sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

TRIBUTO AO DEUS DE ISRAEL

TRIBUTO DE GRATIDÃO E ADMIRAÇÃO AO DEUS DOS HEBREUS!

Se Deus preserva uma nação que escolheu, Israel, quanto mais um povo que elegeu em Cristo Jesus. Toda História de Israel, tanto bíblica quanto histórica, revela-nos contundente e peremptoriamente a PRESERVAÇÃO DOS SANTOS! É o mesmo Deus da graça exercendo Seu poder em duas grandes alianças!
Creio TANTO na PERSEVERANÇA dos santos por meio de uma vida piedosa e luta diária contra os grandes inimigos: carne, mundo e Satanás (2ª Pedro 1.10: “Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum”.), QUANTO na PRESERVAÇÃO dos santos pelo poder de Deus (2ª Pedro 5.10: “Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à Sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, Ele mesmo vos há de APERFEIÇOAR, FIRMAR, FORTIFICAR e FUNDAMENTAR”.). Os elos da cadeia da salvação são inquebrantáveis e certos (Romanos 8.28-30: “propósito-conheceu-predestinou-chamou-justificou-[santificou]-glorificou”).
Tal como Israel Deus irá disciplinar rigorosamente Seus filhos para preservá-los da condenação eterna. A espécie de julgamento experimentado por um filho ou filha de Deus não é de um Juiz, mas de um Pai que disciplina Seus filhos para que não sejam condenados com o mundo (cf. Hb 12.4-11; 1ª Coríntios 11.31-32: “Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos DISCIPLINADOS pelo Senhor, para NÃO sermos CONDENADOS com o mundo”.).
Ante esse precioso e majestoso mistério, tenho que fazer minha às palavras de Paulo em Romanos 11.25-36:
Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios. E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades. Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados. Quanto ao evangelho, são eles inimigos por vossa causa; quanto, porém, à eleição, amados por causa dos patriarcas; porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis. Porque assim como vós também, outrora, fostes desobedientes a Deus, mas, agora, alcançastes misericórdia, à vista da desobediência deles, assim também estes, agora, foram desobedientes, para que, igualmente, eles alcancem misericórdia, à vista da que vos foi concedida. Porque Deus a todos encerrou na desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos.

Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém![1]

Sobre Jerusalém
יְרוּשָׁלַםִ yerûšālam, יְרוּשָׁלַיִם yerûšālayim: um nome próprio que designa Jerusalém, a cidade mencionada mais frequentemente no Antigo Testamento e a capital de Israel e a cidade mais importante. Depois que Israel foi dividido em duas partes, era a capital de Judá, antes e depois do exílio (Esdras 1-2). Seu nome aparece em textos escritos fora da Bíblia e na Bíblia que recordam uma cidade que antecede Israel ou os hebreus no Egito, ao longo dos séculos XIX e XVIII A.C.
O nome significa "altura ou fundamento da paz". Um significado apropriado para o objetivo de Deus com e para o Seu povo é "shalom", "paz, bem-estar". O significado tradicional do nome é "cidade de paz". Jerusalém foi a cidade dos jebuseus (Jz 19:10) por muitos anos. Mais cedo, ouvimos falar de um Melquisedec, rei de Salém (Jerusalém) que opera lá (Gn 14:14; Salmo 76: 2 [3]). Era uma cidade de justiça, mas se tornou uma cidade de opressão. Era uma cidade de paz, mas foi despedaçada. Era para ser "a Cidade Santa" (Isaías 52:1), mas foi corrompido (Ezequiel 8). Sua santidade foi baseada na presença de Deus no meio dela (1Rs 6-8). A presença de Deus sobre a arca (2Sm 6:1-15) santificou a cidade e a Sua presença (Êxodo 33: 15-17) fez o povo santo (Eze. 48:35). Visto que Davi conquistou a cidade, poderia ser denominado "a cidade de Davi" (2Sm 5: 6-16). Em 2Samuel 5:7, tornou-se associado à designação "Zion", uma poderosa fortaleza ou fortaleza. Ariel ("leão de Deus") é chamado várias vezes (Isa. 29). Ezequiel viu uma nova cidade purificada e limpa e um Templo em sua visão e nomeou apropriadamente a nova cidade "o Senhor está lá" (48:35). O nome árabe da cidade é "o Santo (Cidade,"El-Quds"). Mohammed visitou (por tradição). Foi e é a cidade mais sagrada dos judeus e cristãos e a terceira mais sagrado do Islã[2].



[1] (1999). Bíblia de Estudo Almeida Revista e Atualizada (Rm 11.25–36). Sociedade Bíblica do Brasil.
[2]BAKER, W., & CARPENTER, E. E. (2003). The Complete Word Study Dictionary: Old Testament (p.473–474). Chattanooga, TN: AMG Publishers. 

SEMPRE AO SEU LADO!

MENSAGEM DE DEUS
TEMA
(Pessoas que um Pastor Precisa ao seu Lado)
Leitura Seleta: Colossenses 4.7-17

Excerto de uma exposição nossa.

Introdução: Estou ciente que ao mesmo tempo em que um pastor está cercado de pessoas, ele é a pessoa mais solitária no meio delas. Muitas vezes um pastor está rodeado de falantes, mas são falas vazias, utópicas, pessoas e presunçosas.
Foi assim com o grande apóstolo Paulo e assim será contigo e comigo também.
Normalmente um pastor está marcado pela solidão e pelos falsos irmãos. Paulo escreveu sobre estas duas coisas:
2ª Timóteo 1.15: Estás ciente de que todos os da Ásia me abandonaram; dentre eles cito Fígelos e Hermógenes.

