A
MAGIA DO FIM DE ANO; OS PROJETOS PROFÉTICOS; O EMPREENDEDORISMO DO PALCO
ECLESIÁTICO E A TEOLOGIA COACHING
Essa
é minha forma de lhe dizer: FELIZ 2019!!!
Graças a Deus chegamos ao término de mais
um ano e o próximo ano se avizinha. Como sempre os sentimentos e as emoções
dominam as pessoas (isso é bom). Ouvimos e vemos renovação de laços de
amizades, e grandes promessas na igreja local e por aí vai. Muitos se vestem de
branco, outros de vermelho e ainda têm os que gostam de preto, acendem velas e
verbalizam muitas promessas e decisões. Claro que no meio gospel não tem sido
diferente. Lemos, vemos e ouvimos essa “magia” do fim de ano presente nas
preparações de final de ano. Pessoas que "nada" fizeram durante o ano
que se passou, agora se erguem com promessas mirabolantes para o próximo ano.
Outros elencam projetos proféticos para as igrejas locais como se num passe de
mágica as coisas mudassem sem nenhuma perseverança, meditação nas verdades do
evangelho, e sem nenhuma filosofia de ministério teologicamente sadia e
implantada paciente e persistentemente ao longo dos tempos. Claro que isso não
nos admira, pois é apenas a colheita da semeadura do pragmatismo e das
campanhas mirabolantes.
Às vezes me pergunto: “Porque nossos
pastores não leem a Bíblia para entender o que Deus quer de Sua igreja e daí
elabora uma filosofia ministerial e eclesiástica e perseverantemente durante
dias, meses e anos a colocam em prática, independente da “magia” do fim de
ano?”.
Muitos não sabem ou ignoram que Deus já
esboçou o PROJETO ministerial e eclesiástico. O que devemos fazer é deixar de
sermos tolos e de ficar encantados com o canto da sereia do pragmatismo, da
teologia da prosperidade e do entretenimento gospel. Precisamos de pastores que
sejam cheios do Espírito Santo e da Palavra (as duas coisas são sinônimas: Ef
5.18 e Cl 3.16). Líderes que guiem o rebanho de Deus diária e perseverantemente
nas verdades do evangelho, não apenas quando contagiados pela “magia” do fim de
ano. Eu creio que Deus é poderoso para levantar pastores sábios e inteligentes
para liderar continuamente o Seu povo nas grandes verdades do santo evangelho!
A
TEOLOGIA COACHING
E para complicar mais e mais as coisas no
mundo gospel brasileiro, presenciamos uma nova teologia (alguns dizem que é a
substituta da teologia da prosperidade, pois essa já está desacreditada)
adentrando sorrateiramente nossos arraias eclesiásticos. A Cultura do Coaching
penetra a filosofia ministerial e eclesiástica desvirtuando as pessoas mais e
mais do santo evangelho. O Coach (treinador) gospel tem a função de estimular,
apoiar e despertar em seu cliente (os crentes), também conhecido como Coachee
(Coachrentes – kkk), o seu potencial infinito para que este conquiste tudo o
que deseja. Se na teologia da prosperidade Deus era um meio (como um gênio de
uma lâmpada) para minhas conquistas e enriquecimento, na Teologia Coaching Deus
é descartado, pois EU TENHO A FORÇA INFINITA PARA REALIZAR O QUE DESEJO. Para
isso basta eu saber configurar minha mente (MindSet) para encontrar o meu
potencial e o caminho do sucesso. Tudo num passe de mágica! Nesta teologia não
há espaço para trabalho duro, perseverança na doutrina, na oração e na comunhão
da igreja local, ou seja, indiretamente "descarta" os elementos bíblicos
para a saúde, crescimento e edificação da igreja. Tudo depende do meu treinador
(Coach) me ensinar a despertar a força que está dentro de mim. Os novos
"H-Mans" gospel já estão em cena com seus Castelos de Grayskull’s. Os
fazedores de Campanhas (os Coaching gospel) terão um prato cheio para atrair os
coachrentes.....
Junto com a Teologia do Coaching cresceu
o que chamo de “Empreendedorismo de Pacto Eclesiástico”. São líderes que fazem
seminários nas igrejas ou em hotéis e etc., e trabalham com palestras
motivacionais (ou uma espécie do evangelho psicologizado e terapeutizado e
etc). Faço uma citação penetrante de ÍCARO DE CARVALHO no seu artigo POR QUE O
EMPREENDEDORISMO DE PALCO IRÁ DESTRUIR VOCÊ?
