sexta-feira, 18 de maio de 2018

A VOZ DO ESPÍRITO SANTO PELAS ESCRITURAS E DIRETAMENTE!


 O Espírito Santo fala com a igreja!

Nós pentecostais acreditamos que o Espirito Santo fala conosco principalmente por meio das Escrituras pela Sua obra de iluminação dos textos Sagrados que Ele mesmo revelou e inspirou (cf. 1Co 2.9ss). Nós também acreditamos que o Espírito Santo fala, orienta e direciona os crentes pessoalmente por vários meios que Ele soberanamente utiliza: sonhos, visões, profecias, línguas e interpretação de línguas, impressão de certa verdade ou palavra na mente, certezas sentadas no coração e etc.,
Particularmente creio que seja assim, pois o Novo Testamento, especialmente o livro de Atos nos descreve. O teólogo Leon Morris faz a precisa descrição da orientação do Espírito Santo:
Há muitas referências à orientação que o Espírito Santo deu aos servos de Deus. Jesus disse aos Seus seguidores que não ficassem ansiosos quando fossem levados perante tribunais hostis, porque o Espírito Santo lhes ensinaria o que dizer (Lc 12.11-12). A impressão que os primeiros cristãos causaram em seus juízes (p. ex., At 4.13) mostra como isso funcionava. Eles encontravam a voz do Espírito também nas Escrituras: o Espírito falou por Davi (At 1.16; 4.25) e Isaías (At 28.25). Ele também falava às pessoas da época, a exemplo de Simeão (2.26), Filipe (At 8.29) e Pedro (At 10.19; 11.12). O Espírito falou à igreja em Antioquia (At 13.2) e iniciou a primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé.
Há uma consciência clara tanto da presença do Espírito quanto da capacidade de discernir Sua orientação ao formularem a decisão do Concílio de Jerusalém: “Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós...” (At 15.28). Semelhantes a essas são as palavras de Pedro e dos outros apóstolos: “Nós somos testemunhas destes fatos, e bem assim o Espírito Santo...” (At 5.32).
O Espírito está em evidência no relato da ida de Paulo para Jerusalém. Ao terminar seu trabalho em Éfeso, ele “resolveu, no Espírito”, ir para Jerusalém (At 19.21). O fato de ele ter ido “compelido pelo Espírito” (At 20.22, NVl) parece significar que ele estava sendo obrigado pelo Espírito a fazer a viagem, apesar de não saber qual seria o resultado. Contudo, ele sabia um pouco das dificuldades que teria pela frente, pois disse: “O Espírito Santo, de cidade em cidade, me assegura que me esperam cadeias e tribulações” (v. 23). Em Tiro havia cristãos que, “movidos pelo Espírito, recomendavam a Paulo que não fosse a Jerusalém” (At 21.4); isso é uma constatação que nos deixa perplexos, pois era por compulsão do Espírito que Paulo estava a caminho de lá. Provavelmente o Espírito lhes revelou que Paulo iria sofrer em Jerusalém e, angustiados com isso, fizeram pressão para que ele não fosse. Marshall explica assim o fato: “Ê possível que os discípulos em Tiro não estivessem bem informados dos aspectos mais detalhados da predestinação, e assim pensaram poder dizer a Paulo: 'Se é isso que vai lhe acontecer, não vá”'[1]. Vemos uma situação parecida em Cesaréia, onde, quando o profeta Ágabo tomou o cinto de Paulo, amarrou-se com ele e disse: “Isto diz o Espírito Santo: assim os judeus, em Jerusalém, farão ao dono deste cinto e o entregarão nas mãos dos gentios” (At 21.11), os cristãos do lugar insistiram com Paulo para que não fosse. Todavia, naturalmente ele achou que devia obedecer à orientação do Espírito, mesmo que isso significasse sofrimento. Por acaso, encontramos Ágabo em outra ocasião, e ali, como aqui, ele previu o futuro com exatidão, “pelo Espírito” (At 11.28).
No ministério de Paulo e Silas temos um exemplo muito interessante de como o Espírito dirigia os crentes. Depois que Paulo e Silas tinham “percorrido a região frígio-gálata", o Espírito os proibiu de pregar na província da Ásia, e eles foram para a Bitínia, mas novamente o Espírito não o permitiu. Então Paulo teve uma visão em que um macedônio lhe pedia ajuda, e todos os cristãos concordaram que era nessa direção que o Espírito os estava dirigindo (At 16.6-10). Não nos é informado como eles sabiam que o Espírito os estava proibindo de ir para a Ásia e a Bitínia, mas os missionários tinham certeza disso. A orientação não sobreveio a todos ao mesmo tempo. Eles tentaram mais de um caminho antes de descobrir aonde o Espírito queria que eles fossem.
O Espírito, portanto, estava muito atuante, dirigindo e orientando os primeiros crentes. Ele também "arrebatou” Filipe após o batismo do funcionário etíope (At 8.39). Ele “enviou” os missionários (At 13.4). Ele deu “conforto” à igreja (At 9.31) e “constituiu bispos” sobre ela (At 20.28).
Há uma consciência clara tanto da presença do Espírito quanto da capacidade de discernir Sua orientação ao formularem a decisão do Concílio de Jerusalém: “Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós...” (At 15.28). Semelhantes a essas são as palavras de Pedro e dos outros apóstolos: “Nós somos testemunhas destes fatos, e bem assim o Espírito Santo...” (At 5.32).[2].
Deus Espírito Santo falava e agia poderosamente nas igrejas, na vida e ministério dos cristãos do 1º século. Nós pentecostais acreditamos que o Espírito Santo continua atuando semelhantemente. Não cremos que tais ações do Espírito Santo tenham ficado num passado distante para se tornar arquivos mortos. Não! Assim como um corpo sem o espírito é morto, uma igreja sem o Espírito Santo é morta!