Paulo estava enfrentando o que todo pastor enfrenta. O abandono dos que se dizem amigos. O abandono daqueles que deveriam estar ao seu lado para unir forças em prol da extensão do Reino de Deus.
Fígelos e Hermógenes: Talvez o coração do apóstolo estivesse sofrendo em especial o “abandono” destes dois obreiros citados. Talvez fossem os que mais lhe causaram dor.
Lembra-se daquele momento em que você pensa: “Poxa, fulano de tal não veio!”.

2ª Coríntios 11.26: “em perigos entre falsos irmãos”.

Neste contexto Paulo elenca que os coríntios toleravam os falsos obreiros e os falsos irmãos em vez de honrarem pessoas compromissadas com Deus e com a igreja. É dolorido saber que muitas igrejas apreciam os falsos obreiros e falsos irmãos, mas desonram os verdadeiros obreiros de Deus.

Com esses dois textos, eu decido não abandonar meus companheiros e amigos ministeriais e nem ser um falso irmão. Esforço-me, pela graça de Cristo, a construir um ministério fraterno!
No entanto, no texto que lemos pela providência Divina Paulo foi suprido com certa classe de pessoas que são indispensáveis para um ministério acalentador e restaurador.

I. OBREIRO-JOSUÉ: “Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por vontade de Deus, e o irmão Timóteo” (Cl 1.1, ARA).
Chamo Timóteo de “obreiro-Josué” por causa da relação estreita com Paulo e da característica de continuidade e sucessão ministerial que vemos em Timóteo.
Tal como o grande Josué descrito no Antigo Testamento que sempre estava ao lado de Moisés e o sucedeu, Timóteo é o obreiro muito próximo de Paulo e por um lado deu continuidade ao ministério do santo evangelho iniciado pelo apóstolo.
Obreiro-Josué é aquele que está ao seu lado na alegria e na dor; na fraqueza e na força; nos momentos de bonança e na escassez; nas montanhas e também nos vales. Ele sempre está ao seu lado.
Josué foi o servidor de Moisés que o sucedeu na obra (cf. Nm 27.18-23; Js 1.1).
Sobre Timóteo lemos as memoráveis palavras de Paulo: “E o que de minha parte ouviste[1], através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros” (2Tm 2.2).
Essa é a verdadeira sucessão apostólica: sucessão da mensagem ouvida, a sucessão do evangelho.
O obreiro-Josué é aquele obreiro que se aprouver a Deus nos levar, o obreiro-Josué continuará a obra que começamos.

II. OBREIRO LEAL A NÓS: “segundo fostes instruídos, por Epafras, nosso amado conservo, leal ministro de Cristo em nosso favor” (1.7, KJA).
Esse tipo de obreiro não é aquele que é cúmplice de nosso ministério, mas fiel a Cristo em favor de nosso ministério. Ele não é infiel a Cristo sendo fiel a nós. Mas é aquele que sendo fiel a Cristo nos é favorável.
Esse não é o obreiro “puxa-saco” ou obreiro “babão” que concorda com tudo o que falamos e fazemos, mas é um fiel e leal ministro de Cristo a favor de que tenhamos um ministério bíblico.
Ele nos repreende quando precisamos. Ele é fiel a Cristo em nosso favor. Ele não é fiel ao nosso ministério em detrimento de sua lealdade a Cristo, mas por causa de sua fidelidade a Cristo ele vai nos ajudar a exercer nosso ministério.
Tais obreiros, leais ministros de Cristo em nosso favor, não coadunam com nossos erros, mas os corrigem. Eles são leais a Cristo em nosso favor, e não leais a nós em favor de Cristo. São obreiros que não nos seguem cegamente, mas com grande lealdade ao Senhor da obra.
Obreiro-Epafras serve a Deus juntamente conosco sendo leal servo de Cristo.

Ivan Teixeira
Soli Deo Gloria!





[1] Aqui temos uma grande lição, Deus usa o ensino da Sua Palavra para formar obreiros. Obreiros são formados primeiramente pelo ouvir. Timóteo ouviu os ensinos de Paulo e, posteriormente o sucedeu como ministro do evangelho.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Batismo com Espírito Santo e Fogo!

O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO E FOGO

Muitas obras de teologia sistemática não apresentam um capítulo específico a respeito do batismo no Espírito Santo. Na realidade, de modo geral, a Pessoa e a obra do Espírito Santo têm sido grandemente negligenciadas.
William Barclay escreve: "A história da Bíblia é a história de homens cheios do Espírito. Mesmo assim... nosso modo de pensar acerca do Espírito é mais vago e indefinido que nossas formulações teológicas acerca de qualquer outro elemento da fé cristã".
Carl F. H. Henry observa, com pesar: "Os teólogos do passado... não nos deixaram nenhuma delineação plena do ministério do Espírito Santo".
Felizmente a Igreja hodierna, em sua totalidade, está, finalmente, dando maior atenção ao Espírito Santo. Obras como as de Frederick D. Bruner e James D. G. Dunn indicam interesse crescente pelo assunto entre os não-pentecostais. Isto se deve, em grande medida, à persistência e ao crescimento do Movimento Pentecostal. Os líderes eclesiásticos agora citam o Pentecostalismo como "uma terceira força na Cristandade", lado a lado com o catolicismo e o protestantismo.
Essa "terceira força" passou a merecer a atenção dos teólogos, principalmente em razão de sua presença mundialmente visível. Ou seja: os estudiosos reconhecem o Pentecostalismo porque ele é "uma terceira força na sua doutrina", especificamente a que trata do batismo no Espírito Santo.
James D. G. Dunn observa que os católicos enfatizam o papel da Igreja e dos sacramentos, e subordinam o Espírito à Igreja. Os protestantes enfatizam o papel da pregação e da fé, e, subordinam o Espírito à Bíblia. Os pentecostais, no entanto, reagem a esses dois extremos - ao sacramentalismo que pode se tornar mecânico e à ortodoxia biblista que pode se tornar espiritualmente morta - e reclamam uma experiência vital com o próprio Deus no Espírito Santo.

