O Senhor Jesus afirmou
para alguns dos religiosos de Sua época: “Examinais as Escrituras, porque
julgais ter nelas a vida eterna, e são
elas mesmas que testificam de Mim” (Jo 5.39). A dois de Seus discípulos no
caminho de Emaús, o Senhor Jesus “E, começando por Moisés, discorrendo por
todos os profetas; expunha-lhes o que a
Seu respeito constava em todas as Escrituras” (Lc 24.27). O apóstolo Pedro
citando um dos salmos de Davi (Sl 16.8-11), declara que Davi escreveu
referindo-se “à ressurreição de Cristo,
que nem foi deixado na morte, nem o Seu corpo experimentou corrupção” (At 2.31).
É notória a centralidade de Jesus Cristo nas Escrituras.
A centralidade
da pessoa e da obra de Cristo é evidente no livro de Apocalipse. No entanto,
com “demasiada frequência se tem permitido que a especulação de alguns
intérpretes ofuscasse a mensagem cristocêntrico deste surpreendente livro que
encerra o cânon do Novo Testamento”[1]. Certos
pregadores e mestres têm perdido a mensagem cristocêntrico enfatizando detalhes
do quadro geral das visões contidas no Apocalipse e, por conseguinte não entendendo
as visões como uma ‘tela completa’ e alegorizando todos os detalhes. “As peças
menores de um quebra-cabeça só têm lógica/significado à luz da ideia/figura
geral”[2].
Gosto de
enfatizar que o livro de Apocalipse começa e termina com a pessoa de Jesus
Cristo.
Apocalipse 1.1: Revelação de Jesus Cristo que Deus lhe deu para
mostrar aos Seus servos as coisas que em breve devem acontecer, e que Ele,
enviando por intermédio do Seu anjo, notificou ao Seu servo João.
Apocalipse 22.21: A graça do Senhor Jesus seja com todos.
O Livro começa
com a revelação de Jesus e termina
com a graça de Jesus! Emocionante e
esperançoso!
Eu lamento que
muitos pregadores estivesse se perdendo nos labirintos do misticismo e da especulação
em vez de exporem as verdades do Livro tendo Cristo Jesus como a chave
interpretativa.
As características
do Livro e sua Cristologia
O Apocalipse
está marcado com o sinal da cruz, com o conflito relativo à Pessoa de Jesus
Cristo, como o Cordeiro morto antes da fundação do mundo. Ao longo do livro,
persiste uma nota de paciência, fé e sofrimento, de amor fraternal e firme
esperança. A batalha sangrenta entre luz e escuridão é descrita em cores vivas.
Há pouca menção ao amor no Apocalipse; se fala mais da Ira. Independentemente
dos eventos que marcam as mudanças e o desenvolvimento do conflito, o resultado
final não é incerto. A rivalidade dos poderes da escuridão é ilustrada por uma
série de contrastes:
Os
servos de Deus são selados; o anticristo sela seus seguidores.
A
Igreja é descrita como uma noiva adornada; a igreja apóstata do anticristo é
adornada com jóias.
O
Cordeiro foi morto e viveu novamente; A besta recebe uma ferida mortal, mas
volta à vida.
Jeová
será adorado; O anticristo exigirá adoração.
Cristo
tem testemunhas verdadeiras; o anticristo tem seu falso profeta.
Uma vez que
esta é uma revelação de Cristo, espera-se que o livro seja preenchido com Ele...
e é! A Pessoa e a obra de Jesus Cristo dominam suas páginas. O Dr. G. Campbell Morgan observa com razão
que “qualquer estudo sobre o Apocalipse que não se concentra em Cristo e não vê
todas as outras coisas ao Seu redor, pode levar o leitor ao labirinto mais
confuso”[3].
Veja a seguinte análise:
1. Os nomes que Ele recebe:
Jesus
Cristo (1:1, etc.).
Jesus
(22:16, etc.).
Senhor
Jesus (22:20, etc.).
Senhor
Jesus Cristo (22:21, etc.).
Cristo
(20:4,6).
O
Cristo de Deus (11:15; 12:10).
O
Cordeiro (mais de vinte vezes).
O
Rei dos reis (19:16, etc.).
O
Fiel e Verdadeiro (19:11).
A
Palavra de Deus (19:13).
O
nome desconhecido (19:12).
A
raiz e linhagem de Davi (22:16).
A resplandeceste
estrela da manhã (22:16).
2. Sua pessoa gloriosa:
Os atributos e
nomes divinos são atribuídos a Jesus, em quem habita toda a plenitude de Deus.
Ele
é divino e humano; Ele é possuidor de duas naturezas (5: 5, 22:16).
Ele
é o Primeiro e o Último, e tudo mais (1:17, 2:8).
Ele
é a Palavra viva de Deus (19:13).
Ele
é quem procura os corações (2:23).
Ele
é o velho dos dias (1:14).
Ele
é o Senhor dos anjos (1:1, 22:16).
Ele
é o objeto de adoração e louvor (5:8-14; 7:12).
3. Seus múltiplos trabalhos:
Ele
é fiel em Seu testemunho de Deus e Sua Palavra (1:5, 3:14).
Ele
é o Conquistador de Satanás (3:21; 5:5; 20:10).
Ele
é o Crucificado (5:6, 12; 7:14; 13:8).
Ele
é o Ressuscitado (1:18; 2: 8; 3:21; 22:1, 2).
Ele
é o Rei exaltado (1: 5; 3: 7; 17:14).
Ele
é Aquele que vem (1:7, 19:11, 19, 22:20).
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