgiu sob os auspícios de estudos do Livro de Atos dos Apóstolos. Charles Fox Paham e alguns alunos entenderam que a experiência registrada no livro de Atos sobre o “batismo com Espírito Santo” não era mero registro histórico, mas normativo para todos os que creem.
Porém, o movimento dos desigrejados surgiu do que chamo de experiências decepcionantes e utópicas. Boa parte de seus proponentes são pessoas que se decepcionaram com a instituição, a organização, a denominação. Muitos deles tiveram uma mentalidade utópica sobre a realidade das denominações quando vieram congregar que por fim foi estilhaçada quando contemplaram as falhas, os pecados, os escândalos e etc., dos líderes e dos membros. Tempos atrás o teólogo J. I. Packer tinha chamado este grupo de desviados descontentes. Assim ele descreveu:
[...] desviados descontentes [são] os feridos e os desistentes do moderno movimento evangélico [particularmente incluo: os movimentos de campanhas com suas promessas utópicas; neopentecostalismo; teologia da prosperidade e CIA], muitos dos quais agora voltam-se contra o mesmo a fim de denunciá-lo como uma perversão neurótica do Cristianismo[1].

Ele então indaga: “Quem são eles?”. O Dr. Packer continua:
São pessoas que, no passado, viam-se como evangélicos, mas que acabaram desiludidos com o ponto de vista evangélico, voltando-lhe as costas e sentindo que o mesmo os enganara. Alguns abandonaram [as denominações locais] porque tinham sido levadas a esperar que, como crentes, eles desfrutariam de saúde, riquezas materiais, circunstâncias sem perturbações, imunidades aos problemas de relacionamento, traições, fracassos e de equívocos nas suas decisões – em suma, um mar de rosas de facilidades, que os levaria felizes ao céu. Mas essas grandiosas expectações, com o tempo, foram refutadas pelos acontecimentos. Magoadas e irados, por sentirem-se traídos em sua confiança, agora acusam o evangelicalismo que conheceram de haver falhado e de havê-los enganado; assim, ressentidos, desistem; e é pela misericórdia que não acusam e abandonam o próprio Deus[2].

Um antídoto para isso é juntos lutarmos por uma igreja mais bíblica, santa, corretiva, realista, disciplinada, evangelística e terapêutica para sarar os decepcionados e feridos.


[1] PACKER, James I. Entre os Gigantes de Deus: Uma visão puritana da vida cristã, p.30. São Paulo, SP, Brasil: Editora Fiel, 1996.
[2] PACKER, 1996, p.30.

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