quarta-feira, 26 de agosto de 2020

JESUS É DEUS_SANTO IRENEU_PEQUENA INTRODUÇÃO

 

Qualquer pessoa que nega essa verdade é inimiga do Evangelho!

(Introdução da visão de Santo Ireneu sobre a Divindade do Senhor Jesus)

 

Certos hereges atualmente tentam manipular e omitir dados históricos quando afirmam que a ideia de que Jesus é Deus foi uma postulação posterior no IV século com Constantino e outros de Roma – já ouvimos muitos dizerem: “Trindade é coisa da Igreja Romana e de Constantino” e etc.,. Esses hereges dão um salto gigante e manipulador em 200 anos iniciais de História da Igreja, ignorando vários Pais da Igreja propositalmente, para enganar os incautos e desavisados com suas afirmações esdrúxulas e heréticas.

Para deixar claro a manipulação dos dados históricos pelos hereges atuais, citou Santo Ireneu, um dos grandes Pais apologistas (defensores da Fé Bíblica) na defesa da plena Divindade do Verbo.

Santo Ireneu (Irineu) não era romano, mas foi um bispo grego, teólogo e escritor, nascido em Esmirna(?) na Ásia Menor (atual Turquia de hoje). Nasceu em 130 d.C., e morreu na atual cidade de Lyon, na França, em 202 d.C., onde foi bispo. Foi discípulo de São Policarpo, que, por sua vez, conviveu diretamente com o Apóstolo São João, o Evangelista. Santo Ireneu foi um dos grandes defensores da fé evangélica, combateu assídua e corajosamente o gnosticismo e os hereges como Valentim (100–160 d.C).

Para vocês terem uma ideia do que o grande Santo Ireneu combateu, nota-se que os valentinianos defendiam, por exemplo, que havia um lugar de plenitude chamado PLEROMA, que era habitado por seres divinos, os Éons. Um desses Éons teria criado o mundo corruptível e mortal, o mundo visível, tal como o conhecemos. Pois bem, Jesus Cristo, para os valentinianos, teria recebido, no momento de seu batismo (quem lembra que certo pregador dos Gideões ensinou isso?), a infusão de outro Éon, que teria um plano salvador para os homens. Nas palavras de Cristo reproduzidas nos Evangelhos, esse Éon teria deixado as “pistas”, o “caminho” para se conhecer o Pleroma, isto é, para se poder habitar o mundo da plenitude dos seres perfeitos.

O grande apologista destacou que o Verbo encarnou não numa pessoa qualquer, mas numa natureza preparada e gerada pelo Espírito Santo. Pois, como disse Santo Ireneu: “[...] como poderia uma criatura separada e infinitamente distanciada do Pai, sustentar o Verbo?”; Desbancando os hereges gnósticos e os valentinianos, Santo Ireneu escreveu: “Como poderia uma criação exterior ao Pleroma conter Aquele que contém todo o Pleroma?” (Adv. Haer. V, 18.1). Aqui Ireneu, no meu ver, faz eco as palavras do apóstolo Paulo e do apóstolo João: Colossenses 1.19: “porque aprouve a Deus que n’Ele residisse toda a PLENITUDE (gr. πλήρωμα)”; João 1.16: “Porque todos nós temos recebido da Sua PLENITUDE (gr. πληρώματος), e graça sobre graça”. Jesus, o Cristo, meus irmãos não era um mero Éon do Pleroma, mas Aquele que contém TODO o Pleroma da Divindade. Ele não é apenas divino ou como alguns sorrateiramente dizem: “Filho de Deus [apenas]”, ou mesmo uma fagulha do Pleroma, mas o próprio Deus-Pleroma. JESUS É DEUS EM SUA PLENITUDE!

Santo Ireneu identificou nos argumentos valentinianos uma série de graves consequências. Uma delas foi a pressuposição de duas divindades rivais, o criador do mundo corruptível e o salvador. Essa posição dos gnósticos precisava ser refutada, segundo Ireneu, porque eram contrárias, por exemplo, ao dogma da Trindade, que admite a coexistência de Três Pessoas na figura de UM SÓ DEUS, e também ao dogma da Encarnação e da Ressurreição, que admite que o Ser Divino na Pessoa do Verbo (Logos) encarnou no mundo perecível e abriu, neste mundo, a via da redenção dos pecados.

Santo Ireneu afirmou a encarnação do Verbo na carne humana da virgem Maria, Sua morte física e ressurreição corporal no Seu tabernacular entre nós. Ensino negado pelos gnósticos de sua época, bem como da época do apóstolo João (1João 5.6-12). Ele escreveu também que: “Assim como Eva foi seduzida pela fala de anjo e afastou-se de Deus, transgredindo a Sua Palavra, Maria recebeu a boa-nova pela boca de anjo e trouxe DEUS em seu seio, obedecendo à sua palavra” (Adv. Haer. V, 19.1). Jesus é claramente Deus!

Santo Ireneu escreveu concordando que Jesus era Deus citando o apóstolo João: “[...] Também João, o discípulo do Senhor, afirma tudo isso, quando diz no seu Evangelho: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e O VERBO ERA DEUS. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo foi feito por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito” (Adv. Haer. V, 18.2).

No Volume V de sua grande obra Contra as Heresias 18.3, Santo Ireneu escreveu: “O verdadeiro Criador do mundo é o Verbo de Deus. Este é nosso Senhor, que nos últimos tempos se fez homem, Ele que já estava no mundo e invisivelmente sustenta todas as coisas criadas e está impresso em toda a criação, como Verbo de Deus que tudo governa e dispõe; [...]”(Adv. Haer. V, 18.3).

Concluo com as claras palavras de Santo Ireneu postulando que Jesus não é meramente um filho de Deus, mas Deus: “Esta vinda visível do Verbo, Davi a anunciou, quando disse: “O nosso DEUS virá de maneira manifesta e não se calará.” E depois anunciou o julgamento que ELE traria, dizendo: “O fogo arderá diante d’Ele e à Sua volta se lançará a tempestade. Chamará os céus do alto e a terra para julgar o seu povo” (cf. Salmo 50.2,3,4) (Adv. Haer. V, 18.3).

Claramente para o grande bispo Ireneu Jesus era Deus, o Verbo que esteve entre nós por meio da Virgem que nela o Espírito Santo gerou a humanidade da encarnação. Ele não recebeu nenhum Éon no batismo. O Verbo não tinha nenhuma fagulha do Pleroma, mas Ele é o Pleroma da Deidade. Negar a Divindade de Jesus Cristo é negar uma das doutrinas pelas quais o Cristianismo está de pé ou caído.

Como cristão rejeito peremptoriamente qualquer ensino que distorça a verdade fundamental de que Jesus é Deus. Tenho como inimigos do evangelho qualquer pastor, bispo, presbítero e seja lá o que for que nega o claro ensino da Bíblia sobre a plena Divindade do meu Senhor Jesus!

Só Deus é digno de toda adoração! Jesus é o Cordeiro digno de toda adoração nos céus (Apocalipse 5)!

 

Ivan Teixeira

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