A Magia-Branca-Gospel das Campanhas!
Compreendo que as “campanhas” de
muitas igrejas locais em sua natureza parece mais com uma religião de magia
branca[1] gospel.
Vemos líderes
utilizando seus próprios encantamentos (que poderíamos chamar de magia branca) a
fim de reivindicar o caminho da felicidade, das riquezas e triunfos mundanos. É
claro, se utilizam das metodologias mundanas para alcançar seus objetivos
carnais e mundanos.
Georgia
Harkness observou acertadamente: “há uma diferença entre crença em Deus,
que é religião, e uso de Deus, que se constitui em mágica”. Harkness
estava certa; por essa definição, muitos cristãos evangélicos hoje estão
praticando o seu próprio tipo de feitiçaria. Pode até ter o nome de “campanha
dos milagres de Deus”, no entanto pelo “uso de Deus” estão praticando truques
mágicos para alcançar seus desejos egoístas.
Martinho
Lutero disse o seguinte: “O coração do homem está vazio. O homem precisa
confiar em algo. Mas ele não consegue confiar em Deus; e, assim, ele deve
confiar numa criatura. A superstição [a magia] é um perigoso imperador que tem
governado o mundo através dos tempos e cujo governo o mundo aceita
alegremente”.
Tenho viajando
e conhecido dezenas de igrejas no Brasil e fora do Brasil, posso afirmar
peremptoriamente que quando a Palavra de Deus reina as superstições e magias
destes “cultos de libertação” não acham lugar. Conheço dezenas de pastores que
governam as igrejas locais pelo cetro da Palavra de Deus. As reuniões
congregacionais são marcadas pelo louvor, comunhão, oração e pregação
expositiva dos textos bíblicos. Diametralmente em oposição a isso, na grande
maioria das igrejas locais dominadas por uma liturgia de campanhas o que
predomina são os truques de magias dos líderes que iludem seus auditórios com
suas persuasivas palavras e revelações. Meus nobres companheiros, Deus há de
nos julgar pela metodologia da sabedoria humana que temos abraçado. Volte-se
para a História da igreja e vocês verão que esses subterfúgios das “campanhas
mirabolantes” são estratégias mundanas que nunca foi abraçado por pastores e
igrejas fiéis a Bíblia.
A questão meus
nobres companheiros não é apenas dizer que acredita na Bíblia, mas também aplicá-la
corretamente ao ministério e a liturgia. Nossas igrejas locais estão fracas e
seus membros doentes porque as verdades bíblicas e seus elementos litúrgicos
têm sido negligenciados em prol de elementos estranhos e mundanos.
Não ande com astúcia!
Paulo
escreveu:
Pelo que, tendo este ministério, segundo a
misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; pelo contrário, rejeitamos as
coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem
adulterando a Palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo
homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade (2Co 4.1-3).
Paulo
afirma claramente que não é um líder que andava “com astúcia”, ou seja, com
engano que se utiliza de truques para conquistar a simpatia dos coríntios. Tal
como Paulo não precisamos “perverter” a Palavra de Deus e nem usar de
truques mágicos para atrair as pessoas às reuniões da igreja local. Precisamos
nos recomendar à consciência de todo homem e mulher, na presença de Deus, pela
manifestação da verdade. Que Deus nos guarde de sermos um Janes e Jambres
modernos.
Os magos
gospel modernos se parecem com os magos antigos que se infiltraram no meio do
povo de Deus
Paulo escreveu:
Assim como Janes Jambres resistiram a Moisés, assim
também estes resistem a verdade, sendo homens corruptos de entendimento e
réprobos quanto a fé. Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesta a
sua insensatez, como também o foi a daqueles. (2Timóteo 3.8-9).
O apóstolo Paulo
no texto supracitado falava dos seus oponentes, os quais lhe resistiam na
pregação do evangelho, e comparava que o fim deles, seria como o de Janes e
Jambres, que resistiram a Moisés.
A única
referência bíblica que encontramos sobre o referido texto é relacionando-os com
os mágicos que a serviço de Faraó tentaram sem sucesso, apresentarem milagres
mais poderosos do que os de Moisés, através de suas magias e encantamentos.
Lemos em Êxodo
7.10-12:
Então, Moisés e Arão entraram a Faraó e fizeram
assim como o SENHOR ordenara; e lançou Arão a sua vara diante de Faraó, e
diante dos seus servos, e tornou-se em serpente. E Faraó também chamou os
sábios e encantadores; e os magos do Egito fizeram também o mesmo com os
seus encantamentos. Porque cada um lançou sua vara, e tornaram-se em serpentes;
mas a vara de Arão tragou as varas deles.
Por que os
nomes de Janes e Jambres não são citados em qualquer outro lugar
do texto sagrado, mesmo nas experiências bíblicas semelhantes, citadas na
sequência do texto acima, a não ser exclusivamente uma única vez pelo Apóstolo Paulo,
quando escrevia a Timóteo?