Princípios hermenêuticos
Em sua famosa gramática de grego neotestamentário (Gramática Exegética do Grego Neo-testamentário, Ed. Cultura Cristã), o escritor William Chamberlain nos aponta cinco princípios que devem ser levados em conta na interpretação de um texto bíblico.
1.      Interpretar Lexicamente;
2.      Interpretar Sintaticamente;
3.      Interpretar Contextualmente;
4.      Interpretar Historicamente;
5.      Interpretar Analogicamente
Duas passagens bíblicas onde esses princípios de interpretação devem ser levados em conta é, sem dúvida alguma, Mateus 3.11 e Lucas 3.16. Nesses textos, João, o batista, diz que o Messias seria aquele que batizaria “com o Espírito Santo e com fogo”. O sentido atribuído por alguns a essas Escrituras, grosso modo, é que Jesus batiza os crentes com o Espírito Santo e os ímpios com o fogo da condenação. Há, portanto, segundo essa interpretação dois batismos: um com o Espírito Santo e outro com fogo.
Os pentecostais são acusados de fazer uma exegese superficial desses textos porque divergem desse entendimento. Mas uma exegese que leva em conta os princípios de interpretação enumerados acima não deixa dúvida que a expressão “batismo com o Espírito Santo e com fogo” se refere a uma única experiência e que está ligada ao evento de Pentecostes, conforme registra Atos 2.1-4.  Em outras palavras, a expressão “batismo no Espírito Santo e com fogo” é uma referência à chama pentecostal que veio sobre os discípulos no Cenáculo.
Não há dúvida que todo teólogo sério, despido de preconceito confessional, e que leva em conta os princípios hermenêuticos e exegéticos de interpretação sabe que o entendimento pentecostal desse texto conta com sólida fundamentação exegética. Impressiona a maneira dogmática de alguns teólogos na análise desse texto. Motivados por um zelo de natureza simplesmente confessional e, muito mais por um anti-pentecostalismo radical, não se dão conta quem nem mesmo estão observando as regras que são exigidas na interpretação de um texto bíblico. Parece que se valem da velha máxima ensinada por Arthur Schopenhauer para se ganhar um debate. Schopenhauer ensinou como se ganhar um debate, mesmo sem ter razão. De acordo com ele quando alguém está em desvantagem em um debate, isto é, não tem razão, a única forma de tentar vencê-lo é acusando ou ironizando o desafiante.  Parece-me que muitos estão recorrendo a esse método para tentar desqualificar a hermenêutica pentecostal - (Pr. José Gonçalves).
Pois bem, há muito a erudição conservadora tem mantido entendimento idêntico aquele que os pentecostais clássicos têm dos textos de Mateus 3.11 e Lucas 3.16. Divergem, sim, quanto à função, mas não quanto a forma.
D. A. Carson, cuja erudição é inquestionável e que é considerado como uma das maiores autoridades em manuscritos do Novo Testamento Grego, ao comentar essa passagem, diz:
Muitos veem isso como um duplo batismo, um no Espírito Santo para o justo e outro no fogo para o impenitente (cf. o trigo e a palha no v.12). O fogo (Ml 4.1) destrói e consome. Há bons motivos, contudo, para falar de “fogo”, junto com o Espírito Santo, como agente purificador. As pessoas a quem João se dirige estão sendo batizadas por ele; elas, provavelmente, arrependeram-se. Mais importante, a preposição en (“com”) não é repetida antes de fogo: uma preposição governa o “Espírito Santo” e o “fogo”, e isso normalmente sugere um conceito unificado, Espírito-fogo, ou algo semelhante (cf. M.J. Harris, DNTT, 3.1178; Dunn Baptism [Batismo], p. 10-13). No Antigo Testamento, fogo, com frequência, tem uma conotação purificadora, não destrutiva (e.g., Is 1.25; Zc 13.9; Ml 3.2,3). O batismo de água de João relaciona-se com arrependimento; mas aquele de quem ele prepara o caminho administrará o batismo de Espírito-fogo que purifica e refina a pessoa. Em uma época na qual muitos judeus sentiam que o Espírito Santo fora removido até a era messiânica, esse anúncio só podia ser saudado com animada antecipação. (CARSON, D.A. O Comentário de Mateus, Editora SHEDD, pp.35).


A interpretação de Carson, sem dúvida, demonstra a leitura mais natural desse texto. Carson não está sozinho. Charles Ellicott (1848-1905) em sua obra A Bible Commentary for English Reader tem entendimento igual.
Em seu clássico Clarke’s Commentary, Adam Clark (1760-1832), erudito inglês, escreveu:
Não custa demonstrar que aqui se faz referência às influências do Espírito de Deus. A religião de Cristo haveria de ser uma religião, e teria seu lugar no coração. Os preceitos exteriores, por mais que pudessem descrevê-la, não poderiam descrever a espiritualidade interior. Isto estava reservado ao Espírito de Deus e somente a Ele. Por conseguinte ele é representado pelo símbolo do fogo, porque Ele haveria de iluminar e revigorar a alma, penetrar todas as suas partes, e assimilar toda a imagem do Deus de glória (CLARE, Adam. Comentario de la Santa Bíblia Adam Clarke – Tomo III, Nuevo Testamento. Casa Nazarena de Publicaciones, USA).

Da mesma forma, Fritz Rienecker (1897-1965), erudito alemão, comentando Lucas 3.16, diz:
O fogo no v.16 designa, ademais, a atividade do Espírito também sob o aspecto de sua atuação negativa, uma vez que ele consome tudo o que atrapalha a formação do novo ser humano devotado a Deus e que precisa ser aniquilado. Por consequência, o fogo é uma imagem de juízo, mas do juízo misericordioso que purifica e limpa, como o fogo do ourives. O fogo no v.17, em contrapartida, é a imagem do juízo final que se furtarem ao fogo sagrado na santificação. Por isso ele também é expressamente diferenciado do fogo no v.16 por meio do adendo “inextinguível” i.é, eterno (Cf Mt 18.8:incessante. RIENECKER, Fritz. Comentário de Lucas – comentário esperança. Editora Esperança).

