A Desvalorização
da Pregação Expositiva.
Não tenho
dúvidas de que a pregação expositiva das Escrituras tem sido um “mercado em
baixa”. O que deveria estar em alta, mesmo que está sendo popular, mas está em
baixa. Em baixa porque muitos falam de
pregação expositiva, mas pouco se ver pregações expositivas.
Presencio o
abandono da pregação em certos seguimentos do evangelicalismo popular.
Há muita coisa
tomando o lugar da pregação. Quando não a substitui, suprimi o tempo da
exposição.
Pastores que
deveriam empunhar a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, estão
manejando a pena psicológica da autoajuda.
Homens e
mulheres que foram chamados para ensinar e pregar o santo evangelho estão
palestrando fórmulas de sucesso financeiro.
Pregadores que
receberam a incumbência de levar a tocha do evangelho (2Tm 2.2) estão
conduzindo as “velas” bruxuleantes das novidades que agradam os “comichões de
ouvidos” de uma geração narcisista.
Pregadores não
são mais vistos como profetas de Deus a chamar as pessoas ao arrependimento e a
fé em Deus, todavia são aplaudidos como animadores de auditório.
Pessoas que
foram chamados para alimentar ovelhas estão entretendo bodes.
Sabemos que o
termo “pastor” está sendo substituído pela palavra mágica e popular da
pós-modernidade, “líder”. O pastor não é visto mais como, segundo sua
etimologia, alguém que alimenta, apascenta, guia, com implicação de prover ou
ajudar, cuidar (cf. Mt 2.6)[1]; ele é
visto como um líder empreendedor e um hábil administrador. O pastor não é mais
alguém que prega o evangelho, mas alguém que incentiva as pessoas a terem
sucesso nos empreendimentos da vida e do mercado secular e religioso. Ele é um
coach!
Essa mudança
sutil, porém fatal, tem conduzido uma mudança substancial no ministério
pastoral, que em sua essência é pregar o evangelho. É levar o rebanho aos
pastos verdejantes das grandes verdades sobre Deus.
Pastores não
são mais vistos como pregadores, ou seja, homens que se dedicam à oração e ao
ministério da Palavra. Eles são vistos como grandes empresários, animadores de
auditórios, gurus do mercado religioso com suas fórmulas mágicas de crescimento
de igreja.
Quando o
púlpito é desvalorizado as pessoas definham em sua vida cristã.
Quando nós
pastores abandonamos o santo ministério da pregação, somos tidos por meros
líderes pragmáticos e gurus da autoajuda.
Paulo alertou Timóteo e toda a igreja
que a desvalorização da pregação seria uma evidência dos difíceis último dias:
Pois haverá tempo em que não
suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo suas
próprias cobiças, como que sentido coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar
ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas (2Tm 4.3-4).
O cenário é
assustador, mas é real! Vejamos a passagem mais de perto.
Primeiro lugar, Paulo descreve uma
geração que não suportaria a pregação
das doutrinas sadias do santo evangelho. Essas pessoas não querem dá ouvidos a
verdade. Isso implica que pregação expositiva é a pregação da verdade do santo
evangelho e não dicas de sucesso.
Segundo, ele fala que as pessoas formariam
grupos de estudos ao redor de mestres que pregariam mensagens que satisfaria os
desejos carnais, individualismos e egocentrismos delas. Isso é patente
atualmente!
Terceiro, o incômodo sentimental, coceira nos ouvidos, guiaria essas
pessoas, não a necessidade de alimentar-se das sãs palavras de Deus. Essa é uma
geração guiada por coceiras e por sentimentos, por palavras agradáveis aos
ouvidos e sensíveis às novidades.
Em quarto lugar, Paulo diz que as
pessoas recusarão a dar ouvidos à verdade. Essas pessoas descaradamente não
querem ouvir a verdade de Deus. Eles preferem mentiras dos homens e do Diabo do
quê a verdade eterna do santo evangelho. Tal procedimento recebe o justo
castigo de Deus!
Em 2a Tessalonicenses 2.10-12,
Paulo relata a sentença de Deus sobre todos que rejeitam e desvalorizam a
pregação da verdade do santo evangelho:
[...] porque não acolheram o amor da verdade para serem
salvos. É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem julgados todos
quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça.
Quando as
pessoas deliberadamente rejeitam a verdade de Deus, o próprio Deus as entrega
às consequências de seus próprios pecados. Paulo
já tinha esclarecido que Deus sempre castiga a rejeição deliberada pela entrega
das pessoas à impureza e às paixões degradantes (cf. Rm 1.24-28).
Paulo claramente pontua que quando uma
geração (ou grupo de pessoas, igreja local e etc.,) é marcada por “comichões
nos ouvidos”, não suportando a verdade, está sob o julgamento de Deus: “a fim
de serem julgados”. Quando as pessoas abraçam as mentiras populares, quando
amam a injustiça, o próprio Deus envia a “operação do erro” para que Seu
julgamento seja determinante.
A paráfrase de Eugene Peterson do texto de 2a Timóteo 4.2-3 é
penetrante e esclarecedora:
Você descobrirá que daqui a
um tempo o povo não vai mais ter estômago para ensino sólido, no entanto vão se
encher de alimento espiritual estragado – mensagens cativantes que combinam com
suas fantasias. Eles vão virá as costas para a verdade, vão trocá-la por ilusão[2].
O QUE FAZER?
O que nós
devemos fazer quando aqueles que deveria abraçar a verdade estão rejeitando-a?
O que devemos fazer quando o povo que deveria deleitar-se em ouvir a exposição
da verdade não quer mais? O que devemos fazer quando a pregação está sendo
desvalorizada?
Paulo nos orienta (2Tm 4.1-2,5):
Conjuro-te, perante Deus e
Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela Sua manifestação e pelo Seu
Reino: prega a Palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige,
repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina.
Tu, porém, sê sóbrio em
todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre
cabalmente o teu ministério.
Quando as
pessoas não valorizam mais a pregação bíblica, nós devemos continuar PREGANDO! Sim,
nós não devemos abrir mão de pregar o evangelho expositivamente se as pessoas
não querem. Precisamos nos manter fiel e cumprir cabalmente o nosso ministério.
Nós devemos ser sóbrios, ou seja, nossa mente deve estar equilibrada e lúcida e
não embriagada pelos vinhos das heresias populares. E por fim, nós devemos
suportar as aflições como bom soldado de Cristo trabalhando como evangelistas.
Nunca devemos
desvalorizar o que Deus valoriza!
IVAN TEIXEIRA
Minister Verbi Divini
Excelente reflexão!!!! Deus continue te abençoando nobre pastor Ivan Teixeira!
ResponderExcluiramém reverendo!
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