Prolegômenos a
Teologia Sistemática
I. O que é
teologia?
O
termo “teologia”, etimologicamente, é um vocábulo composto de duas palavras
gregas – Qeo/j (Theós,
‘Deus’), e lo/goj (logos, ‘discurso’ ou ‘expressão’,
‘palavra’).
A
teologia é, portanto, a Qeo-logi/a = Theo-logía ou, seja, o discurso sobre um assunto específico, a
saber, Deus. Deus é o objeto supremo da teologia.
A
teologia é o estudo sobre Deus. E de forma “longa” é o estudo sobre Deus e de
tudo a Ele relacionado.
Em 1a Pedro 4.11 surgem as palavras lo/gia Qeou~ (‘Palavra de Deus’).
Usando uma definição clássica de Anselmo, a teologia é a fé em busca de
conhecimento. Isso descarta qualquer ideia que afirma que a fé seja “um salto
no escuro”. A fé salta na luz do conhecimento da glória de Deus em Cristo
Jesus. A rejeição deste conhecimento é a causa do abandono e Ira de Deus.
Paulo fez a seguinte observação:
Porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o
glorificaram como Deus, não o glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças,
antes se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o
coração insensato (Rm 1.21).
E havendo desprezado o conhecimento de Deus, o
próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem
coisas inconvenientes (Rm 1.28).
III. A
possibilidade da teologia
A possibilidade de termos uma teologia baseia-se em três grandes
verdades, a saber:
1. Deus existe e tem relações com o mundo.
“No princípio criou Deus os
céus e a terra” (Gênesis 1:1).
Este versículo é descritivo! Ele descreve uma das grandes verdades do
universo: Deus existe! Deus É! Deus está lá! Há um Deus que é o Criador!
Este texto descreve uma verdade que por si só é evidente: “No
princípio... Deus”. Esse é o axioma soberano das Escrituras Sagradas.
A Bíblia não se empenha a provar a existência de Deus. Ela já parte do
pressuposto de Sua existência afirmando simplesmente que Ele existe e que é a
causa de todas as coisas que existem no mundo. Para nós, a existência de Deus é
a grande pressuposição da teologia, afirma Louis
Berkhof[1].
A existência de Deus é um axioma. Em geometria, o axioma é uma verdade sem a
necessidade de demonstração[2].
Em lógica, o axioma é uma afirmação que não precisa de prova para ser
válida. Não preciso provar esta verdade. Ela sozinha é evidência de sua
existência. Todos sabemos de uma forma ou de outra que “Deus está lá”. Não
preciso procura-Lo. Não preciso provar Sua existência, porque antes do
princípio Ele já era. Mas, mesmo assim, o teólogo empenha-se a demonstrar a
evidência desta verdade que Deus é ao mundo que o cerca. A existência de Deus é
algo incontestável. O homem é ciente desta verdade intuitivamente. Diz a
Escritura que Deus pôs no coração do homem a ideia da eternidade[3]
(Ec 3.11 ARA). Ele sabe que há um Ser Supremo. O homem não pode negar esta
realidade que lampeja dentro de si. As pessoas podem até desprezar, negar,
suprimir e rejeitar esta verdade, mas nunca dizer que não a possui.
Paulo escreveu em Romanos 1.18-21 (KJA[4]):
Portanto, a Ira de Deus é revelada dos
céus contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela
injustiça humana,
pois o que de Deus se pode conhecer é
evidente entre eles, porque o próprio Deus lhes manifestou.
Pois desde a criação do mundo os
atributos invisíveis de Deus, Seu eterno poder e Sua natureza divina, têm sido
observados claramente, podendo ser compreendidos por intermédio de tudo o que
foi criado, de maneira que tais pessoas são indesculpáveis;
Porquanto, mesmo havendo conhecido a
Deus, não o glorificaram como Deus, nem Lhe renderam graças; ao contrário, seus
pensamentos passaram a ser levianos, imprudentes, e o coração insensato deles
tornou-se em trevas.
Veja que embora as evidências da consciência (Rm 1.19; 2.14), da criação
(1.20) e da Palavra de Deus sejam irrefutáveis, os seres humanos preferem
resistir e se opor à verdade de Deus por meio do apego a seus pecados (Sl 14.1;
Jo 3.19-20)[5].
