segunda-feira, 24 de agosto de 2020

DOUTRINA PENTECOSTAL DA IGREJA

 

(Insights iniciais)


Qualquer observador entenderá que a igreja evangélica brasileira enfrenta crises, e que certas deficiências são notadas em seu meio. Nós não precisamos nos esforçar muito para diagnosticar o quão moribunda se encontra as igrejas locais. É claro que há suas exceções e muitos pastores estão orando, pregando e liderando as igrejas para uma desenvoltura, reforma e avivamento. Apesar disso, vemos vários sinais de declínio, capitulação e deficiências nas igrejas locais.

Particularmente, eu creio e prego que nós devemos voltar àquela dependência do Espírito vista nos cristãos neotestamentário sob à luz do Evento do Calvário e do Pentecostes para uma restauração poderosa das nossas congregações locais. Caso as igrejas locais almejam ser bíblicas precisam andar nos trilhos das verdades reveladas tanto no Calvário quanto no Pentecostes. Noutras palavras, a igreja deve ser centrada e edificada por Cristo e n’Ele, mas também é construída pelo Espírito e vivificada, crescente e capacitada n’Ele. Nossa eclesiologia se sustenta sobre o Evento do Cristo crucificado e ressurreto, no Calvário, e sobre o Evento fundante, capacitante e movente do Espírito Santo no Pentecostes. Calvário e Pentecostes são a glória da redenção da humanidade.

Acredito que a eclesiologia pentecostal deve ser construída sobre os pilares do Pentecostes tendo uma consciência retrospectiva da redenção realizada no Calvário. O Calvário aponta para o Pentecostes, e o Pentecostes retrocede para o Calvário. O Cristo e o Espírito, como é peculiar ao Movimento Pentecostal, não são (e não deve ser!) meros adendos externos na construção do edifício eclesiástico. Cristo é a pedra angular, e o Espírito o construtor da morada espiritual de Deus sobre o fundamento dos apóstolos. Os cristãos são pedras vivas na edificação, construção e crescimento do edifício eclesial (1Pedro 2.5). Na eclesiologia fundada pelos apóstolos com o Cristo como pedra angular, nota-se a perpétua e movente ação carismática e pneumática do Espírito para tornar o edifício eclesial numa morada pneumática ou espiritual para Deus Pai (Efésios 2.20-22). Nós pentecostais devemos propor uma eclesiologia formada pelo Espírito sobre o fundamento dos apóstolos tendo o Cristo como a pedra angular.

Essa edificação eclesial pelo Espírito torna os cristãos uma casa do Espírito (ou espiritual) para que sejam um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais (pelo Espírito ou pneumático), agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo (1Pedro 2.5).

Uma eclesiologia pentecostal deve se desenvolver, primeiro, a partir do evento do Calvário que pelo sangue (morte) do Cristo destruiu toda hostilidade do pecador para com Deus Pai, e reconciliou toda a humanidade crente com Deus, formando um só corpo, a Igreja (Efésios 2.14-17). Segundo, articula-se no evento do Pentecostes afirmando que no Cristo, pelo Espírito e por meio do mesmo Espírito, todos os cristãos têm acesso ao Pai (v.18). Essa Igreja Pentecostal, fundada, inaugurada e nascida no Dia de Pentecoste, é totalmente dependente do Espírito para centrar-se no Cristo e n’Ele ser construída. Terceiro, a igreja pelo Espírito fundante-movente e pelo dinamis (poder) capacitador se torna missionária (uma eclesia enviada) e testemunhal (uma eclesia orante) do Cristo ressurreto e exaltado à Destra do Pai (uma eclesia adoradora). A Igreja Pentecostal é missionária, testemunha e adoradora do Cristo que morreu no Calvário e ressuscitou ao terceiro dia e foi assunto à Destra do Pai.

Pode-se dizer que no Cristo, a pedra angular do edifício eclesial, existe uma mega construção pneumática (do Espírito) para morada espiritual de Deus Pai (Efésios 2.20).

O planetário eclesial pentecostal deve orbitar no Calvário e no Pentecostes!

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