segunda-feira, 8 de maio de 2017

TOLERANDO OS IRMÃOS FRACOS, MAS NUNCA OS FALSOS IRMÃOS!

TOLERANDO OS IRMÃOS FRACOS, MAS NUNCA OS FALSOS IRMÃOS!

A DOR DA FALSA AMIZADE!

Continuamos vivendo num mundo em que as pessoas gostam de esconder sua verdadeira identidade. Há pessoas que pensamos que estão do nosso lado por estarem andando conosco, mas no final elas estavam seguindo outras pessoas e ideologias.
Muitos dentre nós já não nos decepcionamos com aqueles que se diziam nossos amigos e por fim, só andavam conosco, mas não eram realmente nossos amigos.
Hoje encontramos pessoas machucadas por causas de falsas amizades. Talvez não haja algo que mais nos solapa do que uma falsa amizade ou um falso irmão. É decepcionante quando abrimos sinceramente nosso coração para pessoas que depois estarão nos martirizando. Às vezes nos sentimos como Davi, sendo alvo de tiro ao alvo pelos Saul’s da vida que tanto ajudamos. É cruel sabermos que aquele que andava conosco objetivava nos massacrar.
Creio que umas das coisas que mais machucou o coração de Paulo, não foram os açoites, os naufrágios, a fome, ou os perigos, mas foram os falsos irmãos. Aqueles que ele havia se dedicado. Aqueles por quem ele havia arriscado sua vida, abrido seu coração, escancarado a porta de sua alma, dedicado seus esforços e tempo, foram os que mais lhe golpearam.
Pelo menos em duas ocasiões Paulo escreveu sobre esta grande tristeza:
2a Coríntios 11.26: em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos entre os gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos (grifo nosso).

Aqui Paulo está elencando as marcas de seu apostolado e nos capítulos 10, 11, 12 e 13 ele defende seu apostolado. E por incrível que pareça e indo contra as ideologias reinantes de ministérios atuais, sua vida e ministério foram marcados por muitos sofrimentos e perigos, dentre eles “perigos entre falsos irmãos” (11.26).
A palavra grega usada por Paulo em ambas às referências é yeudade/lfouj (pseudadélfhous), ou seja, “alguém que professa ostentosamente ser um cristão, mas é destituído de conhecimento e piedade cristã”[1].
A outra ocasião encontra-se em:
Gálatas 2.4: E isto por causa dos falsos irmãos que se entremeteram com o fim de espreitar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus e reduzir-nos à escravidão (grifo nosso).

Os falsos irmãos na Galácia “sugere que fingiram ser crentes para poderem entrar na igreja, mas não eram na verdade cristãos verdadeiros”[2]. Estes falsos irmãos pretendem obliterar nossa liberdade em Cristo Jesus. São pessoas que como agentes secretos (“espreitar”) se intrometem em nossas vidas objetivando nos tornar escravos de suas falsas ideias e falsas interpretações da Bíblia. São os famosos legalistas, partícipes da turma dos fariseus.
Como Paulo, devemos nem ainda por uma hora nos submeter a estes penetras, para que a verdade do evangelho permaneça entre nós (Gl 2.5). Não devemos nos submeter e tolerar falsos irmãos. Somos exortados pela Bíblia para tolerar e ajudar pacientemente os irmãos FRACOS, mas NUNCA os irmãos FALSOS.
Com muita propriedade o Bispo Lightfoot destaca que as pessoas às quais Paulo fazia concessões eram irmãos fracos, não falsos[3]. Não devemos sucumbir diante da pressão dos falsos irmãos e dos falsos líderes, mas ser fiéis à mensagem do santo evangelho. Aos irmãos fracos e imaturos devemos ser tolerantes e encaminhar os tais com toda sabedoria dada por Deus para que sejam edificados e cresçam na graça e no conhecimento de Deus. Quantos aos falsos e facciosos irmãos devemos repreendê-los uma ou duas vezes, mas se não se arrependerem devemos evita-los (cf. Tt 3.10-11).
A Escritura não nos ordena a tolerar falsos irmãos, mas aos irmãos fracos na fé. Isso deve ser feito com toda longanimidade. Paulo disse para Timóteo “prega a Palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina” (2Tm 4.2, grifo nosso).

NÃO AOS FALSOS IRMÃOS; SIM, AOS IRMÃOS FRACOS!

Ivan Teixeira
Minha consciência é escrava da Palavra de Deus!



[1] STRONG, James. Léxico Grego número 5569, Bíblia Online.
[2] GUTHRIE, Donald. Gálatas: Introdução e Comentário, pg. 95. Edições Vida Nova.
[3] Apud STOTT, John. A Mensagem de Gálatas: Somente um Caminho, pg. 44. ABU Editora.

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