Devemos
entender que o texto sagrado foi genérico quando citou que Faraó chamou os
sábios e encantadores, ou mesmo quando se refere aos magos do Egito. Como eram
vários, por certo não houve a necessidade de nominá-los.
No entanto,
independente das suas próprias considerações de caráter espiritual, o certo é
que Paulo tinha conhecimento de toda a história, e os livros da época,
em sua maioria, citavam os nomes de Janes e Jambres entre os
principais mágicos e encantadores, justamente no tempo em que foram convocados
por Faraó para resistirem a Moisés.
Na época de Paulo,
havia em circulação uma espécie de livro judaico, que provavelmente
ridicularizava Janes e Jambres como insensatos, justamente pela
referida ação ante Moisés.
Segundo certa
tradição judaica, eles se passavam por prosélitos judeus, e instigaram o culto
ao bezerro de ouro e foram mortos com o restante dos idólatras (cf. Ex 32).
Crê-se que também que foram nomes simbólicos para os magos do Egito, dados
posteriormente, porque Janes significa “quem seduz” e Jambres
“quem se rebela”.
Os nomes de Janes
e Jambres figuram também em mais de um lugar, em um Targum de Jônatas (Targum: Conjunto de traduções e comentários de
textos bíblicos que datam do séc. VI a. C.), em um dos quais temos o seu
comentário sobre a passagem de Êxodo 1.15, como os principais entre os mágicos
egípcios.
E
eis que toda a terra de Mizraim foi colocada em uma escala de um equilíbrio, e
um cordeiro, o jovem de uma ovelha, estava doente a outra escala; e a escala
com o cordeiro nele com sobrepeso. Imediatamente mandou chamar todos os
adivinhadores do Mizraim, e transmitido a eles o seu sonho. Imediatamente Janes
e Jambres, o chefe dos magos, abriu sua boca e respondeu Faraó. Um certo
filho está prestes a nascer na congregação de Israel, por cuja mão será
destruição de toda a terra de Mizraim. Por isso fez Faraó, rei de Mizraim, dar
conselhos para as parteiras Jehudith, o nome de um dos quais foi Sifrá, que é
Joquebede, e o nome da outra Puá, que é sua filha Miriam. (Êx 01:15 PJE).
Além do Targum,
um fragmento de um manuscrito de Qumrã, conhecido pela sigla 4Q267
Documento de Damasco (CD-A) Frag.3 col.II, traz apenas o nome de um desses
magos, mencionando “Janes e seu irmão”.
Em vários
outros escritos cristãos primitivos, eram citados os nomes de Janes e Jambres,
inclusive no evangelho apócrifo de Nicodemos em seu quinto capítulo. Orígenes
faz alusão a um livro que tinha o nome deles e Plínio também faz alusão
a eles (ver História Natural xxx. 1,11).
Numênio,
o filósofo, refere-se a Janes e Jambres, como escribas egípcios,
famosos por seus escritos acerca das artes do ocultismo, o que os coloca na
condição de professores de artes mágicas naquele tempo.
Essas
informações por certo deram ao apóstolo Paulo, a conscientização
necessária para considerar Janes e Jambres, como os líderes
daqueles mágicos contratados por Faraó.
A citação
nominal do apóstolo Paulo sobre as figuras de Janes e Jambres,
passaram a representar a personificação daqueles que usam de meios humanos ou
até mesmo demoníacos para tentar desqualificar ou banalizar o extraordinário de
Deus na vida dos Seus servos sinceros. Aqueles que agem assim, infelizmente
podem ser considerados seus discípulos.
Infelizmente,
muitos atualmente parecem refletir as práticas de Janes e Jambres
corrompendo as mentes das pessoas, pois suas mentes já estão corrompidas, e
resistindo a pregação do santo evangelho. Em sua insensatez tais pessoas têm
levado muitos a abraçar movimentos que estão diametralmente opostos ao
evangelho de Cristo e aos bons costumes litúrgicos que são resultados de uma
clara compreensão daquilo que está registrado nas Escrituras Sagradas sobre as
reuniões da Igreja Primitiva.
Janes e Jambres
refere-se a todos os líderes falsos que corrompem as igrejas locais de dentro
para fora com seus ensinos e práticas antibíblicas. Tais líderes sempre resistirão
a verdade do evangelho e introduzirão heresias de perdição dentro das igrejas
locais. Os falsos ensinos destes “Janes e Jambres” modernos
sempre refletirá nas práticas mirabolantes para atrair e enganar as pessoas.
Deixemo-nos,
pois tais práticas e sigamos firmes e constantes e rejeitando as coisas que,
por vergonhosas, se ocultam, e não andando com astúcia, e nem adulterando a
Palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na
presença de Deus, pela manifestação da verdade. É para isso que fomos chamados:
MANIFESTAÇÃO DA VERDADE!
Abandone as
práticas da magia-branca-das-campanhas-gospel”
Voltemo-nos
para o evangelho!
IVAN TEIXEIRA,
Minister Verbi Divini
[1]
Magia branca tradicionalmente faz referência ao uso de poderes sobrenaturais ou
magia para fins bons e altruístas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário