terça-feira, 17 de abril de 2018

REFLEXÃO SOBRE A IGREJA LOCAL E SEUS ERROS!



Nesse ano (2018), pela graça de Deus, farei 25 anos que entrei num templo das Assembleias de Deus ainda pré-adolescente e num ensaio de jovens, após ouvir uma mensagem, entreguei minha vida ao Senhor Jesus. Converso que não resisti o chamado de Deus naquele momento, foi a irresistível graça!
Doravante dediquei inteira e integralmente minha vida a Deus e a igreja local como uma instituição representativa da Igreja do Senhor Jesus na face da Terra.
Já tive muitas decepções e também já decepcionei muita gente, mas mesmo assim continuo amando a igreja local, o convívio com os irmãos, a disciplina eclesiástica, o esforço missionário e social, os obreiros, as irmãs do círculo de oração e enfim, amo “tudo” na igreja local! No entanto, tenho combatido destemidamente a ignorância teológica, o institucionalismo sem vida que tem massacrado pessoas e famílias; líderes corruptos e charlatães; tenho ojeriza de obreiros frouxos e incompetentes e sempre me indigno com a irreverência de muitos membros quando chegam ao santuário de Deus. Ainda sinto nojo de uma juventude espetáculo, tentando transformar o templo de Deus numa casa de shows. Tenho repugnância a uma liderança líquida, sem solidez em suas convicções e por isso fazem de tudo para agradar as pessoas sanguessedentas por novidades.
Igualmente, não me congratulo com a politicagem, com o convencionalismo eclesiástico, com as manobras escusas das lideranças maiores. Poderia elenca muitas outras coisas.
Mas meu ponto é: mesmo diante de tudo isso não abandonei a igreja como instituição. Não! Ainda estou nela, atualmente pastoreando uma base missionária com oito pequenas congregações, labutando a cada dia, pregando e ensinando o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo.
Não fiquei chateadinho e birrento porque a igreja local não supriu minhas expectativas tolas e utópicas (e muitas vezes reais e bíblicas). Entendi os desafios e a realidade das igrejas locais. Vesti a camisa e estou lutando por uma igreja saudável.
Entendo, pelo menos um pouco, o que Paulo quis dizer quando escreveu: “Além de coisas exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação com todas as igrejas” (2Co 11.28). Talvez seja exagero, mas às vezes durmo e acordo pensando nas igrejas (às vezes nem durmo para deter-me em oração e estudo da Bíblia). Fico “furioso” quando vejo pessoas atacando a igreja, mas não movem um dedo em favor da igreja. Particularmente, são covardes! Assemelha-se a um cônjuge que prefere abandonar o outro a lutar! Assemelha-se a uma mãe que covarde e irresponsavelmente aborta sua criancinha! Assemelha-se ao soldado individualista que abandona o companheiro ferido (Até o último homem!).
Termino esta reflexão com as memoráveis palavras de Martinho Lutero: “contra a igreja a favor da igreja!”. Não sou contra a igreja porque ela exige demais, mas porque exige de menos!

Ivan Teixeira

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