A MISSIOLOGIA ESCATOLÓGICA DO
MOVIMENTO PENTECOSTAL
A influência
do pentecostalismo inicial na missiologia não pode ser ignorada. Essa obra do
Espírito Santo no início do século XX, na vida e ministério de William Seymour e na congregação da Rua Azusa, Los Angeles, USA, são de
grande importância nas missões e conquistas de vidas para Cristo no século XX.
Tais influências missionárias estão na raiz de como os pentecostais se definem.
A ênfase da congregação da Rua Azusa no evangelismo e na missão resultou em
mais de vinte e cinco missionários enviados a mais de vinte e cinco nações em
dois anos. Missões e evangelismo estão no centro do auto-entendimento do
pentecostalismo. O pentecostalismo é um movimento significativo de reavivamento
motivado pela crença de que toda pessoa deve e pode ser salva. Eles são ainda
mais motivados pela crença de que o retorno de Jesus é iminente.
Essa postura
e ênfase missiológica (testemunhar de Jesus) e escatológica (precisamos
evangelizar por que Jesus voltará a qualquer momento!) são de suma importância
para se compreender a hermenêutica paradigmática do pentecostalismo clássico.
Os
pentecostais acreditam que o Espírito Santo tem sido derramado sobre a Igreja
como um revestimento de poder para o discipulado de Cristo e dos apóstolos. Os
pentecostais entendem que em Atos 1.8, Cristo declara que o enchimento com o
Espírito Santo aconteceria para que houvesse testemunho d’Ele até aos confins
da terra. Os pentecostais encorajam os crentes a serem cheios com o Espírito
Santo para que a igreja possa evangelizar o mundo antes do retorno de Cristo. A
orientação do movimento pentecostal em essência é cristológica. Para os
pentecostais, o poder do Espírito Santo é dado para pregar a Cristo.
Nós
pentecostais entendemos a importância de permanecer em “Jerusalém” esperando em
oração e súplica o revestimento do Alto para nos tornar ousadas testemunhas de
Jesus à todas as nações (cf. Lc 24.49; At 1.4-5,8). Os pentecostais entendem
que o batismo com o Espírito Santo nos proporciona e nos introduz num âmbito espiritual
de manifestações de dons para a edificação da igreja e ousadia para evangelizar
os perdidos. Esse é um pressuposto paradigmático da hermenêutica pentecostal.
Interpretamos que as experiências de revestimentos de poder desfrutadas pelos
primeiros cristãos e que os tornaram fieis testemunhas de Jesus nos servem de
paradigmas para nossa busca por experiências de poder ante o iminente retorno
de Jesus Cristo. Cremos, como eles também criam, que Jesus pode voltar a
qualquer momento. E por isso, em vez de ficar especulando sobre “tempos e
estações”, nós devemos esperar nosso pentecostes, pois a promessa também diz
respeito a nós que fomos chamados pelo Senhor. Nossa hermenêutica postula uma
ponte entre os tempos apostólicos e nossos dias, pois Jesus é o mesmo ontem,
hoje e eternamente! Nessa linha elencamos o Quadrilátero da Hermenêutica
Pentecostal, um Quadrilátero Hermenêutico que sem dúvidas é missiológico e
escatológico, sem, contudo, negligenciar tanto uma soteriologia COMPLETA (pois,
acreditamos na cura do corpo também) quanto uma eclesiologia poderosa (dons
distribuídos pelo Espírito Santo à igreja)! Nesse Quadrante Hermenêutico
afirmamos que: Jesus SALVA, Jesus CURA, Jesus BATIZA COM O ESPÍRITO SANTO e Jesus
VOLTARÁ!
Aqui,
concluo, é claro, dando uma pincelada, que o movimento pentecostal além de ser
missiológico e escatológico é também soteriológico e eclesiológico em seu
paradigma hermenêutico. Desenvolveremos oportunamente, querendo Deus!
IVAN
TEIXEIRA.
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