Muitas igrejas no Brasil, infelizmente, estão
uma bagunça. Teologicamente são indiferentes, confusas e perigosamente erradas,
aceitando meias verdades que são piores do que a mentira, como também verdades
incompletas e truncadas. Moralmente vivem vidas indistinguíveis da do mundo.
Elas geralmente têm um monte de gente, dinheiro e atividades. São grandes
igrejas com grandes atividades religiosas. Têm nome de que estão vivas, mas
estão mortas. Dizem-se ricas e bastadas, mas são miseráveis, pobres, cegas e
nuas. São totalmente carentes da graça que vem unicamente do Cristo que está do
lado de fora de suas reuniões antropocêntricas. O Senhor Jesus já havia alerta
uma igreja do Primeiro Século, Laodicéia, sobre a autossuficiência de seu líder
e a mundaneidade de seus membros. Ele, no entanto, estava batendo à porta de
suas reuniões antropocêntricas.
A grande pergunta é: Será que estas igrejas são
realmente uma igreja visível que reflete as características da verdadeira
igreja invisível, ou será que elas se se degeneraram em clubes peculiares, em
clubes que desejam satisfazer as necessidades sentidas de seus associados?
O que deu errado? No centro desta enorme
confusão existe um fenômeno simples: as igrejas parecem ter perdido o amor e a
confiança na Palavra de Deus. Eles ainda carregam Bíblias e declaram a
autoridade das Escrituras. As pessoas ainda dizem que a Bíblia é a única regra
de fé e prática, pelo menos esse é seu credo teológico (quando elas sabem!). Estas
igrejas ainda têm sermões com base em versículos da Bíblia e ainda têm aulas de
estudo da Bíblia. Mas, não muito da Bíblia é realmente lido nos seus cultos.
Não muito dos textos são considerados exegética e expositivamente. Seus sermões
e estudos normalmente não examinam a Bíblia para ver o que ela realmente diz de
importante para o povo de Deus. Muitos dos atuais palestrantes não examinam a
Bíblia em seus diversos contextos hermenêuticos, negligenciando a verdadeira
interpretação da Palavra de Deus para o povo de Deus. Cada vez eles tratam a
Bíblia como petiscos de inspiração poética, de psicologia pop e de autoajuda,
conselhos terapêuticos e coisas afins. Congregações onde a Bíblia, a Palavra
eterna de Deus, é ignorada ou abusada estão em grave perigo. Igrejas que se
afastam da Palavra de Deus vão logo descobrir que Deus Se afastou delas.
Igrejas locais que menosprezam a Palavra de Deus serão menosprezadas por Deus.
Igrejas que se cansam das verdades divinas serão também motivo de cansaço
divino.
Eis ai o problema diante de nós! Qual a solução
que a Bíblia ensina para esta triste situação? A resposta curta, mas profunda é
dada por Paulo em Colossenses 3.16:
“Habite, ricamente, em vós
a Palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria,
com gratidão, em vosso coração”. Precisamos que a Palavra de Cristo
habite rica e abundantemente em nossas igrejas para que possamos conhecer as
verdades de Deus para nossas vidas. Saber o que Deus pensa é muito mais
importante para nossas vidas. Precisamos estar preocupados menos com as
“necessidades sentidas” e mais preocupados com as necessidades reais dos
pecadores perdidos conforme ensinada na Bíblia Sagrada, a Palavra de Cristo.
Neste grandioso texto aos santos na cidade de
Colossos, Paulo, os exorta a viverem de acordo com a Palavra de Cristo que deve
habitar ricamente entre eles (ou “em vós” = ambas as traduções são possíveis,
pois somente quando a Palavra habita dentro
dos corações é que ela habitará entre
o povo de Deus)[1]. A Palavra de Cristo deve governar cada
pensamento, palavra e ação, sim, até mesmo os desejos e motivos ocultos de cada
membro da igreja, e assim deve dominar entre
todos eles, e isto ricamente, “produzindo muito fruto” (Jo 15.5). Isto
acontecerá se os crentes nas igrejas observarem a Palavra (Mt 13.9),
manejarem-na corretamente (2Tm 2.15), esconderem-na nos seus corações (Sl
119.11), e apresentarem-na a outros como sendo, na verdade, “a Palavra da vida” (Fp 2.16).
E cada membro comprometido com a rica Palavra de
Cristo deve, indistintamente, instruir e aconselhar mutuamente uns aos outros
em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos
espirituais, com gratidão em cada coração. Pois, tudo o que fizermos, seja em
palavra, seja em ação, devemos fazê-lo em Nome do Senhor Jesus, dando por Ele
graças a Deus Pai (Cl 3.17).
Só
assim teremos não um clube religioso para satisfazer as necessidades sentidas,
mas teremos uma igreja que ama a Palavra de Cristo e glorifica a Deus por uma
vida de verdadeira santidade! É somente a Palavra de Cristo em nós e entre nós que pode revelar e satisfazer as verdadeiras e essenciais
necessidades da humanidade. Portanto, que cada ministro e que cada cristão
procure e se esforcem diligentemente para compreenderem e amarem a Palavra de
Cristo.
Atenciosamente, vosso servo em Cristo Jesus,
Pr. F. Ivan Teixeira da Silva.
Soli Deo Glória!
[1]
HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: Exposição da
Carta aos Colossenses, pg. 201. Editora Cultura Cristã.
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