Leitura Seleta: Neemias 2.1-2
INTRODUÇÃO: Tenho lamentado profundamente a indiferença dos cristãos atuais. A apatia tem sido um sentimento predominante no meio dos cristãos. Refiro-me a apatia e indiferença para com Deus e Sua obra. Muitos cristãos são indiferentes e não têm nenhum compromisso com as igrejas locais e suas necessidades.
Aparentemente os que se dizem cristãos não têm mais sentimentos de empatia ou estão tão insensíveis às coisas de Deus que não mais se entristecem ao verem a miséria, a ruína e os destroços prevalecendo em nosso meio.
O cenário é estarrecedor!
A situação é desestimulante para qualquer pastor, pregador ou líder que preza pela honra de Deus e pela edificação do povo de Deus.
O Nome de Deus está sendo blasfemado e negado, e nós estamos de braços cruzados.
A casa de Deus que deveria ser um lugar de oração, ensino e adoração têm se tornado um covil de pecadores obstinados.
Em muitos lugares a igreja local têm se tornado um circo. A palavra de ordem é: Divirtam os bodes, negligenciem as ovelhas!
É duro dizer, mas somos conclamados pelos líderes populares a maquiar nossa tristeza com um falso sorriso. Como podemos manter um sorriso se a casa de Deus está em ruínas? Como devemos fingir que as coisas estão bem se as portas estão queimadas a fogo e os muros derribados? Como iremos festejar se as torres do discipulado cristão estão inconclusas?
Ó meus irmãos, os muros doutrinários estão derribados!
Os limites teológicos foram removidos!
As portas da liberdade cristã estão queimadas a fogo!
Lamentavelmente, as torres do discipulado estão inconclusas.
Há igrejas locais que estão se arrastando domingo após domingo. Outras já fecharam as portas, pois a ruína toma conta do cenário eclesiástico e ministerial.
Miséria, desprezo e ruínas são as palavras da vez!
Porém, o mais doloroso e terrível do que os muros derribados, portas queimadas, torres inconclusas tem sido a apatia dos que se dizem povo de Deus. Esses estão mais preocupados com seu ventre e seus pequenos reinados de sucesso do que com Deus e Sua obra.
Muitos dizem que servem a Deus, mas, como disse Paulo, o deus deles é o próprio ventre, visto que só pensam nas coisas terrenas (Fp 3.19: “O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia; visto que só se preocupam com as coisas terrenas”).
É triste, pois, muitos são mais “amigos dos prazeres que amigos de Deus” (2Tm 3.4).
Há pessoas que veem tal cenário no evangelicalismo atual e isso não os inquieta e nem os entristece.
Há pastores que não mais se importam com o bem-estar do rebanho de Deus.
Há muitos líderes que já não amam mais a obra de Deus. Eles não perguntam mais sobre o estado de Jerusalém como Neemias perguntou.
Muitos pastores já se tornaram profissionais do púlpito.
Também enxergamos cristãos que já não lhes interessa o bem-estar da casa de Deus.
Muitas igrejas locais estão em ruínas e as pessoas não ficam tristes com isso.
Enquanto muitos estão pulando e dançando na presença do rei, Neemias estava triste diante do rei por causa da miséria em que se encontrava a cidade de Deus.
O amor de Neemias por Deus e pelo Seu povo era tão grande que ao saber da miséria e desprezo do povo, dos muros derribados e das portas queimadas ele não acreditou nisso e assentou-se e chorou, e lamentou por alguns dias (1.4).
Aí lemos no capítulo dois que ele estava triste diante do rei (v.1). A tristeza era tão profunda que o rei disse: “Tem de ser tristeza do coração” (v.2).
A tristeza de Neemias não era superficial e nem falsa, era uma tristeza de coração. Essa tristeza vinha do profundo do seu ser. Todo seu ser estava envolto de tristeza porque ele não suportava ver a cidade e o povo de Deus em miséria e ruínas.
Tal situação o incomodava sobremaneira.
Neemias não teve aquele sentimento momentâneo que vemos em muitos durante as festas e congressos. Muitos prometem mil coisas durante o congresso de final de semana, porém quando a segunda-feira começa tudo ficou pra trás. Isso era puro emocionalismo banal.
A tristeza de Neemias era profunda e duradoura. Ele não ficou apenas um dia, mas ele chorou e lamentou por alguns dias. Era uma real e permanente preocupação com a honra de Deus e com o bem-estar do povo de Deus.
Um homem de Deus não consegue ficar alegre enquanto a restauração do povo de Deus não acontece. Paulo o expressou desta maneira: “meus filhos, por quem de novo sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós” (Gl 4.19).
É claro que Neemias era uma pessoa falha como nós, porém existem algumas verdades sobre ele que são dignas de nota. Tais verdades explicam a profunda tristeza que solapava o coração deste servo de Deus.
Creio que você que é homem e mulher de Deus se identificará com Neemias. Creio que você se entristece como Neemias se entristeceu ao contemplar o cenário do cristianismo brasileiro em termos gerais.
Ah, que o Deus de Neemias seja conosco e restaure o Seu povo e reconstrua nossos templos!
IVAN TEIXEIRA
Minister Verbi Divini
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