sexta-feira, 23 de março de 2018

O CRENTE É OBRIGADO A SOMENTE VOTAR EM CRENTE?



Os eleitores cristãos devem votar somente em candidatos cristãos? Essa é uma pergunta que inquieta a muitos e que a resposta para outros é um retumbante SIM! No entanto, creio que não devemos ter uma resposta apressada para esta importante questão.
Não é porque um candidato se diz evangélico que somos obrigados a votar nele. Primeiro, porque ele não está se candidatando a um cargo na igreja, mas sim um cargo público que demanda projetos que beneficie não unicamente os cidadãos de uma religião, e, sim, a todos os cidadãos da cidade, Estado ou país.
Particularmente entendo a importância da influência cristã expressiva sobre o governo. No entanto, isso não significa que os cristãos devem votar somente em cristãos para cargos públicos, nem que cristãos devem, em geral, preferir um candidato evangélico a outros candidatos.
Sei que esta é uma situação controvérsia e de difícil compreensão. Porém, creio que se nos esforçarmos entenderemos um pouco sobre isso.
Como cidadão brasileiro eu entendo que mesmo tendo diferenças teológicas com certos candidatos a cargos públicos posso concordar com suas propostas políticas e o considerar devidamente qualificado como meu candidato.
O que vejo atualmente em muitos lugares de nosso país são candidatos evangélicos sem propostas alguma, sem conhecimento algum de políticas e muito menos qualificados para os cargos públicos. Simplesmente são crentes e que, por conseguinte se tornam fantoches de igrejas, Conselhos de Pastores e de Convenções. Muitos deles não legislam ou trabalham em prol da população brasileira, mas em prol dos interesses de muitos líderes evangélicos.
E o que me irrita é que muitos candidatos evangélicos usam distorcidamente a Bíblia para desesperadamente conseguir apoio dos crentes. Isso sem falar das manobras prometidas caso ganhe a disputa eleitoral: oferecimento de cargos no gabinete, certas verbas para interesses dos líderes e muitas outras coisas imorais. Muitos deles usam o dinheiro público para manobras dos interesses de certos líderes evangélicos. Dinheiro esse que deveria ser investido na cidade, na educação, na saúde e etc. Aí fica um bando de sanguessugas se divertindo com o dinheiro público! Falam dos descrentes, mas são piores do que eles!
Como cidadão brasileiro eu posso apoiar um candidato cujas ideias sejam conservadoras mesmo que ele não seja evangélico. Nenhuma religião é qualificação essencial ou requisito para cargo público.
Por exemplo, para um cristão, apoiar um candidato mórmon ou católico seria o mesmo que apoiar um candidato judeu conservador ou até mesmo um espírita ou alguém que não consideramos cristão, mas que vem de uma tradição cultural que acredita em valores morais absolutos como a família, o casamento e coisas que se assemelham a herança cultural judaico-cristão.
Outro detalhe, eu não sou OBRIGADO a votar SOMENTE em candidatos que se consideram cristãos, porque em momento algum a Bíblia afirma que é necessário um indivíduo ser cristão evangélico para constituir-se em uma autoridade governamental grandemente usada por Deus para Seus propósitos.
Deus usou o faraó, rei do Egito (Gn 41.37-57).
Deus usou Nabucodonosor, rei da Babilônia (Dn 2.46-49).
Deus usou Ciro, rei da Pérsia (Ed 6.1-12).
Deus usou Xerxes, rei da Pérsia (Et 6.10,11; 8.1,2,7-15).
Nesse ponto, vale lembrar que todos estes reis tiveram uma forte influência de crentes piedosos. Deus usou crentes que eram altos funcionários públicos para influenciar nas decisões destes monarcas.
Na era do Novo Testamento, Deus usou a paz imposta pelo Império Romano secular, a Pax Romana, para permitir que os primeiros cristãos viajassem livre e desimpedidamente e propagassem o evangelho por todo o mundo mediterrâneo.
A Bíblia diz que devemos orar não apenas pelos cristãos que por acaso ocupam cargos públicos, mas “pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e serena, em toda a piedade e honestidade” (1Tm 2.2). Não apenas as autoridades cristãs, mas todas as autoridades que existem são descritas como tendo sido “ordenadas por [Deus]” (Rm 13.1) e Paulo chama toda autoridade civil de “serva de Deus para o teu bem” (Rm 13.4)[1].

A ORIENTAÇÃO É: os cristãos devem apoiar os candidatos que melhor representem valores políticos e morais coerentes com o ensino bíblico, não obstante suas origens religiosas ou suas convicções.
Nós também devemos atentar para a ideologia que fundamenta os partidos políticos. Entendemos que ideologias de esquerda que refletem o marxismo, o socialismo, o leninismo e semelhantes não devem ter apoio dos cristãos. Partidos esses que usam as pessoas como massas de manobras e as aprisionam em favores sociais tornando-as em “idiotas úteis” para seus fins egoístas e maléficos. CUIDADO!
É claro que não sou utópico pensando que exista aquele candidato perfeito. No entanto, nós devemos procurar aquele que seja ou, que se ESFORCE a ser sincero, honesto, e que abrace os valores morais, que valorize a família, e que tenha uma perspectiva de crescimento para todo cidadão de bem; que não apoie a bandidagem, que fortaleça nossos policiais, seja patriota e que não legisle para grupinhos especiais (dividindo assim os brasileiros), mas que faça uma política em que todo trabalhador seja honrado.
Particularmente, até o momento, meu voto é para o Capitão Jair Bolsonaro!

IVAN TEIXEIRA!


[1] GRUDEM, W. A. (2010). Politics according to the Bible: A Comprehensive Resource for Understanding Modern Political Issues in Light of Scripture (p.67). Grand Rapids, MI: Zondervan.

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