O Expositor bíblico James Bartley ao comentar Mateus 3.11, observa:
A pergunta é se fogo representa a ação purificadora de Deus na vida dos que são batizados no Espírito Santo, ou seja, os crentes ou se é uma referência aos incrédulos e rebeldes que serão castigados com fogo? Posto que o texto diz os batizará no Espírito Santo e fogo (v.11), parece que ambas figuras se referem aos mesmos objetos, ou seja aos crentes (BARTLEY, James. Mateus - Comentário Mundo Hispano. Editorial Mundo Hispano, USA).

Francisco Lacueva, erudito e autor do clássico Nuevo Testamento Interlinear Griego – Español, destaca que:
Quem é batizado com o Espírito Santo, é batizado com fogo. O fogo é iluminador? Assim é o Espírito Santo, um Espírito de iluminação. O fogo acalenta? E não ardia seus corações dentro deles? O fogo consome? E não consome o Espírito de Juízo a escória de nossas corrupções? Não tem o fogo a tendência de subir e faze com que as coisas que alcança se assemelhe a ele? Assim o Espírito faz a alma semelhante a ele e sua tendência é subir até o céu.

Outro comentário que é de grande valia é o de São João Crisóstomo:
Não se diz que Jesus “dará o Espírito Santo”, mas “os batizará com Espírito Santo”.
No dice, pues, "os dará el Espíritu Santo", sino "os bautizará en el Espíritu Santo". La misma argumentación metafórica de que se vale hace resaltar la abundancia de la efusión de la gracia. En el fuego demuestra la vehemencia de la gracia, que no puede contrariarse, y para que se conozca que a semejanza de los antiguos y grandes profetas, puede transformar a los suyos. Por ello, pues, hace mención del fuego, porque muchas de las visiones de los profetas se verificaron por medio del fuego (Comentário sobre o Evangelho de São Mateus, p.16 – PDF).

Como bem colocou o grande comentarista William Hendriksen “Ora, é verdade que toda vez que uma pessoa é retirada das trevas e posta na maravilhosa luz de Deus, ela está sendo batizada com o Espírito Santo e com fogo” (Comentário do Novo Testamento, vol.1, p.294. São Paulo, SP, Brasil: Cultura Cristã, 2000).

No período da Reforma, tanto Erasmo de Roterdã, católico, como João Calvino, protestante, entendiam essa Escritura como se referindo ao fato único. Respondendo à pergunta: Como Entender Mateus 3.11?, Calvino, responde: “Que terá querido João dizer então, quando afirmou que ele batizava com água, mas que depois viria aquele que batizaria com o Espírito Santo e com fogo? Isso pode ser explicado rapidamente. João não quis distinguir entre um Batismo e o outro, mas o que fez foi uma comparação da sua pessoa com a de Jesus Cristo. E então se declarou ministro da água, e Cristo o doador do Espírito Santo, e que ele manifestaria esse poder por meio de um milagre visível no dia em que haveria de enviar o Espírito Santo aos seus apóstolos mediante línguas de fogo” (CALVINO, João. As Institutas da Religião Cristã, vol 3, pp.164. Editora Cultura Cristã). 
Fica cada vez mais claro que essa é a interpretação mais apropriada desses textos. Se esse é o entendimento natural dessas Escrituras, de onde vem a interpretação do duplo batismo? Há um consenso entre os eruditos que essa interpretação é conhecida a partir de Orígenes.
O expositor bíblico Johan Friedrich Von Meyer (1800-1873) defende a tese do duplo batismo e credita a Orígenes a paternidade desse entendimento. Mas o próprio Meyer reconhece que eruditos da envergadura de Erasmus de Roterdã, Beza e Calvino tem entendimento contrário. Deve ser destacado que o próprio fato em se associar a figura de Orígenes (185- 254 d.C) à interpretação de Mateus 3.11 e Lucas 3.16 deveria levar aqueles que defendem a tese do duplo batismo a serem mais cautelosos em seus dogmatismos. Orígenes, que foi um dos primeiros pais da igreja, sofreu influência do platonismo, pois foi discípulo de Ammonius Saccus, o fundador do neoplatonismo e do alegorismo de Filo de Alexandria. A sua forma de interpretar a Bíblia é duramente criticada por abusar do subjetivismo e alegorismo.
O escritor Paulo Anglada ao se referir ao método usado por Orígenes, diz: “esse método pode fornecer interpretações muito interessantes, mas tira o verdadeiro sentido que o texto tencionou transmitir, desviando a atenção do leitor do seu verdadeiro significado” (ANGLADA, Paulo. Introdução à Hermenêutica Reformada).
Em seu clássico Greek Testament Commentary (Comentário do Novo Testamento Grego), o erudito e crítico textual Henry Alford (1810–1871), quando comenta Mateus 3.11, chama a atenção para esse fato. Ao analisar o texto de Mateus 3.11, diz: “Isto foi literalmente cumprido no dia de Pentecostes, mas Orígenes e outros se referem as palavras para o batismo dos justos pelo Espírito Santo, e dos ímpios pelo fogo. Eu não tenho nenhuma dúvida de que isto (o que eu estou surpreso de ver confirmada pelo Neander, De Wette, e Meyer) é um erro no presente caso, embora aparentemente (para o leitor superficial) corroborada pelo v.12 (...) Para separar  pneuma hagio (Espírito Santo) como pertencente a um conjunto de pessoas, e puri (fogo) como pertencente a outro, quando ambos estão unidos em (hymas, vos), está no último grau de dificuldade, além de introduzir confusão no todo. Os elementos de comparação neste versículo são estritamente paralelos um do outro: o batismo por água, o fim do qual é metanoia (arrependimento), um estado de transição simples, uma nota de preparação, - e o batismo através Espírito Santo e fogo, o fim do qual é (v.12) santificação”.
 Os eruditos Robert Jamieson, A.R. Fausset e David Brown no clássico Comentario Exegetico y Explicativo de La Biblia, ao comentarem Mateus 3.11, destacam:
Ver esse batismo como sendo algo distinto ao do Espírito, ou seja um batismo dos não arrependidos com o fogo do inferno, é algo fora do normal. Sem dúvida esta era a ideia de Orígenes entre os “pais” e de Neander, Meyer, De Wette e Lange entre os modernos. Não ajuda muito pensar que esse fogo no último dia, quando a terra e as obras que há nela serão queimadas. Em nosso conceito, se trata do caráter flamejante da obra do Espírito na alma que esquadrinha, consome, refina e sublima. É assim como os bons intérpretes entendem essas palavras (vol. II, pp.19).

