O Espírito Santo fala com a igreja!
Nós pentecostais acreditamos que o Espirito
Santo fala conosco principalmente por meio das Escrituras pela Sua obra de
iluminação dos textos Sagrados que Ele mesmo revelou e inspirou (cf. 1Co
2.9ss). Nós também acreditamos que o Espírito Santo fala, orienta e direciona
os crentes pessoalmente por vários meios que Ele soberanamente utiliza: sonhos,
visões, profecias, línguas e interpretação de línguas, impressão de certa
verdade ou palavra na mente, certezas sentadas no coração e etc.,
Particularmente creio que seja assim, pois o
Novo Testamento, especialmente o livro de Atos nos descreve. O teólogo Leon Morris faz a precisa descrição da
orientação do Espírito Santo:
Há muitas referências à orientação que o
Espírito Santo deu aos servos de Deus. Jesus disse aos Seus seguidores que não
ficassem ansiosos quando fossem levados perante tribunais hostis, porque o
Espírito Santo lhes ensinaria o que dizer (Lc 12.11-12). A impressão que os
primeiros cristãos causaram em seus juízes (p. ex., At 4.13) mostra como isso
funcionava. Eles encontravam a voz do Espírito também nas Escrituras: o
Espírito falou por Davi (At 1.16; 4.25) e Isaías (At 28.25). Ele também falava
às pessoas da época, a exemplo de Simeão (2.26), Filipe (At 8.29) e Pedro (At
10.19; 11.12). O Espírito falou à igreja em Antioquia (At 13.2) e iniciou a
primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé.
Há uma consciência clara tanto da presença do
Espírito quanto da capacidade de discernir Sua orientação ao formularem a
decisão do Concílio de Jerusalém: “Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós...”
(At 15.28). Semelhantes a essas são as palavras de Pedro e dos outros
apóstolos: “Nós somos testemunhas destes fatos, e bem assim o Espírito
Santo...” (At 5.32).
O Espírito está em evidência no relato da ida
de Paulo para Jerusalém. Ao terminar seu trabalho em Éfeso, ele “resolveu, no
Espírito”, ir para Jerusalém (At 19.21). O fato de ele ter ido “compelido pelo
Espírito” (At 20.22, NVl) parece significar que ele estava sendo obrigado pelo
Espírito a fazer a viagem, apesar de não saber qual seria o resultado. Contudo,
ele sabia um pouco das dificuldades que teria pela frente, pois disse: “O
Espírito Santo, de cidade em cidade, me assegura que me esperam cadeias e tribulações”
(v. 23). Em Tiro havia cristãos que, “movidos pelo Espírito, recomendavam a
Paulo que não fosse a Jerusalém” (At 21.4); isso é uma constatação que nos
deixa perplexos, pois era por compulsão do Espírito que Paulo estava a caminho
de lá. Provavelmente o Espírito lhes revelou que Paulo iria sofrer em Jerusalém
e, angustiados com isso, fizeram pressão para que ele não fosse. Marshall explica assim o fato: “Ê
possível que os discípulos em Tiro não estivessem bem informados dos aspectos
mais detalhados da predestinação, e assim pensaram poder dizer a Paulo: 'Se é
isso que vai lhe acontecer, não vá”'[1].
Vemos uma situação parecida em Cesaréia, onde, quando o profeta Ágabo tomou o
cinto de Paulo, amarrou-se com ele e disse: “Isto diz o Espírito Santo: assim
os judeus, em Jerusalém, farão ao dono deste cinto e o entregarão nas mãos dos gentios” (At 21.11),
os cristãos do lugar insistiram com Paulo para que não fosse. Todavia,
naturalmente ele achou que devia obedecer à orientação do Espírito, mesmo que isso
significasse sofrimento. Por acaso, encontramos Ágabo em outra ocasião, e ali,
como aqui, ele previu o futuro com exatidão, “pelo Espírito” (At 11.28).
