COMO PENTECOSTAL
REJEITO PEREMPTORIAMENTE O PENTECOSTALISMO UNICISTA
Os pentecostais
unicistas (alguns preferem ser chamados de “pentecostais apostólicos”) mantêm a
plena humanidade e divindade completa de Jesus Cristo. Parece - pelo menos
entre os apresentadores mais sofisticados dessa visão - ser um reconhecimento
de alguma forma de trindade na revelação de Deus. Talvez seja mais preciso
descrever essa visão como uma nova forma de modismo/modalismo, na qual Jesus,
em vez de Deus, o Pai, se manifesta simultaneamente de três maneiras diferentes[1].
Esses
pentecostais UNICISTAS entendem que a "trindade" descreve uma
manifestação tripla em Deus que é "temporal e transitória". Isso, é
claro, desconsidera até mesmo o conteúdo teológico e trinitário da oração do
Senhor Jesus ao afirma que desfrutava uma glória eterna com a Pessoa do Pai.
Isso sem falar de outros textos trinitários no Novo Testamento.
No entanto, a
ortodoxia fiel precisa manter a tensão de que Deus é tanto um como o outro.
Esta verdade expressa tanto a identificação das Três Pessoas uma com a outra
quanto a distinção (mas nunca a separação) uma da outra. Os debates exegéticos
com Pentecostais Unicistas geralmente giram em torno de passagens escriturais
individuais que expressam a identificação. O Evangelho de João, por exemplo,
sustenta que a Palavra (Cristo) era Deus (1.1) e que “Eu e o Pai somos um”
(10.30), expressando identificação; Porém, eles esquecem que o mesmo Evangelho
também afirma que o Verbo estava com Deus (também 1.1), expressando distinção.
Em todo o
Cristianismo Histórico e saudavelmente bíblico e teológico, a doutrina da
Trindade sempre foi considerada como uma pedra de toque para a ortodoxia
doutrinal.
O grande
teólogo Herman Bavinck declarou: “Assim,
a confissão da trindade é a soma da religião cristã. Sem ela nem a criação nem
a redenção nem a santificação podem ser puramente mantidas”[2].
“Deus se revela
a nós como Pai, Filho e Espírito Santo, cada um com atributos pessoais
distintos, mas sem divisão de natureza, essência ou ser ”. (Princípios do
Seminário Teológico Batista do Sul Art III..).
A peculiaridade
dessa definição é que ela é uma mera declaração dos fatos bíblicos revelados,
enquanto, ao mesmo tempo, inclui todos os pontos envolvidos na doutrina da
Trindade, conforme defendida por cristãos ortodoxos de todas as idades. Não há
adição aos fatos das Escrituras, mas a exposição completa que essas palavras
fazem da doutrina mostra que ela foi corretamente formulada a partir do que
Deus mesmo revelou. Como Ele sozinho pode conhecer e revelar o que Ele é, então
devemos aceitar Suas declarações, por mais misteriosa e incompreensível que
possa ser Sua revelação.
O teólogo François Turretini escreveu que ao
estudarmos a doutrina da Santíssima Trindade estamos nos ocupando “[...] do
adorável mistério da Trindade, o qual nem a razão pode compreender nem o
exemplo provar, mas a autoridade da revelação divina e singular propõe que o
mistério da Trindade seja recebido pela fé e adorado com amor”[3].
O teólogo Millard Erickson afirmou que não
podemos compreender plenamente o mistério da Trindade e, mesmo na eternidade
não compreenderemos totalmente. Ele escreveu:
Parece
que Tertuliano estava certo ao afirmar que a doutrina da Trindade deve ter sido
divinamente revelada, não construída por seres humanos. Ela é tão absurda para
os padrões humanos que ninguém a poderia inventar. Não defendemos a doutrina da
Trindade porque é evidente por si ou logicamente convincente. Nós a defendemos
porque Deus revelou que Ele é assim. Como alguém disse acerca dessa doutrina:
Tente
explica-la, e perderá a cabeça;
Mas
tente negá-la, e perderá a alma[4].
Talvez esse
mistério a que precisamos nos apegar para levar em consideração todos os dados
da revelação bíblica seja, como diz Augustus
Strong, “inescrutável, embora não autocontraditório”[5].
Isso mesmo, a
razão pode até nos mostrar a unidade de Deus; porém, unicamente a revelação nos
mostra a Trindade, preenchendo os contornos desta Unidade Divina e
vivificando-a.
A doutrina da
Trindade Divina é um tema que não podemos explicar, mas somente afirmar, pois
se trata de uma revelação de Deus para nós. Esta doutrina está claramente
representada na Bíblia. Podemos crer nela, entendê-la (um pouco), mas não
podemos explicá-la.
E é por isso
que como pentecostal rejeito altissonante o pentecostalismo UNICISTA que
cambaleia e bate de frente no Rochedo de Gibraltar da revelação Divina.
Ivan Teixeira.
[1] LEDERLE,
Henry I. Theology With Spirit: The
Future of the Pentecostal & Charismatic Movements in the 21ª Century. p.96
(no texto PDF, minha tradução). Publicado
pela Word & Spirit Press, Tulsa, Oklahoma. Copyright 2010.
[2] BAVINCK, Herman:
Our Reasonable Faith, p.161 (Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, 1956).
[3] TURRETINI, François. Compêndio de Teologia Apologética, vol. 01, p.337. São Paulo, SP,
Brasil: Editora Cultura Cristã, 1ª edição 2011.
[4] ERICKSON, Millard. Introdução à Teologia Sistemática, p.139. São Paulo, SP, Brasil:
Edições Vida Nova, 1997.
[5] STRONG, Augustus Hopkins. Teologia Sistemática, vol. I, p.452. São Paulo, SP, Brasil: Editora
Hagnos, 2003.
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