O empreendedorismo é a nova religião do
homem moderno. Materialista e secular, ele substituiu os Santos do seu altar
por fotografias de homens bem sucedidos; os seus Evangelhos são livros como “O
sonho grande” e “A força do Hábito”. Ele acredita, de alguma maneira, que tudo
aquilo irá aproximá-lo do seu objetivo principal: sucesso, fama e dinheiro…de
preferência agora!
Essa cultura construída em torno do
coaching e do Empreendedorismo de Palco é em sua maioria materialista. O
objetivo de muitos é o sucesso financeiro, e isso significa enriquecer. Com um
fator especial: o mais rápido possível (imediatismo). É comum ler e ouvir
grandes promessas e ensinamentos sobre como trabalhar menos e ganhar mais. O
foco está no esforço intelectual e físico daquele que está buscando seu lugar
ao sol. É dessa cultura de palco, sonhos, riquezas e promessas que estou
falando. Já viu onde isso vai chegar à igreja? Vamos falar disso agora! (apud
Pedro Pamplona).
O Coaching na Igreja (aqui transcrevo a
excelente exposição de Pedro Pamplona com algumas observações minhas).
Eu já vi (Pedro Pamplona) palestras de
coaching acontecendo onde deveria haver uma pregação da Palavra. Isso mesmo, em
pleno culto público. Infelizmente essa cultura chegou a muitas igrejas. E se eu
já não me dou bem com ela no mercado de trabalho, na igreja não tenho medo de
dizer que ela é minha inimiga. Assim como repudio a Teologia da Prosperidade
também o faço com essa nova onda da Teologia do Coaching. Em alguns sentidos
essa segunda chega a ser pior do que a primeira. Vamos analisar três pontos que
constroem a Teologia do Coaching.
HUMANISMO: O coaching utiliza de técnicas humanas
num indivíduo que é o centro de tudo para que este alcance seus objetivos
humanos. Muitos pastores e líderes têm enveredado por esse caminho. Tratam suas
pregações como palestras motivacionais da fé que confundem fé com força e
vontade, evangelho com motivacionismo e Cristo com um palestrante. O foco está
naquilo que o homem pode fazer através da sua fé pessoal. A TUA FÉ GERA –
VOCIFERA MUITOS NAS CAMPANHAS. Fé essa que passa por Cristo, mas que tem seu
objeto na própria pessoa e nos seus esforços dirigidos. Muitas “pregações” tem
o mesmo objetivo do coaching, ou seja, estão “visando à conquista de grandes e
efetivos resultados [pragmatismo] em qualquer contexto, seja pessoal,
profissional, social, familiar, espiritual ou financeiro”. O apelo pode ser até
espiritual, mas ainda assim você já deve ter escutado muito coisas do tipo
“como ser o melhor marido”, “como atrair e fidelizar pessoas para o reino”,
“alcançando sucesso através da fé.”. Tudo isso travestido de espiritualidade…
MATERIALISMO: há um desejo enorme em conquistar
coisas. Sejam elas produtos do mercado como carros, casas, roupas, viagens ou
algo mais “espiritual” como paz, pessoas, bom casamento, filhos educados, castidade,
etc. As pessoas querem conquistar, possuir e avançar, sendo tudo isso fruto não
da humilhante auto confrontação e negação de si mesmo, mas da autoafirmação. O
papel do pastor se tornou muito parecido com o do coach: “estimular, apoiar e
despertar em seu cliente (ovelha)… o seu potencial infinito para que este
conquiste tudo o que deseja”. É exatamente isso que essa mistura
humanista-materialista busca: o potencial infinito de cada ser humano para
conquistar aquilo que ele deseja [VOCÊS SÃO DEUSES – A AFIRMAÇÃO DA SERPENTE
PARA EVA: “SERÃO DEUSES!”]. Há uma conexão com o existencialismo, onde o
indivíduo e sua busca pessoal por significado em si mesmo passa a ser o centro
do pensamento filosófico.