Realmente, nós seres humanos por natureza amamos mais o pecado do que a Deus.
Mas, graças a Deus pela Sua soberana graça que em Cristo Jesus nos libertou
para Sua glória e eterna redenção.
A existência de Deus é o grande pressuposto teológico! Segundo Anselmo Deus é o Ser maior concebido!
Não há outro ser que possamos conceber que seja maior que Deus. É impossível
riscar Deus de nossa mente. O homem, como subterfúgio para encobrir seus erros
e pecados grotescos, fugindo da responsabilidade moral de prestar contas pelos
seus atos, tenta anular esta verdade da existência de Deus de sua vida. Mas, é
vão fazê-lo porque o Santo está lá.
Se a existência de Deus é evidente, como explicar um texto como os dos Salmos 14.1 e 53.1? Neles lemos?
Diz o insensato no seu coração: Não há Deus.
Corrompem-se e praticam abominação; já não há quem faça o bem.
Diz o insensato no seu coração: Não há
Deus. Corrompem-se e praticam iniquidade; já não há quem faça o bem.
Para muitos estudiosos das Escrituras, temos nestes versículos um ateísmo
“prático”. John MacArthur afirma
sobre o termo “insensato” que “na Bíblia, essa designação tem um significado
mais moral do que intelectual (Is 32.6)”[6].
O teólogo Francisco Lacueva
diz: “No mundo existiram e existem multidões de pessoas que vivem como se Deus
não existisse, sem que cheguem a negar a existência de Deus, nem sequer a
duvidar dessa existência”[7].
Provavelmente seja neste sentido, como vemos no contexto, que o salmista
tenha falado sobre o insensato/néscio que diz em seu coração: “não há Deus”.
O insensato descritos nestes salmos é alguém que vive como se Deus não
existisse, que não O leva em conta para nada, que se sente como o “capitão” de
sua vida e de seu destino. Esses ateus “práticos” devem ter sido os que
atormentavam os filhos de Côrach no Salmo
42, perguntando-lhes: “Onde está o teu Deus?”. Eles são insensatos moralmente pervertidos, não
mentalmente deficientes. Eles são descritos em relação à sua crença (“não há
Deus”) e à sua conduta (“não há ninguém que faça o bem”). Trata-se de um
ateísmo bem mais prático do que teórico. Podemos chamá-los de “ignorantes
voluntários”. O fato é que eles voluntariamente ignoram os fatos da existência
de Deus, vivendo como se Deus não existisse, pois desejam viver sem prestar
contas de sua vida e conduta a ninguém, e principalmente a Deus. Querem riscar
Deus do mapa, por assim dizer, para viverem vidas pecaminosos seguindo seus
próprios anseios egoístas. Mas, só pelo fato de tentarem negar a existência de
Deus, eles acabam afirmando-A. Sabemos, pois, logicamente, que o que não existe
não precisa ser negado, pelo simples fato de não existir. Não é de admirar que
o salmista Davi chame os que que negam a existência de Deus de néscios (ARF), tolos (KJA) ou insensatos
(ARA).
2. O homem é feito à imagem de Deus e é
capaz de receber e compreender aquilo que Deus revela.
“E criou o homem à Sua imagem:
à imagem de Deus o criou: macho e fêmea os criou” (Gênesis 1.26 e 27).
3. Deus tem-se revelado.
Um dos amigos de Jó, chamado Tsofar
(Zofar), faz a seguinte pergunta: “Poderás descobrir as profundezas de Deus?
Poderás desvendar a perfeição do Todo-Poderoso?” (Jó 11.7).
“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e em muitas maneiras, aos
pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho” (Hebreus
1.1).
Se Deus existe e tem-se revelado, e, se o homem é capaz de receber a Sua
revelação, forçosamente havemos de concluir que, ao menos, é possível existir a
teologia sistemática. Não estamos, pois, tentando o impossível, dizendo alguma
coisa acerca de Deus e das Suas relações para com o mundo.
O teólogo Bernard Ramm afirmou
que o teólogo não estuda Deus em Si, mas Deus em Sua revelação.
Como somos incapazes[8] de
conhecer por nós mesmos a Deus. Ele Se revelou e Sua revelação de Si mesmo é
compreensível e clara. Deus não Se
revelou em uma linguagem que não possamos compreender, mas Ele Se revelou na
linguagem humana[9].
