Particularmente estou estudando, ouvindo e
procurando entender o movimento dos desigrejados levando as perspectivas,
ideias, críticas e as insatisfações do movimento à luz da Bíblia. Ou seja,
pretendo analisar as críticas e soluções do movimento à luz da Palavra de Deus
e não meramente expor minha opinião ou ideia denominacional.
Quero destacar duas coisas:
1) 62% dos desigrejados são egressos de
denominações neopentecostais, cuja ênfase é a teologia da prosperidade;
2) 5 ou 6 anos é o tempo médio de conversão dos
desigrejados.
A minha análise sobre o movimento tendo em
tela estes dois pontos é que os que se dizem desigrejados se decepcionaram de
conceitos denominacionais (igrejas locais, lideranças e etc) distorcidos e
alheios ao Novo Testamento prevalecente nas denominacionais neopentecostais e,
infelizmente pentecostais, que abraçaram a teologia da prosperidade e CIA.
Coisas que tenho combatido peremptoriamente há anos:
1)
Campanhas
mirabolantes;
2)
Institucionalismo
vazio e sem vida;
3)
Espetáculos
coreográficos e danças de anjos e etc.;
4)
Pregações
psicologizadas;
5)
Aconselhamentos
pastorais com pitadas do humanismo secular;
6)
Shows gospel
em vez de cruzadas evangelísticas;
7)
Agenda mundana:
ganhar o mundo se parecendo com o mundo;
8)
Ambiguidade doutrinária:
não queremos teologia, mas Jesus!
9)
Palestras motivacionais
em vez de pregação doutrinária;
10)
Teologia Coaching, empreendedorismo gospel, marketing para as igrejas e etc.;
11)
E muitas outras “aberrações”.
Meu ponto é esse: A maioria dos desigrejados
se decepcionou de denominações com liturgias, costumes, lideranças,
administração e metodologias alheias ao Novo Testamento. Eles se decepcionaram
de modelos distorcidos de igrejas locais Por outro lado, outra parte se afastou
das Igrejas Históricas por causa do liberalismo teológico e suas conhecidas consequências:
um Deus sem ira; inferno não existe; um Cristo humanista, revolucionário,
socialista e etc.; a Bíblia é mais um livro de religião como muitos outros e
etc.
Ainda temos certo número de pessoas que se
afastaram do convívio denominacional por causa da ortodoxia morta (doutrina sem
vida); liturgia engessada; isolacionismo congregacional (igrejas locais sem
preocupação com evangelização e missão).
Esses são apenas alguns pontos, pois se
poderia aumentar a lista.
Note também que a maioria esmagadora dos
desigrejados é formada de pessoas entre 5 a 6 anos de convertidos. Isso é
interessante, pois comprova que eles não presenciaram e participaram de
denominações ou igrejas locais nas quais nós que temos mais anos de convertidos
participamos. Por exemplo, converti-me numa época de seriedade da liderança:
obreiros dedicados na oração e no estudo da Palavra de Deus; juventude que se
reunia para orar, jejuar, ler a Bíblia, participava de gincanas de conhecimento
bíblico, EBD’s, evangelização e outras atividades de elevo espiritual. Também
fomos marcados pelos círculos de orações; vigílias de ‘oração de joelhos’ e
pregação bíblica; estudos dos grandes temas doutrinários: escatologia, dons
espirituais, missões (as Assembleias de Deus promovia a “Década da Colheita” –
Pr. Valdir Bícego e etc.,). Nesse tempo as igrejas pentecostais não tinham sido
afetadas pelas campanhas mirabolantes, cura interior (este movimento já beirava
nossos arraias), teologia da prosperidade e etc.; Claro que havia pecados,
erros e etc., mas tínhamos pastores de oração e dedicados à pregação do
evangelho, por isso nossas congregações gozavam da presença marcante de Deus
Espírito Santo! A politicagem eclesiástica e convencional era bem escassa! Exortava-se
aos novos convertidos a buscar o revestimento do Espírito Santo para serem
testemunhas de Jesus Cristo, conforme Atos 1.8.
Concluo afirmando que mesmo que esteja unido
às críticas dos desigrejados, todavia não posso me unir a solução que eles
propõe. Pois, além de não ser apoiada pelo Novo Testamento, também não tem
apoio na História da Igreja. Afastar-se e cair no generalismo (todas as denominações
não prestam; não tem nenhuma de Deus e etc.,) não traz solução nenhuma e, particularmente
promove mais males do que benefícios.
Creio que podemos lutar como fez Jesus, os
apóstolos, os reformadores e muitos outros por igrejas saudáveis sem nos isolar
em cafeterias e no conforto das casas particulares. Vamos a lutar por uma igreja
saudável!
Ivan Teixeira
Minha consciência é escrava da Palavra de
Deus!
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