Atualmente
existem certos conceitos elaborados por “estudiosos” que numa ginástica
interpretativa rejeita certas partes das Escrituras do Novo Testamento como se
fossem meras opiniões dos apóstolos do Senhor.
Há também
outros que fazem diferença da autoridade de certos escritos por meio da
seguinte frase: “Isso aqui quem disse foi Jesus e não Paulo!”. Tais distinções
de inspiração ou autoridade dos escritos não passam de mera engenhosidade
daqueles que não aceitam a totalidade da inspiração, inerrância e infalibilidade
das Escrituras Sagradas. Igualmente, muitos que esposam tais conceitos
pretendem manipular ou rejeitar certas interjeições como se fossem não as
Palavras de Jesus, mas uma mera opinião de um seguidor de Jesus. Doravante,
rejeitam o ensino do apóstolo (ou apóstolos) pressupondo que seja mera opinião
de um homem. No entanto, pela evidência escriturística (interna, Bíblia) e externa
(documentos posteriores) entende-se que o que Paulo, Pedro e outros escritores
do Novo Testamento escreveram possuem a MESMA autoridade das Palavras
proferidas pelo Senhor Jesus. Os ensinos ou doutrina dos apóstolos não são
meras opiniões pessoais sobre os acontecimentos da História da Redenção, mas a
própria Palavra de Deus sobre estes eventos.
Digno de
nota é a distorção dos textos bíblicos somado ao malabarismo hermenêutico de
certas escolas teológicas. Quando a Bíblia é entendida em seus devidos
contextos (imediato, parágrafo, livro, paralelo e geral) têm-se um equilíbrio e
harmonia das grandes verdades ensinadas pelos profetas e apóstolos. No entanto,
o desequilíbrio, a rejeição, a desvalorização e a distorção dos textos bíblicos
têm levado muitos a formularem ideias absurdas a ponto de negarem a inspiração
dos Escritos Sagrados. Neste caminho lançam-se Escritura contra Escritura, e
autor sagrado contra autor sagrado afirmando que um escrito está acima do outro
por este ou aquele ser mais próximo de Deus.
Liberalismo teológico!
Por “liberalismo
teológico”, entende-se “um sistema de pensamento que nega a completa veracidade
da Bíblia como a Palavra de Deus e nega a única absoluta autoridade da Bíblia
em nossa vida”[1].
Seguindo esse
viés muitos “estudiosos” têm negado a inerrância da Bíblia (que a Bíblia não
tem erros), negado a infalibilidade da Bíblia (que ela é falha) e negado a
inspiração dos textos bíblicos (ou seja, afirma-se que algumas partes é a
Palavra de Deus, outras não). Em consequência, muitos pastores, pregadores e teólogos
podem ensinar e abraçar o que é popular de acordo com a cultura atual em vez de
proclamar a verdade da Bíblia como Palavra de Deus. Esses “estudiosos”
rendem-se à pressão cultural. Nós sabemos que em cada geração há aspectos
culturais que contradizem o que a Bíblia diz, e para muitos destes “estudiosos”
e pregadores populares é mais fácil abandonar a autoridade da Bíblia e
distorcê-la do que firmar-se na rocha eterna da Palavra de Deus. Eles preferem
sapatear no lamaçal da cultura vigente a caminhar nos sólidos caminhos da verdade
da Bíblia.
Alguns ensinos do liberalismo (e etc.) podem ser elencados:
1. Não há inferno;
2. Não há milagres, tudo é mito, ou seja, pensamento de uma era não
científica;
3. Em consequência, nega o nascimento virginal de Cristo, Sua
ressurreição e tudo que é sobrenatural. Para eles a Bíblia é apenas um dos
muitos manuais da moralidade.
4. Abraça-se a “teoria da evolução” ou outra similar na comunidade
científica porque isso é culturalmente popular. Ensina-se que todos “evoluíram”
da matéria morta por meio da mutação randômica e não que surgiram mediante o
projeto e criação direta de Deus.
5. Pressionados pela cultura vigente, muitos “teólogos”, “pregadores”
e “líderes” se cansam de defender a singularidade das Palavras do Senhor Jesus
em João 14.6: “Eu Sou o caminho, e a
verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por Mim”. Afirma-se que “todas as
religiões são caminhos diferentes para Deus”.
6. Esse caminho tem levado muitos para o “politicamente correto” e
ao apoio de Partidos e políticos que negam os princípios da ética
judaico-cristã. É lamentável que certos pastores, pregadores e teólogos têm
abraçado esse viés, visto que é culturalmente popular.
7. O liberalismo teológico tem desencadeado, pela sua negação da
veracidade bíblica, a aceitação de ideias como o feminismo evangélico, a
socialização da Missão da Igreja (Teologia da libertação), a perda da
identidade da liderança masculina no lar, na igreja e etc., a aprovação do
aborto, do homossexualismo e outas coisas mais. A base de muitos é que não é
fácil se posicionar contra a cultura. É muito mais fácil ceder.
Esses são
apenas alguns pontos, pois poderíamos acrescentar outros. Porém, entendo que os
leitores captaram minha preocupação e posição.
Lamento que
muitas igrejas, pastores, pregadores e seminários estão escorregando em direção
a liberalismo e negando descaradamente a inspiração total, veracidade,
infalibilidade, autoridade e inerrância das Escrituras Sagradas. Eles colocam
em movimento um processo de interpretação da Escritura que será usado cada vez
mais para anular a autoridade da Bíblia em todas as áreas que ela cita. As
denominações, os pregadores e teólogos começam a falar mais e mais como o mundo
secular. Esse é um caminho trágico!
O grande
pensador Francis Schaeffer fez a
seguinte colocação: “É uma inversão direta e deliberada da Bíblia para se
conformar com o espírito mundano da nossa era até o ponto em que o espírito
moderno entra em conflito com o que a Bíblia ensina”[2]. E,
é claro, muitos líderes preferem o politicamente correto!
Finalizando,
afirmo que como cristãos nós devemos abraçar a Bíblia na sua totalidade por
aquilo que ela diz ser: A PALAVRA DE DEUS! Não devemos como muitos fazem
atualmente fragmentar o texto bíblico dizendo mau-me-quer e bem-me-quer
selecionado os textos que nos agradam ou que é popular e aceitável pela nossa
cultura. Nós não aceitamos a tradição só pela tradição. Não temos desejo pelo
poder ou por manter o status quo da
nossa denominação. No entanto, rejeitamos a hermenêutica das leituras seletivas
da Bíblia apontando o que Jesus disse e a opinião de Paulo ou de Pedro. Entendemos
que TODA A BÍBLIA FOI SOPRADA POR DEUS!
QUE DEUS NOS
AJUDE!
Ivan
Teixeira
Minha Consciência
é Escrava da Palavra de Deus!
[1] GRUDEM,
Wayne. O Feminismo Evangélico: Um novo
caminho para o liberalismo, p.15. São Paulo, SP, Brasil: Editora Cultura
Evangélica, 2009.
[2] SCHAEFFER, Francis A. The Great Evangelical Disaster, p.137.
Westchester, IL: Crossway, 1984).
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