Os teólogos
medievais tinham uma frase que se tornou um axioma dominante em todo estudo
posterior de teologia: “O finito não pode apreender (ou conter) o infinito”.
Nada é mais óbvio do que isso: um objeto infinito não pode ser comprimido
dentro de um espaço finito.
Entretanto, deve ser lembrado que há uma diferença
entre conhecer a Deus e compreender a Deus. Podemos conhecê-Lo
em Sua revelação, mas nunca o compreenderemos em Si, ou como Ele é.
Martinho
Lutero referia-se a dois
aspectos de Deus – o oculto e o revelado. Uma porção do conhecimento divino
permanece oculta de nossa vida. Trabalhamos à luz do que Deus nos revelou.
III. A
preocupação da teologia sistemática.
Por definição, a teologia sistemática se preocupa
em analisar os textos bíblicos sistematicamente dentro de categorias temáticas,
encaixando cada passagem da Bíblia na gaveta correspondente.
Um estudo teológico bíblico-sistemático seria uma
abordagem onde os textos selecionados de um determinado assunto (e.g. a
divindade de Cristo) são analisados em seu contexto canônico, histórico e
literário. A teologia sistemática em si frequentemente removem os textos de
seus contextos originais apenas para trata-los mais à luz dos demais textos que
tratam do mesmo assunto.
IV. Objetivo
da teologia sistemática.
O estudo das doutrinas ou a teologia sistemática
objetiva selecionar os fatos que nos façam conhecer melhor a Pessoa de Deus, as
Suas relações com o universo, e organizá-los num sistema racional.
A teologia não parte do princípio de inventar
fatos, mas principia usando as Sagradas Escrituras que contêm os fatos da
revelação de Deus.
O trabalho do teólogo ou estudante de teologia é
garimpar nas lavras diamantinas das Escrituras Sagradas em busca dos metais
preciosos dos tópicos da revelação. E após encontra-los agrupá-los em seus
devidos lugares e valores.
O fim, portanto, da teologia não é criar fatos, mas
descobri-los e organizá-los num sistema.
O teólogo Augustus
Strong afirma:
A verdadeira teologia repensa os pensamentos de Deus e os põe na
disposição de Deus, como os construtores do templo de Salomão tomaram as pedras
já lavradas e as fixaram nos lugares para os quais o arquiteto as havia
designado (cf. 1Rs 6.7).
O teólogo é um trabalhador de tal modo no grande
edifício da revelação de Deus, que ele não precisa usar seus martelos, machados
e nem nenhuma espécie de instrumentos de ferro na edificação, organização e
lavramento das pedras da verdade divina, elas já estão dispostamente talhadas
ao teólogo – a casa da teologia sistemática é edificada com “pedras já
preparadas”. O teólogo, com a graça de
Deus, apenas as encaixa no seu devido lugar predeterminado pelo Grande
Arquiteto da revelação, o Espírito Santo (cf. 1Co 2.9,10).
A teologia (doutrina cristã) não é, como pensam
alguns profanos, uma coleção fragmentada, mas sim um compacto sistema de
verdades organicamente elaboradas, em que a razão se move a luz da fé e da
revelação Divina. Na teologia sistemática não é a razão e a fé que determinam a
caminhada e o conteúdo a ser estudado. A revelação Divina determina e guia
tanto a razão quanto a fé sob sua ribalta.
A teologia é também uma ciência, todavia uma
ciência que transcende o objeto e métodos das disciplinas humanas, porque seus
princípios consistem em um fato que se apoia na autoridade de Deus, a verdade
infalível.
V. O que o
ensino teológico produz?
1. Contemplação
de Deus em Cristo Jesus
O que ensino teológico produz na vida daqueles que
se esmeram no estudo das verdades da Palavra de Deus? Uma contemplação da
grandeza de Deus revelada em Cristo Jesus nosso Senhor.
Paulo escreveu:
Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem
que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimento dos
incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de
Cristo, o qual é a imagem de Deus (2Co 4.3-4).
Uma pessoas que recebe iluminação no seu
entendimento conhecerá “a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a
imagem de Deus”.
O salmista Davi
salientou:
Uma coisa peço ao SENHOR, e a buscarei: que eu possa morar na casa do
SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do SENHOR, e
meditar no Seu templo (Sl 27.4).
