quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

RESGATANDO UMA PREGAÇÃO CAPACITADA PELO ESPÍRITO SANTO


A igreja contemporânea sofre da dor da memória que resultou em amputação e ausência pneumatológica na homilética, noutras palavras, os pregadores e as igrejas atuais esqueceram-se ou estão negligenciando na arte da pregação a capacitação do Espírito Santo. De fato, o Espírito Santo foi rebaixado ao status de enteado da Trindade, especialmente na pregação. Uma pletora de pregadores famosos se junta a um coro de acusação eclesiástica sobre a igreja por demarcar a importância da obra do Espírito Santo na vida da igreja. James Forbes em seu livro de 1989, The Holy Spirit and Preaching = O Espírito Santo e Pregação, denuncia a igreja por ser “tímida do Espírito Santo”. Stephen Olford em sua obra Spirit-Anointed Expository Preaching = Pregação Expositiva Ungida pelo Espírito diz que o pecado do Antigo Testamento foi a rejeição de Deus Pai, o pecado do Novo Testamento foi uma rejeição de Deus o Filho, e o pecado da igreja contemporânea é a rejeição de Deus o Espírito.
C.H. Dodd em seu trabalho divisório em 1936 The Apostolic Preaching and Its Development = A Pregação Apostólica e Seu Desenvolvimento lista seis elementos do kerygma, a mensagem do evangelho dos primeiros apóstolos. O quinto elemento é metanoia – O arrependimento acompanhado pelo Espírito Santo, como evidenciado em Atos 2:38: “Arrependam-se e sejam batizados, cada um de vocês, em nome de Jesus Cristo, para o perdão dos seus pecados. E você receberá o dom do Espírito Santo.”. O profeta eclesiástico A. W. Tozer supôs que se Deus decidisse tirar o Espírito Santo da igreja, a igreja depois de vinte e cinco anos ainda estaria fazendo a mesma coisa e nem mesmo notaria a diferença!
O pastor Greg Heisler em seu livro Spirit-Led Preaching: The Holy Spirit’s Role in Sermon Preparation and Delivery  = Pregação Conduzida pelo Espírito: O Papel do Espírito Santo na Preparação e Entrega do Sermão observou precisamente que “Mesmo Jesus, que tinha o Espírito Santo sem medida e é a face humana de Deus – Deus com pele, representando Deus sem pele – que enviaria o Espírito Santo para ser Deus em nossa pele, disse em seu sermão inaugural em Nazaré: Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres” (Lucas 4:18). Se Jesus, o Filho de Deus, o infinito, o remetente do Espírito Santo para a igreja no dia de Pentecostes, declarou que o Espírito do Senhor estava sobre Ele para pregar, podemos nós pregadores, que são frágeis, fracos e embarcações finitas, se contentar com qualquer coisa menos? Ver a obra de Deus demonstrada em nossa pregação exige o poder interior do Espírito Santo”.
Uma pregação capacitada, ungida e empoderada pelo Espírito Santo não deve fica nas cátedras de nossos seminários, mas descer para os púlpitos para que os bancos possam ser alcançados. Esclarecendo ponto: a pregação capacitada pelo Espírito Santo não deve ser apenas uma matéria de nossas escolas teológicas, ela precisa estar presente na vida dos pastores e pregadores que assumem o púlpito de nossas igrejas para que o povo de Deus seja impactado com essa pregação empoderada pelo Espírito Santo.
O Dr. Heisler nos lembra que a pregação tem uma dupla responsabilidade: “é a mão do pregador humano e a Mão de Deus através do Espírito Santo que torna a pregação efetiva”. Isso reverbera a alegação de Agostinho de que “devemos trabalhar como se tudo dependesse de nós e orar como se tudo dependesse de Deus”. A pregação não deve ser um mero evento planejado e calculado realizado através da mera preparação humana, mas um acontecimento inexplicável e sobrenatural executado pelo poder do Espírito Santo através da ação humana do pregador.
O pregador pentecostal entende a definição famosa de Philips Brooks: “Pregar é trazer a verdade através da personalidade” (Lectures on Preaching = Palestras sobre Pregação). Porém, nós pentecostal ampliamos a ideia e dizemos: “a pregação é a verdade de Deus mediada e derramada através da personalidade do pregador pelo poder do Espírito Santo”. John A. Broadus escreveu: “Depois de toda a nossa preparação, geral e especial para a realização do culto público e para a pregação, nossa dependência para o sucesso real está no Espírito de Deus” (A Treatise on the Preparation and Delivery of Sermons = Um Tratado Sobre a Pregação e Entrega de Sermões).
Pregadores, nós precisamos ser cristãos cheios do Espírito Santo antes de sermos pregadores capacitados pelo Espírito.

IVAN TEIXEIRA.

2 comentários:

  1. Amém meu querido irmão,é uma grande verdade o que esta ocorrendo nas denominações nestes últimos anos. Grande parte dos pregadores deixaram de depender do Espírito Santo em seus sermões por isso a Igreja tem se tornado uma casa de shows ao invés de um hospital para as almas..Deus te abençoe muito meu querido irmão,tamo juntos.🙏🙏🙏👍👍❤️❤️

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  2. Pastor Dimas José de Oliveira

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