A Pessoa e a Obra do Espírito Santo não podem ser desprezadas!
A partir de tudo isso se conclui que o Espírito é um personagem muito importante, que não deve ser desprezado. Jesus ensinou que uma palavra proferida contra o Filho do Homem podia ser perdoada, mas que quem blasfemasse contra o Espírito Santo não teria perdão (Lc 12.10). Esse pecado é maior do que a mera pronúncia de palavras; é um modo de pensar e viver que se recusa a tratar o Espírito como santo, que o descarta e o rejeita. Ananias e Safira mentiram ao Espírito Santo (At 5.3) e “entraram em acordo para tentar o Espírito do Senhor” (v. 9). Sua punição exemplar não foi por causa da mentira, mas pela atitude dos dois em relação ao Espírito Santo. E Estêvão se queixou de que seus acusadores sempre resistiam ao Espírito, do mesmo modo como seus antepassados (At 7.51). Para Lucas, é importante ter a atitude certa em relação ao Espírito.

O Livro de Atos registra um período empolgante na vida da igreja. Está claro que Lucas via o Espírito como vivo e atuante, cuja presença iluminava e inspirava a igreja. Distorcer ou passar por cima desse ensino significa deixar de lado o único elemento que capacita a igreja de Deus para o trabalho ao qual ela foi chamada e que lhe permite ser a igreja que deve ser.
Não despreze o Espírito Santo!
Como pentecostal não quero nada que não venha do Espírito Santo, mas também não quero negligenciar nada que venha d’Ele!

Ivan Teixeira
Minha consciência é escrava da Palavra!




[1] MARSHALL, I. Howard. The Acts of the Apostles, Leicester, 1980, p.339 (publicado no Brasil por Edições Vida Nova com o título Atos: introdução e comentário).
[2] MORRIS, Leon. Teologia do Novo Testamento, p.233-234. São Paulo, SP, Brasil: Edições Vida Nova, 2003.

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