O meditar no templo e o contemplar a beleza do
SENHOR estão inter-relacionados. Na tradução da Bíblia Hebraica lemos:
Um anseio manifestei ao Eterno e sua realização buscarei – que eu habite
em Sua morada por todos dos dias de minha vida, a fim de poder contemplar Sua
Glória e buscar a compreensão de Seus mandamentos.
2. Uma
profunda comunhão e santificação com Cristo
Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus,
meu Senhor, por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo,
para ganhar a Cristo,
Para o
conhecer e o poder da Sua ressurreição e a comunhão dos Seus sofrimentos, conformando-me
com Ele na Sua morte (Fp 3.8,10).
3. Uma
profunda doxologia teocêntrica e cristocêntrica
Um verdadeiro entendimento das verdades
doutrinárias sempre nos conduz a uma vida de louvor e ação de graças ao Deus
soberano que se revelou em Cristo Jesus.
Paulo pontuou:
Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria, como
do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os Seus juízos e quão
inescrutáveis os Seus caminhos!
Quem, pois, conheceu a Mente do Senhor? Ou quem foi
o Seu conselheiro?
Ou quem primeiro Lhe deu a Ele para que Lhe venha a
ser restituído?
Porque Dele e por meio Dele e para Ele são todas as
coisas. A Ele, pois, a glória eternamente. Amém (Rm 11.33-36).
4. Uma
profunda experiência e deleite na vontade de Deus
O verdadeiro conhecimento da doutrina teológica
produzirá uma desejo de fazer a vontade de Deus revelada na doutrina. Jesus disse: “Se alguém desejar fazer a
vontade d’Ele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela vem de Deus ou se Eu
falo por minha própria autoridade” (Jo 7.17 KJV).
A vontade de Deus só é perfeitamente conhecida
através do “desejar fazer” (thelei,
verbo no presente contínuo em grego).
Paulo à luz das grandes verdades doutrinárias que havia exposto escreveu:
Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos
corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto
racional.
E não vos conformeis com este século, mas
transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja
a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.1-2).
5. Uma
profunda coragem e firmeza
O conhecimento de Deus nos torna fortes e firmes em
nossas convicções, ativos e corajosos em meio às deserções.
Aos violadores da aliança, ele, com lisonjas, perverterá, mas o povo que
conhece ao seu deus se tornará forte e ativo (Dn 11.32 ARA).
Com mentiras e lisonjas corromperá todos aqueles
que tiverem abandonado a Aliança, mas o povo que, em verdade, conhece Elohim, o seu Deus, resistirá com
firmeza e coragem (Dn 11.32 KJA).
6. Um
profundo discernimento
Compreendendo as verdades doutrinárias evitaremos o
erro daquele discípulo dos profetas que ao sair ao campo a apanhar ervas para o
cozinhado “[...] achou uma trepadeira silvestre; e, colhendo dela, encheu a sua
capa de colocíntidas[10];
voltou e cortou-as em pedaços, pondo-os na panela, visto que não as conheciam”
(2Rs 4.39).
A falta de conhecimento deste discípulo dos
profetas levou a exclamação: “Morte na panela, ó homem de Deus!”.
Infelizmente, em muitos rincões do evangelicalismo
atual há morte na panela!
São crentes (discípulos), todavia não conhecem e
nem distinguem o verdadeiro do falso. São crentes que saem por aí a procura de
inovações. Buscam o que dá certo e não o que é certo.
VI. Qual o
valor prático da teologia sistemática?
A teologia tem um valor prático, pois proporciona
um guia seguro para a vida cristã e para o ministério.
VII. A importância de se começar o estudo
da teologia sistemática pela Bíblia (Bibliologia).
Acredito que todo estudante precisa ter a certeza de que a Bíblia é o que
ela diz ser: a Palavra de Deus e não palavras de homens sobre Deus. Isso é de
suma importância, pois a Bíblia é a fonte primária e autoritária do estudo da
Teologia Sistemática. Toda nossa crença teológica deriva da Bíblia. As
Escrituras é a fonte de todo labor teológico.
A concepção que temos da Bíblia regerá todo nosso estudo. Se tivermos uma
visão defeituosa sobre a Bíblia, nosso estudo teológico sofrerá revezes.