A hermenêutica pentecostal destaca que esse é o entendimento que se deve manter acerca dos eventos do Jordão, ocorridos por ocasião do batismo realizado por João Batista. E faz dessa forma porque entende que as palavras do batista, quando se referiu ao “batismo de fogo” estão intimamente ligadas as “línguas de fogo” do Cenáculo (At 2.1-4).
Ao comentar a passagem: “E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles” (At 2.2), o teólogo Simon Kistemaker, diz:
Este é o cumprimento da descrição de João Batista acerca do poder de Jesus: Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo (Mt 3.11; Lc 3.16). No Antigo Testamento, o fogo é frequentemente usado como símbolo da presença de Deus em relação à santidade, ao juízo e à graça (KISTEMAKER, Simon. Comentário do Novo Testamento: Atos, volume 1. Editora Cultura Cristã).

Semelhantemente o expositor Samuel Pérez Millos em sua série de comentários exegéticos, feitos a partir do texto grego, destaca o caráter purificador que o batismo no Espírito Santo teria sobre os cristãos (MILLOS, Samuel Perez. Comentario Exegético Al Texto Griego Del Nuevo Testamento: MATEO. Editorial CLIE). Em seu exaustivo comentário de Atos, com 1963 páginas, Millos destaca esse vínculo entre o Jordão e o cenáculo. “Este bendito batismo será também com fogo. O próprio acontecimento do Pentecostes com a descida do Espírito Santo sobre a igreja, harmoniza plenamente com as línguas como de fogo, repartidas sobre cada um dos presentes (...).
O simbolismo do fogo está ligado a representação de Deus. O fogo é sinal da presença de Deus, como quando apareceu a Moisés como chama de fogo (Ex 3.2). Nesse mesmo sentido o fogo foi sinal de aprovação divina, como na construção do Tabernáculo (Lv 9.24); no sacrifício de Elias no monte Carmelo (1Rs 18.38). Sinal da proteção divina, como ocorreu com a condução de Israel (Ex 13.21) (MILLOS, Samuel Perez. Hechos – Comentario Exegético Ao Texto Griego Del Nuevo Testamento, pp. 139. Editorial CLIE).
O teólogo anglicano John Stott, cuja hermenêutica é claramente anti-pentecostal, reconhece que o vínculo existente entre Mateus 3.11 e Atos 2.3. Comentando esta última referência bíblica, diz:
Se permitirmos que outras partes das Escrituras nos guiem na interpretação, parece que esse três sinais (vento, fogo e fala) representavam pelo menos o início da nova era do Espírito (João Batista havia associado o vento ao fogo) e nova obra que ele viera realizar. Se for esse o caso, o som como de um vento pode simbolizar o poder (que Jesus havia prometido, para que testemunhassem, Lc 24.49; At 1.8), a visão do fogo, a pureza (como a brasa viva que purificou Isaias, 6.6-7) e o falar em outras línguas, a universalidade da igreja cristã” (STOTT, John. A Mensagem de Atos. ABU Editora. Grifos meus).

De forma análoga, o expositor William Hendriksen associa Atos 2.3 a Lucas 3.16, quando comenta esta última: “A menção ao fogo (“Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”) harmoniza essa aplicação com o Pentecostes, “quando lhes apareceram divididas línguas de fogo, repousando sobre cada um deles (At 2.3). A chama ilumina, o fogo purifica. O Espírito faz ambas as coisas”. (HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento, Lucas, vol. 1. Editora Cultura Cristã).
Esse vínculo também é visto pelo comentarista Werner de Boor. Em sua obra intitulada Atos dos Apóstolos, ao comentar a expressão: “E apareceram-lhes línguas separando-se, como de fogo”, diz: “João Batista já havia falado do batismo “com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3.11). Desde sempre o “fogo” foi, como “luz” e a “tempestade”, um sinal da essência e da atuação divinas” (BOOR, Wener. Atos dos Apóstolos. Editora Esperança).
Os cristãos, identificados na tradição protestante como históricos, acreditam que o batismo no Espírito Santo está relacionado à habitação do Espírito enquanto nós pentecostais acreditamos que essa relação é de capacitação. No primeiro aspecto, a experiência do batismo no Espírito se confunde com a conversão enquanto no segundo ela é distinta e separada da mesma. O ponto aqui é que o batismo no Espírito Santo e com fogo profetizado por João, o batista, é visto pela ampla maioria dos eruditos conservadores como se tratando de uma única experiência e está associada à vida cristã.

Alguns escritores interpretam de outra maneira
O escritor Charles Erdman em seu Comentario al Evangelio de Mateo entende que o Rei Jesus batizará o pecador arrependido com Espírito Santo para dá uma intimidade espiritual com uma Pessoa Divina. E descreve o “fogo” como o juízo vindouro (El Evangelio de Mateo: Uma Exposiición, p.21 – PDF).

