sábado, 24 de março de 2018

OPINIÃO DE PAULO OU PALAVRA DE DEUS?



Atualmente existem certos conceitos elaborados por “estudiosos” que numa ginástica interpretativa rejeita certas partes das Escrituras do Novo Testamento como se fossem meras opiniões dos apóstolos do Senhor.
Há também outros que fazem diferença da autoridade de certos escritos por meio da seguinte frase: “Isso aqui quem disse foi Jesus e não Paulo!”. Tais distinções de inspiração ou autoridade dos escritos não passam de mera engenhosidade daqueles que não aceitam a totalidade da inspiração, inerrância e infalibilidade das Escrituras Sagradas. Igualmente, muitos que esposam tais conceitos pretendem manipular ou rejeitar certas interjeições como se fossem não as Palavras de Jesus, mas uma mera opinião de um seguidor de Jesus. Doravante, rejeitam o ensino do apóstolo (ou apóstolos) pressupondo que seja mera opinião de um homem. No entanto, pela evidência escriturística (interna, Bíblia) e externa (documentos posteriores) entende-se que o que Paulo, Pedro e outros escritores do Novo Testamento escreveram possuem a MESMA autoridade das Palavras proferidas pelo Senhor Jesus. Os ensinos ou doutrina dos apóstolos não são meras opiniões pessoais sobre os acontecimentos da História da Redenção, mas a própria Palavra de Deus sobre estes eventos.
Digno de nota é a distorção dos textos bíblicos somado ao malabarismo hermenêutico de certas escolas teológicas. Quando a Bíblia é entendida em seus devidos contextos (imediato, parágrafo, livro, paralelo e geral) têm-se um equilíbrio e harmonia das grandes verdades ensinadas pelos profetas e apóstolos. No entanto, o desequilíbrio, a rejeição, a desvalorização e a distorção dos textos bíblicos têm levado muitos a formularem ideias absurdas a ponto de negarem a inspiração dos Escritos Sagrados. Neste caminho lançam-se Escritura contra Escritura, e autor sagrado contra autor sagrado afirmando que um escrito está acima do outro por este ou aquele ser mais próximo de Deus.

Liberalismo teológico!
Por “liberalismo teológico”, entende-se “um sistema de pensamento que nega a completa veracidade da Bíblia como a Palavra de Deus e nega a única absoluta autoridade da Bíblia em nossa vida”[1].
Seguindo esse viés muitos “estudiosos” têm negado a inerrância da Bíblia (que a Bíblia não tem erros), negado a infalibilidade da Bíblia (que ela é falha) e negado a inspiração dos textos bíblicos (ou seja, afirma-se que algumas partes é a Palavra de Deus, outras não). Em consequência, muitos pastores, pregadores e teólogos podem ensinar e abraçar o que é popular de acordo com a cultura atual em vez de proclamar a verdade da Bíblia como Palavra de Deus. Esses “estudiosos” rendem-se à pressão cultural. Nós sabemos que em cada geração há aspectos culturais que contradizem o que a Bíblia diz, e para muitos destes “estudiosos” e pregadores populares é mais fácil abandonar a autoridade da Bíblia e distorcê-la do que firmar-se na rocha eterna da Palavra de Deus. Eles preferem sapatear no lamaçal da cultura vigente a caminhar nos sólidos caminhos da verdade da Bíblia.
Alguns ensinos do liberalismo (e etc.) podem ser elencados:
1. Não há inferno;
2. Não há milagres, tudo é mito, ou seja, pensamento de uma era não científica;
3. Em consequência, nega o nascimento virginal de Cristo, Sua ressurreição e tudo que é sobrenatural. Para eles a Bíblia é apenas um dos muitos manuais da moralidade.
4. Abraça-se a “teoria da evolução” ou outra similar na comunidade científica porque isso é culturalmente popular. Ensina-se que todos “evoluíram” da matéria morta por meio da mutação randômica e não que surgiram mediante o projeto e criação direta de Deus.
5. Pressionados pela cultura vigente, muitos “teólogos”, “pregadores” e “líderes” se cansam de defender a singularidade das Palavras do Senhor Jesus em João 14.6: “Eu Sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por Mim”. Afirma-se que “todas as religiões são caminhos diferentes para Deus”.
6. Esse caminho tem levado muitos para o “politicamente correto” e ao apoio de Partidos e políticos que negam os princípios da ética judaico-cristã. É lamentável que certos pastores, pregadores e teólogos têm abraçado esse viés, visto que é culturalmente popular.
7. O liberalismo teológico tem desencadeado, pela sua negação da veracidade bíblica, a aceitação de ideias como o feminismo evangélico, a socialização da Missão da Igreja (Teologia da libertação), a perda da identidade da liderança masculina no lar, na igreja e etc., a aprovação do aborto, do homossexualismo e outas coisas mais. A base de muitos é que não é fácil se posicionar contra a cultura. É muito mais fácil ceder.

Esses são apenas alguns pontos, pois poderíamos acrescentar outros. Porém, entendo que os leitores captaram minha preocupação e posição.
Lamento que muitas igrejas, pastores, pregadores e seminários estão escorregando em direção a liberalismo e negando descaradamente a inspiração total, veracidade, infalibilidade, autoridade e inerrância das Escrituras Sagradas. Eles colocam em movimento um processo de interpretação da Escritura que será usado cada vez mais para anular a autoridade da Bíblia em todas as áreas que ela cita. As denominações, os pregadores e teólogos começam a falar mais e mais como o mundo secular. Esse é um caminho trágico!
O grande pensador Francis Schaeffer fez a seguinte colocação: “É uma inversão direta e deliberada da Bíblia para se conformar com o espírito mundano da nossa era até o ponto em que o espírito moderno entra em conflito com o que a Bíblia ensina”[2]. E, é claro, muitos líderes preferem o politicamente correto!

Finalizando, afirmo que como cristãos nós devemos abraçar a Bíblia na sua totalidade por aquilo que ela diz ser: A PALAVRA DE DEUS! Não devemos como muitos fazem atualmente fragmentar o texto bíblico dizendo mau-me-quer e bem-me-quer selecionado os textos que nos agradam ou que é popular e aceitável pela nossa cultura. Nós não aceitamos a tradição só pela tradição. Não temos desejo pelo poder ou por manter o status quo da nossa denominação. No entanto, rejeitamos a hermenêutica das leituras seletivas da Bíblia apontando o que Jesus disse e a opinião de Paulo ou de Pedro. Entendemos que TODA A BÍBLIA FOI SOPRADA POR DEUS!

QUE DEUS NOS AJUDE!

Ivan Teixeira
Minha Consciência é Escrava da Palavra de Deus! 



[1] GRUDEM, Wayne. O Feminismo Evangélico: Um novo caminho para o liberalismo, p.15. São Paulo, SP, Brasil: Editora Cultura Evangélica, 2009.
[2] SCHAEFFER, Francis A. The Great Evangelical Disaster, p.137. Westchester, IL: Crossway, 1984).

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