Como deixei bem claro em nossa apostila de Bibliologia:
A doutrina da Bíblia (Bibliologia) é, quem sabe, a
mais decisiva e fundamental de todas as doutrinas, pois o que realmente sabemos
acerca de Deus e do nosso relacionamento com Ele, procede das Escrituras
Sagradas.
O que cremos da Bíblia haverá de determinar, em grande
medida, o que cremos acerca das outras doutrinas principais. Toda a nossa
religião está baseada nas Escrituras. (pág.1).
Vicente Cheung escreve:
Provamos que a Escritura é a autoridade definitiva no
sistema cristão, e que nosso conhecimento de Deus depende dela. Portanto, é
apropriado começar o estudo da teologia examinando os atributos da Escritura.
(em Teologia Sistemática, pág.12 –
texto em PDF).
Então, é de suma importância começar o estudo da Teologia Sistemática
sabendo os atributos da Bíblia. Todo nosso estudo e crença dependem de se
cremos ou não no que a Bíblia diz.
Vale a pena citar a observação de Louis
Berkhof:
As obras de dogmática ou de teologia sistemática
geralmente começam com a Doutrina de Deus. A opinião prevalecente tem
reconhecido sempre este procedimento mais lógico, e ainda continua apontando na
mesma direção. Em muitos casos, mesmo aqueles cujos princípios fundamentais
pareceriam exigir outro arranjo, continuam na prática tradicional. Há boas
razões para começar com a Doutrina de Deus, se partirmos da admissão que a
Teologia é o conhecimento sistematizado de Deus de quem, por meio de quem, e
para quem são todas as coisas.
Iniciamos o estudo de teologia com duas pressuposições, a saber:
(1) Que Deus existe;
(2) Que Ele se revelou em Sua
Palavra divina [Bíblia].
Por esta razão não nos é impossível começar com o estudo de Deus. Podemos
dirigir-nos a Sua revelação [contida nas Escrituras Sagradas] para aprender o
que Ele revelou a respeito de Si mesmo e a respeito de Sua relação para com as
Suas criaturas. (em Teologia Sistemática,
pág. 11 – texto em PDF).
Notem que mesmo começando o estudo da Teologia Sistemática com a Pessoa
Deus, esse estudo se volta para a Bíblia como o ponto de partida.
Estou convicto de que a Bíblia é a Palavra de Deus e nossa única regra de
fé e prática.
Infelizmente, vejo muitos líderes e crentes que não creem e não vivem
sobre este fundamento da autoridade da Bíblia, pois usam vários métodos da
sabedoria secular tanto para a vida quanto para o ministério cristãos.
Que Deus nos ajude com a graça revelada em Cristo Jesus e sob a égide
iluminadora do Espírito Santo a nos submeter à autoridade da Bíblia.
Soli Deo Gloria!
[1]
Em Teologia Sistemática.
[2]
ZUCK, Roy B. em A Interpretação Bíblica (Editora Vida Nova).
[3]
Deus deu ao homem uma perspectiva eterna para que este possa enxergar além da
rotina da vida. Apesar disso, não revelou ao homem todos os mistérios da vida. João Calvino afirmou que o ser humano
tem a “semente da religião” e uma “ideia do divino”. Bíblia Judaica versa sobre Qohelet:
“Deu também aos seres humanos a consciência da eternidade, mas de tal modo que
eles não podem compreender plenamente, do começo ao fim, o que Deus faz”.
[4]
King James Atualizada (São Paulo, SP, Brasil: Sociedade Bíblica Ibero-Americana
& Abba Press no Brasil, 2012).
[5]
MACARTHUR, John. Bíblia de Estudo
MacArthur, pág.1492 (Barueri, SP, Brasil: Sociedade Bíblica do Brasil,
2010).
[6]
Op. Cit., pág.688 (Sociedade Bíblica
do Brasil, 2010).
[7]
Em Un Dios en Tres Personas
(Barcelona: Editorial CLIE, 1974).
[8]
Confira a incapacidade do homem, por si só, de conhecer a Deus em Romanos 3.9-18.
Para mais detalhes reporte-se a pág. 3 de Introdução à Bíblia no item: 2. Somos pecadores e nota quatro.
[9]
Apud de nossa apostila de Teontologia, SETEBS.
[10]
Provavelmente um tipo silvestre de pepino que pode ser venenoso e fatal quando
comido em grandes quantidades.
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