domingo, 21 de maio de 2017

A MAGIA BRANCA DAS CAMPANHAS GOSPEL

A Magia-Branca-Gospel das Campanhas!

Compreendo que as “campanhas” de muitas igrejas locais em sua natureza parece mais com uma religião de magia branca[1] gospel.
Vemos líderes utilizando seus próprios encantamentos (que poderíamos chamar de magia branca) a fim de reivindicar o caminho da felicidade, das riquezas e triunfos mundanos. É claro, se utilizam das metodologias mundanas para alcançar seus objetivos carnais e mundanos.
Georgia Harkness observou acertadamente: “há uma diferença entre crença em Deus, que é religião, e uso de Deus, que se constitui em mágica”. Harkness estava certa; por essa definição, muitos cristãos evangélicos hoje estão praticando o seu próprio tipo de feitiçaria. Pode até ter o nome de “campanha dos milagres de Deus”, no entanto pelo “uso de Deus” estão praticando truques mágicos para alcançar seus desejos egoístas.
Martinho Lutero disse o seguinte: “O coração do homem está vazio. O homem precisa confiar em algo. Mas ele não consegue confiar em Deus; e, assim, ele deve confiar numa criatura. A superstição [a magia] é um perigoso imperador que tem governado o mundo através dos tempos e cujo governo o mundo aceita alegremente”.
Tenho viajando e conhecido dezenas de igrejas no Brasil e fora do Brasil, posso afirmar peremptoriamente que quando a Palavra de Deus reina as superstições e magias destes “cultos de libertação” não acham lugar. Conheço dezenas de pastores que governam as igrejas locais pelo cetro da Palavra de Deus. As reuniões congregacionais são marcadas pelo louvor, comunhão, oração e pregação expositiva dos textos bíblicos. Diametralmente em oposição a isso, na grande maioria das igrejas locais dominadas por uma liturgia de campanhas o que predomina são os truques de magias dos líderes que iludem seus auditórios com suas persuasivas palavras e revelações. Meus nobres companheiros, Deus há de nos julgar pela metodologia da sabedoria humana que temos abraçado. Volte-se para a História da igreja e vocês verão que esses subterfúgios das “campanhas mirabolantes” são estratégias mundanas que nunca foi abraçado por pastores e igrejas fiéis a Bíblia.
A questão meus nobres companheiros não é apenas dizer que acredita na Bíblia, mas também aplicá-la corretamente ao ministério e a liturgia. Nossas igrejas locais estão fracas e seus membros doentes porque as verdades bíblicas e seus elementos litúrgicos têm sido negligenciados em prol de elementos estranhos e mundanos.

Não ande com astúcia!
Paulo escreveu:
Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a Palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade (2Co 4.1-3).

Paulo afirma claramente que não é um líder que andava “com astúcia”, ou seja, com engano que se utiliza de truques para conquistar a simpatia dos coríntios. Tal como Paulo não precisamos “perverter” a Palavra de Deus e nem usar de truques mágicos para atrair as pessoas às reuniões da igreja local. Precisamos nos recomendar à consciência de todo homem e mulher, na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Que Deus nos guarde de sermos um Janes e Jambres modernos.

Os magos gospel modernos se parecem com os magos antigos que se infiltraram no meio do povo de Deus
Paulo escreveu:
Assim como Janes Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem a verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto a fé. Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesta a sua insensatez, como também o foi a daqueles. (2Timóteo 3.8-9).

O apóstolo Paulo no texto supracitado falava dos seus oponentes, os quais lhe resistiam na pregação do evangelho, e comparava que o fim deles, seria como o de Janes e Jambres, que resistiram a Moisés.
A única referência bíblica que encontramos sobre o referido texto é relacionando-os com os mágicos que a serviço de Faraó tentaram sem sucesso, apresentarem milagres mais poderosos do que os de Moisés, através de suas magias e encantamentos.
Lemos em Êxodo 7.10-12:
Então, Moisés e Arão entraram a Faraó e fizeram assim como o SENHOR ordenara; e lançou Arão a sua vara diante de Faraó, e diante dos seus servos, e tornou-se em serpente. E Faraó também chamou os sábios e encantadores; e os magos do Egito fizeram também o mesmo com os seus encantamentos. Porque cada um lançou sua vara, e tornaram-se em serpentes; mas a vara de Arão tragou as varas deles.