CETICISMO: Humanismo e materialismo são marcas de seres
céticos. A crença no Deus da Bíblia é cada vez mais fraca onde esse tipo de
cultura se manifesta. Como eu já disse, a Teologia do Coaching busca descobrir
o potencial de todas as pessoas para que ela alcance seus próprios objetivos.
Dependência de Deus é algo apenas fantasiado. Orações são feitas apenas para
que Deus abençoe nossos planos e para que Ele nos dê apoio em nossa própria
empreitada. O sobrenatural é esquecido e Deus vai ficando cada vez mais
distante. Na Teologia do Coaching o soberano é o indivíduo com suas decisões de
fé e sucesso. Em muitas igrejas tudo que você vai encontrar nos púlpitos são
mensagens sobre o que os homens podem fazer para serem alguma coisa melhor do
que já são. Até a mistura com conteúdos de coaching, marketing pessoal e
psicologia você encontrará. Aliás, tem sido comum pastores e líderes entrarem
nesses cursos e palestras para serem mais persuasivos, contagiantes e teatrais
(pra não usar manipuladores). O Espírito Santo não tem muito espaço na Teologia
do Coaching, mesmo que usem seu nome. [A PREGAÇÃO BÍBLICA EXPOSITIVA É
DESCARTADA COMO ANTIQUADA E SEM SUCESSO].
A
SUBSTITUTA DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE, TODAVIA MAIS MORTÍFERA
São por esses motivos principais que digo
que a Teologia do Coaching está substituindo a Teologia da Prosperidade. Esse
discurso tem atraído jovens, empresários, profissionais liberais, e todo o tipo
de gente, principalmente na classe média. E aqui está a transição entre as duas
abordagens. A Teologia da Prosperidade faz uma barganha com Deus crendo que Ele
efetuará milagres para benefício material e espiritual do homem. A Teologia do
Coaching eliminou a barganha ao deixar Deus de longe, mas passou a ter no
próprio homem a força “milagrosa” para seu benefício material e espiritual. Na
Teologia da Prosperidade ainda há certa dependência de Deus e seu agir
sobrenatural, enquanto na Teologia do Coaching o homem declarou sua
independência. O relacionamento de barganha foi substituído para o
relacionamento de plateia. O Deus da Teologia do Coaching está assistindo e
torcendo pelos grandes empreendedores no palco da fé. Talvez você ache ruim o
uso da palavra coaching, mas quero que você entenda a expressão completa
“teologia do coaching” que estou usando para definir esse tipo de abordagem.
Essa é uma teologia mais sutil, que
parece mais humilde, mas na verdade transborda soberba ainda mais do que a
tenebrosa Teologia da Prosperidade. Seu ambiente menos escandaloso e mais
conformado a cultura secular permite que esse tipo de abordagem lote igrejas e
obtenha grande aceitação. Geralmente se fala o que as pessoas querem ouvir e
pecados são tratados como pedra e obstáculos no caminho que devem ser superados
[ALIÁS, VOCÊ SUPERA TUDO – AUTOAJUDA E NÃO AJUDA DO ALTO. AQUI NÃO PRECISA DO
EVANGELHO]. A pregação fica até mais dinâmica, com uso de mídias, frases de
efeito e motivação mútua. Tudo isso associado com o desejo material dos nossos
dias só contribuem para que a Teologia do Coaching ganhe terreno. Logo nós
teremos grandes problemas com ela e talvez ela chegue ao mesmo patamar da
Teologia da Prosperidade. Que Deus nos livre e proteja disso!
Tenho me preocupado com o rumo que os
líderes e as igrejas locais têm tomado por conta disso.
Precisamos voltar para o CRISTIANISMO
PURO E SIMPLES exposto por C. S. LEWIS; precisamos entender a CONTRA CULTURA de
JOHN STOTT; precisamos abraçar SIMPLESMENTE CRENTE ensinado por MICHAEL HORTON
e também precisamos de uma IGREJA ORDINÁRIA, segundo a mensagem pregada por
JOHN MACARTHUR.
Aliás, precisamos resgatar os Cinco
Pontos do Pentecostalismo bíblico:
JESUS SALVA,
JESUS CURA,
JESUS SANTIFICA,
JESUS BATIZA e
JESUS VOLTARÁ OUTRA VEZ!
FELIZ 2019!
QUE DEUS ESPÍRITO SANTO NOS GUIE PARA SUA
PALAVRA!
Ivan Teixeira
Minister Verbi Divini
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