A GERAÇÃO “MERTHIOLATE-QUE-NÃO-ARDE”
Fui criado numa
geração em que merthiolate ardia, e ardia mesmo! Hoje, inacreditavelmente, pelo
menos para quem foi “torturado” pelo merthiolate que ardia, seria um grande
alivio saber que tem um merthiolate que não arde (kkkkkkkkk).
O “evangelho” “merthiolate-que-não-arde”.
Em analogia,
quero dizer que a verdade do evangelho não é um “merthiolate-que-não-arde”. O
evangelho é o poder de Deus que penetra as feridas da alma causadas pelo pecado,
e ARDE MUITO! O “merthiolate” do evangelho queima nosso orgulho ferido!
O evangelho de
Deus não veio fazer cócegas em nosso ego, mas feri-lo para que nos arrependamos
de nossos pecados. Quando Pedro pregou por ocasião do dia de Pentecostes, lemos:
“Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração [...]”. A palavra grega
traduzida por “compungir” é κατενύγησαν = KATENÚGÊSAN (de katanússomai),
significa “traspassar”, “perfurar” ou “esfaquear” (o coração foi perfurado,
ferido. Foi como se lhes cortassem o coração). Isso indica algo que corta e que
fura e que causa dor. Mas as mensagens de hoje promovem gargalhadas em vez de
dor e choro. Muitas mensagens hoje em dia promovem o orgulho, a competição e
uma busca frenética por sucesso. Precisamos retornar, por assim dizer, ao
evangelho “merthiolate-que-ARDE”. Só assim teremos CONVERSÕES e não ADESÕES!
A verdade do
evangelho golpeia nosso orgulho, fere nossa autopiedade, esfaqueia nossa autossuficiência
mostrando o Grande Senhor e Salvador de nossos pecados.
MINISTÉRIO “MERTHIOLATE-QUE-NÃO-ARDE”
Infelizmente,
vemos pessoas se tornando obreiros, pregadores e pastores (e até pastoras) da
noite para o dia. Pessoas que não tem maturidade na vida, na teologia e na fé
cristã. São pessoas que querem o glamour do ministério, mas não querem as
dores. Lutero dizia que um obreiro é
feito de “oração, estudo e SOFRIMENTO”. Mas, a geração de “obreiros
merthiolate-que-não-arde” não quer sofrer; não quer dores. Eles querem se
tornar presidentes, pregadores e obreiros sem sofrer por Jesus e Sua igreja.
São obreiros e obreiros que não querem sentir as dores de “parto” até Cristo
ser formado na igreja (Gl 4.19). São obreiros frouxos que querem estar no
ministério, mas não querem os sofrimentos e as dores (são como aquelas mães que
não querem sentir dores de parto, então contratam “as barrigas de aluguel” –
querem ter a alegria do filho, mas não as dores de ter os filhos). Estes são obreiros
mimados e efeminados que por qualquer coisinha ficam de biquinho e emburrados.
Geração de obreiros dondocados e abaitolados (para usar uma expressão do
nordeste) que gostam de um ministério que não arda. São
“obreiros-merthiolate-que-não-arde”. Essa geração merthiolate-que-não-arde é
produto de pregações (para não dizer palestras)
psicologizadas. Mensagens de autoajuda que acaricia a “criança interior”
pecaminosa. É lamentável que nossos púlpitos tenham sucumbido o canto da psicanalise
e da psicologia humanista. Abandonara a teologia do merthiolate-que-arde por
uma psicoteologia merthiolate-que-não-arde.
Quero dizer que
não podemos alterar a “fórmula” da vida e do ministério cristão para tirar
aquilo que “arde”. O “merthiolate” da vida e do ministério cristão ARDE. A vida
cristã não é ficar numa redoma de vidro, mas está num campo de batalha. Há
feridas e há dores! Nossa alegria é uma alegria e regozijo em meio às dores!
Paulo escreveu a Timóteo: “Participa
dos meus SOFRIMENTOS como bom soldado de Cristo Jesus” (2Tm 2.3). Sobre a vida
cristã, lemos em Atos 14.22:
“fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e
mostrando que. Através de MUITAS TRIBULAÇÕES, NOS IMPORTA ENTRAR NO REINO DE
DEUS”.
Um cristianismo
que não rasga nossas feridas é ineficaz na cura. Um ministério sem dores não é
ineficiente para ministrar aos corações doridos. Uma vida cristã sem
sofrimento, perseguições e etc., não é digna daquele que sofreu para nos
conduzir a glória.
Voltemos, pois
para um cristianismo merthiolate-que-arde!
O apóstolo Pedro trouxe-nos a seguinte observação:
Amados,
não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinados a
provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo
contrário, alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de
Cristo, para que também, na revelação de Sua glória, vos alegreis exultando. Se
pelo Nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós
repousa o Espírito da glória e de Deus (1Pe 4.12-14).
QUE TIPO DE CRISTÃO E OBREIRO É VOCÊ?
Ivan Teixeira,
Minha consciência é
escrava da Palavra de Deus!
Soli Deo
Gloria!
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