Por que os nomes de Janes e Jambres não são citados em qualquer outro lugar do texto sagrado, mesmo nas experiências bíblicas semelhantes, citadas na sequência do texto acima, a não ser exclusivamente uma única vez pelo Apóstolo Paulo, quando escrevia a Timóteo?
Devemos entender que o texto sagrado foi genérico quando citou que Faraó chamou os sábios e encantadores, ou mesmo quando se refere aos magos do Egito. Como eram vários, por certo não houve a necessidade de nominá-los.
No entanto, independente das suas próprias considerações de caráter espiritual, o certo é que Paulo tinha conhecimento de toda a história, e os livros da época, em sua maioria, citavam os nomes de Janes e Jambres entre os principais mágicos e encantadores, justamente no tempo em que foram convocados por Faraó para resistirem a Moisés.
Na época de Paulo, havia em circulação uma espécie de livro judaico, que provavelmente ridicularizava Janes e Jambres como insensatos, justamente pela referida ação ante Moisés.
Segundo certa tradição judaica, eles se passavam por prosélitos judeus, e instigaram o culto ao bezerro de ouro e foram mortos com o restante dos idólatras (cf. Ex 32). Crê-se que também que foram nomes simbólicos para os magos do Egito, dados posteriormente, porque Janes significa “quem seduz” e Jambres “quem se rebela”.
Os nomes de Janes e Jambres figuram também em mais de um lugar, em um Targum de Jônatas (Targum: Conjunto de traduções e comentários de textos bíblicos que datam do séc. VI a. C.), em um dos quais temos o seu comentário sobre a passagem de Êxodo 1.15, como os principais entre os mágicos egípcios.
E eis que toda a terra de Mizraim foi colocada em uma escala de um equilíbrio, e um cordeiro, o jovem de uma ovelha, estava doente a outra escala; e a escala com o cordeiro nele com sobrepeso. Imediatamente mandou chamar todos os adivinhadores do Mizraim, e transmitido a eles o seu sonho. Imediatamente Janes e Jambres, o chefe dos magos, abriu sua boca e respondeu Faraó. Um certo filho está prestes a nascer na congregação de Israel, por cuja mão será destruição de toda a terra de Mizraim. Por isso fez Faraó, rei de Mizraim, dar conselhos para as parteiras Jehudith, o nome de um dos quais foi Sifrá, que é Joquebede, e o nome da outra Puá, que é sua filha Miriam. (Êx 01:15 PJE).

Além do Targum, um fragmento de um manuscrito de Qumrã, conhecido pela sigla 4Q267 Documento de Damasco (CD-A) Frag.3 col.II, traz apenas o nome de um desses magos, mencionando “Janes e seu irmão”.
Em vários outros escritos cristãos primitivos, eram citados os nomes de Janes e Jambres, inclusive no evangelho apócrifo de Nicodemos em seu quinto capítulo. Orígenes faz alusão a um livro que tinha o nome deles e Plínio também faz alusão a eles (ver História Natural xxx. 1,11).
Numênio, o filósofo, refere-se a Janes e Jambres, como escribas egípcios, famosos por seus escritos acerca das artes do ocultismo, o que os coloca na condição de professores de artes mágicas naquele tempo.
Essas informações por certo deram ao apóstolo Paulo, a conscientização necessária para considerar Janes e Jambres, como os líderes daqueles mágicos contratados por Faraó.
A citação nominal do apóstolo Paulo sobre as figuras de Janes e Jambres, passaram a representar a personificação daqueles que usam de meios humanos ou até mesmo demoníacos para tentar desqualificar ou banalizar o extraordinário de Deus na vida dos Seus servos sinceros. Aqueles que agem assim, infelizmente podem ser considerados seus discípulos.
Infelizmente, muitos atualmente parecem refletir as práticas de Janes e Jambres corrompendo as mentes das pessoas, pois suas mentes já estão corrompidas, e resistindo a pregação do santo evangelho. Em sua insensatez tais pessoas têm levado muitos a abraçar movimentos que estão diametralmente opostos ao evangelho de Cristo e aos bons costumes litúrgicos que são resultados de uma clara compreensão daquilo que está registrado nas Escrituras Sagradas sobre as reuniões da Igreja Primitiva.
Janes e Jambres refere-se a todos os líderes falsos que corrompem as igrejas locais de dentro para fora com seus ensinos e práticas antibíblicas. Tais líderes sempre resistirão a verdade do evangelho e introduzirão heresias de perdição dentro das igrejas locais. Os falsos ensinos destes “Janes e Jambres” modernos sempre refletirá nas práticas mirabolantes para atrair e enganar as pessoas.
Deixemo-nos, pois tais práticas e sigamos firmes e constantes e rejeitando as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, e não andando com astúcia, e nem adulterando a Palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade. É para isso que fomos chamados: MANIFESTAÇÃO DA VERDADE!
Abandone as práticas da magia-branca-das-campanhas-gospel”

Voltemo-nos para o evangelho!

IVAN TEIXEIRA,
Minister Verbi Divini



[1] Magia branca tradicionalmente faz referência ao uso de poderes sobrenaturais ou magia para fins bons e altruístas.

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