No ministério de Paulo e Silas temos um
exemplo muito interessante de como o Espírito dirigia os crentes. Depois que
Paulo e Silas tinham “percorrido a região frígio-gálata", o Espírito os
proibiu de pregar na província da Ásia, e eles foram para a Bitínia, mas
novamente o Espírito não o permitiu. Então Paulo teve uma visão em que um macedônio
lhe pedia ajuda, e todos os cristãos concordaram que era nessa direção que o
Espírito os estava dirigindo (At 16.6-10). Não nos é informado como eles sabiam
que o Espírito os estava proibindo de ir para a Ásia e a Bitínia, mas os
missionários tinham certeza disso. A orientação não sobreveio a todos ao mesmo
tempo. Eles tentaram mais de um caminho antes de descobrir aonde o Espírito
queria que eles fossem.
O Espírito, portanto, estava muito atuante,
dirigindo e orientando os primeiros crentes. Ele também "arrebatou” Filipe
após o batismo do funcionário etíope (At 8.39). Ele “enviou” os missionários
(At 13.4). Ele deu “conforto” à igreja (At 9.31) e “constituiu bispos” sobre
ela (At 20.28).
Há uma consciência clara tanto da presença do
Espírito quanto da capacidade de discernir Sua orientação ao formularem a
decisão do Concílio de Jerusalém: “Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós...”
(At 15.28). Semelhantes a essas são as palavras de Pedro e dos outros
apóstolos: “Nós somos testemunhas destes fatos, e bem assim o Espírito
Santo...” (At 5.32).[2].
Deus Espírito Santo falava e agia
poderosamente nas igrejas, na vida e ministério dos cristãos do 1º século. Nós
pentecostais acreditamos que o Espírito Santo continua atuando semelhantemente.
Não cremos que tais ações do Espírito Santo tenham ficado num passado distante
para se tornar arquivos mortos. Não! Assim como um corpo sem o espírito é
morto, uma igreja sem o Espírito Santo é morta!
A Pessoa e a Obra do Espírito Santo não podem
ser desprezadas!
A partir de tudo isso se conclui que o
Espírito é um personagem muito importante, que não deve ser desprezado. Jesus
ensinou que uma palavra proferida contra o Filho do Homem podia ser perdoada,
mas que quem blasfemasse contra o Espírito Santo não teria perdão (Lc 12.10).
Esse pecado é maior do que a mera pronúncia de palavras; é um modo de pensar e
viver que se recusa a tratar o Espírito como santo, que o descarta e o rejeita.
Ananias e Safira mentiram ao Espírito Santo (At 5.3) e “entraram em acordo para
tentar o Espírito do Senhor” (v. 9). Sua punição exemplar não foi por causa da
mentira, mas pela atitude dos dois em relação ao Espírito Santo. E Estêvão se
queixou de que seus acusadores sempre resistiam ao Espírito, do mesmo modo como
seus antepassados (At 7.51). Para Lucas, é importante ter a atitude certa em
relação ao Espírito.
O Livro de Atos registra um período
empolgante na vida da igreja. Está claro que Lucas via o Espírito como vivo e
atuante, cuja presença iluminava e inspirava a igreja. Distorcer ou passar por
cima desse ensino significa deixar de lado o único elemento que capacita a
igreja de Deus para o trabalho ao qual ela foi chamada e que lhe permite ser a
igreja que deve ser.
Não despreze o Espírito Santo!
Como pentecostal não quero nada que não venha
do Espírito Santo, mas também não quero negligenciar nada que venha d’Ele!
Ivan Teixeira
Minha consciência é escrava da Palavra!
Ivan Teixeira
Minha consciência é escrava da Palavra!
[1] MARSHALL, I. Howard. The Acts of the Apostles, Leicester, 1980, p.339 (publicado no
Brasil por Edições Vida Nova com o título Atos:
introdução e comentário).
[2] MORRIS, Leon. Teologia
do Novo Testamento, p.233-234. São Paulo, SP, Brasil: Edições Vida Nova,
2003.
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