Charles Ryrie entende o “batismo com Espírito Santo” como o identificar os membros do corpo de Cristo com o próprio Cristo, a Cabeça ressurreta do Corpo (1Co 12.13). E entende o “fogo” como uma provável referência aos julgamentos associados à Segunda Vinda de Cristo (v.12; Ml 3.1-5; 4.1-3). – (A Bíblia Anotada, p.1186. São Paulo, SP, Brasil: Mundo Cristão, 1994).

John MacArthur afirma que todos os crentes em Cristo são batizados com o Espírito (1Co 12.13). E identifica o “fogo” como uma referência a um “batismo de castigo” sobre os que não se arrependem (Bíblia de Estudo MacArthur, p.1212. Barueri, SP, Brasil: Sociedade Bíblica do Brasil, 2010).

Darrel L. Bock entende que “a ideia de ser batizado com o Espírito e com fogo representa uma presença e uma purificação que dividi (cf. Is 4.4-5)”, então “o batismo do Espírito reunirá algumas pessoas, enquanto que outras serão levadas pela força do vento (cf. Lc 12.49-53; 17.29-30)” – (Comentarios Bíblicos con Aplicación: LUCAS, p.102. Miami, Florida, USA: Editorial Vida, 2011).

Juan Mateos traça o seguinte comentário: “O batismo do Messias efetuará um juízo: para os que se arrependeram, será de purificação e efusão do Espírito (força de vida e fecundidade), efeito do favor de Deus; para os que não mudam de conduta, será a destruição expressada antes, manifestação da ira divina (3.10)”. – (MATEOS, Juan & CAMACHO, Fernando. El Evangelio de Mateo: Lectura comentada, p.37. Huesca, 30-32, Madrid, España: Ediciones Cristiandad, 1981 – PDF).

Antonio Rodríguez Carmona descreve o “batismo com Espírito Santo e com fogo” como dois batismos. O primeiro, batismo com Espírito Santo, é o mesmo que se ordena no mandato final (28.19), e, o segundo, batismo de fogo, faz referência ao fogo purificar do juízo (cf. Is 1.25; Zc 13.9). Jesus é mais forte que João, o Filho do Homem que agora perdoa e depois julgará – (Comentarios a la Nueva Biblia de Jerusalén: Evangelio de Mateo, p.51. Sevilla, España: Editorial Desclée De Brouwer, S.A., 2006 – PDF).

R. V. G. Tasker sugere que “o batismo do Messias podia dotar aqueles que se submetessem à Sua influência com o poder santificador”. Mas, também separaria os verdadeiros (trigo) dos falsos (palha). – (O Evangelho Segundo Mateus: introdução e comentário, p.38. São Paulo, SP, Brasil: Vida Nova, 1980 – PDF).

O Espírito Santo e o fogo não são duas coisas distintas nesta passagem ou dois batismos. Mas o fogo é uma figura do Espírito Santo que fala de Seu poder de penetrar e purificar os corações endurecidos assim como o fogo penetra e purifica os metais mais duros. Então, o mesmo fogo que purifica (v.11), também queimará a “palha” (v.12). – (BONNET, Luis & SCHROEDER, Alfredo. Comentario del Nuevo Testamento, vol. I, Los Evangelios Sinópticos, p.79. Casa Bautista de Publicaciones – PDF).

Em seu exaustivo comentário (págs. 2143) Samuel Perez Millos entende que “Espírito Santo” e “fogo” referem-se a um único batismo e, aponta o derramamento do Espírito no Dia de Pentecostes como evidência, pois línguas como de fogo, pousou uma sobre cada um deles (At 2.3). E ainda acrescenta que o fogo é um dos símbolos do Espírito Santo: “a força do fogo animou com o calor divino as vontades dos cristãos (At 4.13, 19, 20, 33). O fogo do Espírito permite o fervor cristão (Rm 12.11), desenvolvendo também um cálido afeto desconhecido anteriormente (At 2.44-47; 3.6; 4.32)”. (Comentario Exegético Al Texto Griego del Nuevo Testamento, p.195. Viladecavalls, Barcelona, España: Editorial CLIE, 2009 – PDF).

Chego a conclusão, não apenas pelas exposições acima, mas também por uma leitura do próprio texto, que reza não dois batismos, apenas um.


Texto do pastor José Gonçalves com modificações e acréscimos
Ivan Teixeira

Sola Scriptura e Tota Scriptura

FÉ: Sua Grandeza e Seus Heróis!


MENSAGEM DE DEUS
TEMA
(A Grandiosidade da Fé e a Galeria dos Heróis da Fé)
Leitura Seleta: Hebreus 11.1-3.

INTRODUÇÃO: Hebreus 11 é o capítulo de grande fé nas Escrituras. Pode-se dizer com razão que é o Salão da Fama da fé ou ainda a Galeria da Fé. Este capítulo foi escrito para ajudar os cristãos hebreus que estavam tendo um tempo difícil em suas novas vidas cristãs. A perseguição foi um grande problema para esses novos cristãos no primeiro século da igreja. Foi uma grande mudança para eles deixar o judaísmo e se voltar para Cristo. Eles passaram da lei [legalismo] para a fé [evangelho]. Não foi uma transição fácil e muitos foram tentados a abandonar essa vida de fé. Mas o escritor de Hebreus os exorta a viver pela fé e o capítulo 11 de Hebreus mostra que viver pela fé tem sido o caminho ou a estrada da vida dos grandes santos desde de Abel, eles não estão só.

Exemplos de santos que nos encorajam!
Para encorajar os cristãos hebreus a viver pela fé, o escritor de Hebreus enumera uma série de santos do passado ("anciãos") e mostra como viveram pela fé. Esses "anciãos" são os "heróis" da fé. Os incidentes que são mencionados desses "heróis" abrangem todas as facetas da vida. E os "heróis" vêm de todos os setores da vida. Esta ampla cobertura de incidentes e ocupações foi para encorajar os cristãos hebreus (assim como nós) de que, independentemente de quem você é ou de sua situação, você pode e deve viver pela fé. Esses "heróis" de fé são os heróis que precisamos usar como modelos. Atualmente, nossos modelos são principalmente atletas, estrelas de palco e outros, mas não heróis de fé.

