quinta-feira, 11 de maio de 2017

A GERAÇÃO "MERTHIOLATE-QUE-NÃO-ARDE"


A GERAÇÃO “MERTHIOLATE-QUE-NÃO-ARDE”


Fui criado numa geração em que merthiolate ardia, e ardia mesmo! Hoje, inacreditavelmente, pelo menos para quem foi “torturado” pelo merthiolate que ardia, seria um grande alivio saber que tem um merthiolate que não arde (kkkkkkkkk).

O “evangelho” “merthiolate-que-não-arde”.
Em analogia, quero dizer que a verdade do evangelho não é um “merthiolate-que-não-arde”. O evangelho é o poder de Deus que penetra as feridas da alma causadas pelo pecado, e ARDE MUITO! O “merthiolate” do evangelho queima nosso orgulho ferido!
O evangelho de Deus não veio fazer cócegas em nosso ego, mas feri-lo para que nos arrependamos de nossos pecados. Quando Pedro pregou por ocasião do dia de Pentecostes, lemos: “Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração [...]”. A palavra grega traduzida por “compungir” é κατενύγησαν = KATENÚGÊSAN (de katanússomai), significa “traspassar”, “perfurar” ou “esfaquear” (o coração foi perfurado, ferido. Foi como se lhes cortassem o coração). Isso indica algo que corta e que fura e que causa dor. Mas as mensagens de hoje promovem gargalhadas em vez de dor e choro. Muitas mensagens hoje em dia promovem o orgulho, a competição e uma busca frenética por sucesso. Precisamos retornar, por assim dizer, ao evangelho “merthiolate-que-ARDE”. Só assim teremos CONVERSÕES e não ADESÕES!
A verdade do evangelho golpeia nosso orgulho, fere nossa autopiedade, esfaqueia nossa autossuficiência mostrando o Grande Senhor e Salvador de nossos pecados.

MINISTÉRIO “MERTHIOLATE-QUE-NÃO-ARDE”
Infelizmente, vemos pessoas se tornando obreiros, pregadores e pastores (e até pastoras) da noite para o dia. Pessoas que não tem maturidade na vida, na teologia e na fé cristã. São pessoas que querem o glamour do ministério, mas não querem as dores. Lutero dizia que um obreiro é feito de “oração, estudo e SOFRIMENTO”. Mas, a geração de “obreiros merthiolate-que-não-arde” não quer sofrer; não quer dores. Eles querem se tornar presidentes, pregadores e obreiros sem sofrer por Jesus e Sua igreja. São obreiros e obreiros que não querem sentir as dores de “parto” até Cristo ser formado na igreja (Gl 4.19). São obreiros frouxos que querem estar no ministério, mas não querem os sofrimentos e as dores (são como aquelas mães que não querem sentir dores de parto, então contratam “as barrigas de aluguel” – querem ter a alegria do filho, mas não as dores de ter os filhos). Estes são obreiros mimados e efeminados que por qualquer coisinha ficam de biquinho e emburrados. Geração de obreiros dondocados e abaitolados (para usar uma expressão do nordeste) que gostam de um ministério que não arda. São “obreiros-merthiolate-que-não-arde”. Essa geração merthiolate-que-não-arde é produto de pregações (para não dizer palestras) psicologizadas. Mensagens de autoajuda que acaricia a “criança interior” pecaminosa. É lamentável que nossos púlpitos tenham sucumbido o canto da psicanalise e da psicologia humanista. Abandonara a teologia do merthiolate-que-arde por uma psicoteologia merthiolate-que-não-arde.
Quero dizer que não podemos alterar a “fórmula” da vida e do ministério cristão para tirar aquilo que “arde”. O “merthiolate” da vida e do ministério cristão ARDE. A vida cristã não é ficar numa redoma de vidro, mas está num campo de batalha. Há feridas e há dores! Nossa alegria é uma alegria e regozijo em meio às dores!
Paulo escreveu a Timóteo: “Participa dos meus SOFRIMENTOS como bom soldado de Cristo Jesus” (2Tm 2.3). Sobre a vida cristã, lemos em Atos 14.22: “fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que. Através de MUITAS TRIBULAÇÕES, NOS IMPORTA ENTRAR NO REINO DE DEUS”.
Um cristianismo que não rasga nossas feridas é ineficaz na cura. Um ministério sem dores não é ineficiente para ministrar aos corações doridos. Uma vida cristã sem sofrimento, perseguições e etc., não é digna daquele que sofreu para nos conduzir a glória.
Voltemos, pois para um cristianismo merthiolate-que-arde!
O apóstolo Pedro trouxe-nos a seguinte observação:
Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinados a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de Sua glória, vos alegreis exultando. Se pelo Nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus (1Pe 4.12-14).

QUE TIPO DE CRISTÃO E OBREIRO É VOCÊ?

Ivan Teixeira,
Minha consciência é escrava da Palavra de Deus!


Soli Deo Gloria!

Nenhum comentário:

Postar um comentário