Nesse ano (2018),
pela graça de Deus, farei 25 anos que entrei num templo das Assembleias de Deus
ainda pré-adolescente e num ensaio de jovens, após ouvir uma mensagem,
entreguei minha vida ao Senhor Jesus. Converso que não resisti o chamado de
Deus naquele momento, foi a irresistível graça!
Doravante dediquei
inteira e integralmente minha vida a Deus e a igreja local como uma instituição
representativa da Igreja do Senhor Jesus na face da Terra.
Já tive muitas
decepções e também já decepcionei muita gente, mas mesmo assim continuo amando
a igreja local, o convívio com os irmãos, a disciplina eclesiástica, o esforço
missionário e social, os obreiros, as irmãs do círculo de oração e enfim, amo “tudo”
na igreja local! No entanto, tenho combatido destemidamente a ignorância
teológica, o institucionalismo sem vida que tem massacrado pessoas e famílias;
líderes corruptos e charlatães; tenho ojeriza de obreiros frouxos e
incompetentes e sempre me indigno com a irreverência de muitos membros quando
chegam ao santuário de Deus. Ainda sinto nojo de uma juventude espetáculo,
tentando transformar o templo de Deus numa casa de shows. Tenho repugnância a
uma liderança líquida, sem solidez em suas convicções e por isso fazem de tudo
para agradar as pessoas sanguessedentas por novidades.
Igualmente, não me
congratulo com a politicagem, com o convencionalismo eclesiástico, com as
manobras escusas das lideranças maiores. Poderia elenca muitas outras coisas.
Mas meu ponto é: mesmo diante de tudo isso não abandonei a
igreja como instituição. Não! Ainda estou nela, atualmente pastoreando uma base
missionária com oito pequenas congregações, labutando a cada dia, pregando e
ensinando o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo.
Não fiquei
chateadinho e birrento porque a igreja local não supriu minhas expectativas
tolas e utópicas (e muitas vezes reais e bíblicas). Entendi os desafios e a realidade
das igrejas locais. Vesti a camisa e estou lutando por uma igreja saudável.
Entendo, pelo
menos um pouco, o que Paulo quis dizer quando escreveu: “Além de coisas
exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação com todas as igrejas” (2Co 11.28). Talvez seja
exagero, mas às vezes durmo e acordo pensando nas igrejas (às vezes nem durmo
para deter-me em oração e estudo da Bíblia). Fico “furioso” quando vejo pessoas
atacando a igreja, mas não movem um dedo em favor da igreja. Particularmente,
são covardes! Assemelha-se a um cônjuge que prefere abandonar o outro a lutar! Assemelha-se
a uma mãe que covarde e irresponsavelmente aborta sua criancinha! Assemelha-se
ao soldado individualista que abandona o companheiro ferido (Até o último
homem!).
Termino esta
reflexão com as memoráveis palavras de Martinho
Lutero: “contra a igreja a favor da igreja!”. Não sou contra a igreja
porque ela exige demais, mas porque exige de menos!
Ivan Teixeira
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