I. FÉ E SUAS CONSEQUÊNCIAS (11.1-3).
O capítulo 11 de Hebreus é a continuação da última parte do décimo capítulo de Hebreus. A última parte do décimo capítulo de Hebreus apela aos cristãos hebreus para que se apeguem à fé, e vivam pela fé. Os cristãos hebreus experimentaram tempos difíceis. Eles se voltaram do judaísmo e seu ritual e cerimônia para Jesus Cristo. Mas eles sofreram muita perseguição por causa de de Jesus Cristo. Portanto, o livro de Hebreus foi escrito para contrariar seu desânimo, para mostrar que seguir Cristo era melhor que o judaísmo e mantê-los fiéis a Cristo. O apelo à fé foi lógico, pois é somente pela fé na Palavra de Deus que podemos ser fortes em tempos difíceis.
O escritor de Hebreus termina o décimo capítulo ao notar que “o justo viverá pela fé” (Hebreus 10.38). A fé é o caminho pelo qual o povo de Deus deve viver [e viver vitoriosamente]. Esta frase, “o justo viverá pela fé”, é encontrada quatro vezes na Escritura (Habacuque 2.4Romanos 1.17Gálatas 3.11 e Hebreus 10.38). Em Hebreus 11, o escritor, depois de um prefácio (que é o sujeito deste capítulo) descreve o trabalho da fé, dá muitas ilustrações dos heróis do Antigo Testamento para mostrar como os justos viveram pela fé e os resultados de tais vidas. “Hebreus 11 é uma amplificação e exemplificação de Hebreus 10.38,39” (Pink).
Antes de avançarmos, precisamos definir a fé da qual falamos que é o assunto deste livro. A fé não é uma esperança melancólica ou premonição de que algo acontecerá. Infelizmente, quantos falam sobre fé dessa maneira. A fé da qual a Bíblia fala é uma crença na Palavra de Deus como sendo verdadeira e acreditando na medida em que você age de acordo com a Palavra. É uma crença na Palavra de Deus que afeta seu comportamento. Não fale sobre sua fé se você não está obedecendo a Palavra de Deus em sua vida. Alguns já disseram a muitos pastores que tinham uma grande fé. Mas percebe-se que eles não estavam vivendo muito de uma vida cristã – portanto, sua fé era principalmente conversa e muito pouca caminhada. Uma fé intelectual, mas não viva!
A fé exige um objeto de confiança. Fé “não é um caso de sinceridade de crença, mas da verdade do que se acredita” (Thomas). A fé em que a Bíblia está falando não é apenas qualquer fé, mas é uma fé na Palavra de Deus. Poderia ajudar alguém a entender melhor Hebreus 11, se em vez da palavra “fé” os leitores substituíam a frase “acreditando na Palavra de Deus”.
Então, por que devemos ou acreditamos na Palavra de Deus? Nós simplesmente nos convencemos de que a Bíblia deve ser acreditada e que vamos ser da multidão que a acredita? Não, essa não é a razão para acreditar na Bíblia. A razão correta para acreditar na Bíblia é porque foi e continua a ser provado que ela é a verdade irrevogável. Nenhum livro tem as credenciais que a Bíblia tem para veracidade e confiabilidade. Além disso, nenhum livro afeta a humanidade de forma positiva como a Bíblia. Se alguma vez você acredita em alguma coisa, acredite na Palavra de Deus – esse livro que chamamos de Bíblia.
A humanidade, no entanto, muitas vezes demonstra que ela confiará em qualquer coisa que não seja a mais confiável (a Palavra de Deus). Ela vai acreditar em políticos (que são famosos por mentir), os meios de comunicação (eles já disseram a verdade, especialmente os liberais?), Os educadores ímpios (que se opõem à verdade), as fofocas (a maioria são calúnias), os horóscopos e outras superstições (que são provadas tão ridículas e erradas com tanta frequência que alguém se pergunta por que alguém presta atenção a elas) e suas próprias ideias preconceituosas e infundadas sobre questões da vida. Mas ele não acreditará na Palavra de Deus, que tem uma incrível quantidade de evidências excelentes para sustentar todas as suas reivindicações.
“Mesmo no mundo religioso, há uma terrível falta de fé. Por quão pouco os homens são atuados pelas verdades que eles professam acreditar... ‘Quando o Filho do homem vier, Ele achará fé na terra?’ [Lucas 18:8]” (Simeon). No entanto, acreditar na Palavra de Deus é realmente muito mais fácil do que acreditar em todas as outras coisas que os homens afirmam acreditar. Então, por que os homens não acreditam na Palavra de Deus? É um problema cardíaco, não um problema de cabeça. A falta de vontade de acreditar na Palavra de Deus é porque ela condena o pecado deles que eles não querem desistir (John Butlher)[1].
O capítulo 11 de Hebreus é um grande testemunho de como os homens agem quando acreditam na Palavra de Deus e quais são as consequências de sua crença. Os três primeiros versículos deste capítulo formam uma seção introdutória para o capítulo inteiro, na medida em que eles falam sobre as consequências da fé. Uma vez que todo o capítulo é sobre as várias consequências da fé, é apropriado que o prefácio introdutório ao capítulo dê um resumo das consequências da fé.
Para estudar estes três versículos que compõem a introdução ou prefácio deste grande capítulo onze de Hebreus, nós consideraremos três grandes consequências da fé. Eles são: a convicção da fé (Hebreus 11.1), o louvor da fé (Hebreus 11.2), e a percepção da fé (Hebreus 11.3).

1. A CONVICÇÃO DA FÉ.
“A fé é a substância das coisas esperadas, a evidência das coisas não vistas” (Hebreus 11.1). Uma das consequências da fé é produzir uma forte persuasão ou confiança ou convicção na pessoa de fé sobre assuntos Divinos.
Um dos significados da palavra traduzida “evidência” neste primeiro versículo de Hebreus 11 é “convicção” (Thayer). Isso ressalta a persuasão ou convicção que vem da fé. A fé é aquilo que traz convicção. O significado da convicção aqui é quando alguém está convencido ou persuadido de algo. Quando um pecador é condenado por seus pecados, ele está convencido de que ele pecou. Quando alguém é condenado pela verdade, ele está convencido de que a verdade é válida. Se estamos persuadidos de alguma coisa, teremos convicções firmes sobre isso. A falta de persuasão mata convicção. O salmista disse: “Eu acreditei, portanto, eu falei” (Salmo 116.10). O que o salmista falou (depois de acreditar) foi louvor a Deus e proclamação da verdade divina. A falha em falar pela verdade é porque alguém não “acreditou”. Quando temos fé, louvamos a Deus e pregamos a Palavra de Deus.
A incredulidade é fraca nas convicções. Todos conhecemos pessoas que parecem ter pouca convicção sobre algo espiritual. Elas são cristãos vacilantes e fracas. Seu problema é encontrado aqui. Elas simplesmente não acreditam na Palavra de Deus (elas não têm fé) ou terão algumas convicções. A falta de convicções sobre o bem e o mal hoje é evidência da falta de crença na Palavra de Deus. Se você acredita na Palavra de Deus (que é o que a fé é), você terá algumas convicções sobre o certo e o errado. Você não será governado pela cultura da sociedade, mas pelos comandos da Escritura quando se trata de convicções.
Nosso verso fala de duas áreas para essa persuasão ou convicção – as coisas esperadas (a fé é a certeza de coisas que se esperam) e as coisas não vistas (a fé é a convicção de fatos que se não veem). Embora essas duas áreas possam ser a mesma coisa, o escritor de Hebreus particulariza e as lista separadamente. Portanto, do nosso texto, observamos duas coisas que podem ser ditas sobre essa persuasão que vem da fé. Elas são a causa (“substância”) da persuasão e a confirmação (“evidência”) para a persuasão.
Causa da convicção. “A fé é a convicção/substância das coisas esperadas”. A palavra traduzida “substância” significa “uma base”. (Wuest). A origem da palavra indica que era um “termo legal” (Moulton e Milligan) que representava “todo o conjunto de documentos sobre a propriedade de uma pessoa, depositada em arquivos e constituindo a prova de propriedade” (Ibid). Se, como exemplo, você comprou uma casa, você entende bem que existem documentos legais envolvidos que verificam e comprovam sua propriedade da casa. Nós falamos deles como o “título” ou a “ação” da casa. A posse de título nos dá confiança e segurança de que possuímos esses itens. Um documento de propriedade é um fundamento seguro da posse de uma casa. Assim é com fé. Como Walle traduz a frase: “A fé é o título das coisas esperadas’. A fé nos dá a causa ou fundamento para a nossa convicção ou confiança nas questões relativas a Deus.
A fé (crendo na Palavra de Deus) é a persuasão e nos dá a confiança de que nossas esperanças são justificadas. Agora precisamos notar aqui novamente que a fé de que falamos é acreditar na Palavra de Deus. Você poderia acreditar em uma série de outras coisas e eles não lhe dariam confiança legítima de que suas esperanças são justificadas. A fé mencionada nas Escrituras é tão boa quanto a Palavra de Deus. A Palavra de Deus sustenta nossas esperanças de salvação, de eternidade no céu e de grandes bênçãos espirituais; mas só ganhamos essa confiança e persuasão através da fé na Palavra de Deus. Nada persuade e nos dá esperança como acreditar na Bíblia.
Se você basear sua esperança para a salvação e para o céu em qualquer outra coisa que não seja a Palavra, sua esperança é vã. Os incrédulos não têm base para a credibilidade de suas esperanças. Eles não têm nenhum título, nenhum documento válido para justificar sua esperança. Suas esperanças para a alma são todas inúteis. Os incrédulos que enfrentam a morte não têm esperança válida para o céu, embora possam pensar de forma melancólica que suas almas estão ligadas ao céu. Se eles não acreditam na Palavra de Deus, suas esperanças não têm motivos válidos. Nenhum elogio por um sacerdote bem pago ou outro ministro compensará a falta de fé na Palavra de Deus. Não somos, disse Paulo, como os demais que não têm esperança (cf. 1Ts 4.13).

A confirmação da persuasão. “A evidência das coisas não vistas” (Hebreus 11.1). As palavras traduzidas “substância” e “evidência” estão intimamente relacionadas ao significado. Ambos fornecem prova ou garantia. Nós enfatizamos a causa da confiança ou persuasão na primeira palavra (“substância”) e enfatizamos a prova real ou a confirmação de confiança na segunda palavra (“evidência”).
A Palavra de Deus é a melhor prova, então, acreditar que a Palavra de Deus fornece ao nosso coração evidência ou confirmação. Simeon diz: “Por ‘evidência’ significa uma prova que silencia todas as objeções”. Se você acredita na Palavra de Deus, você tem prova disso que o olho humano não viu. “A fé no que Deus declarou dá à alma segurança absoluta e firme convicção da realidade das coisas que o olho natural nunca viu” (Ironside). Assim, acreditar no que a Palavra de Deus diz sobre o céu é ter uma prova daquilo que ainda não foi visto. Acreditar na Palavra de Deus é possuir a prova. A prova está sempre lá, mas você não a possui a menos que você exerça fé na prova.

2. O LOUVOR DA FÉ.
“Pois, pela fé, os antigos obtiveram bom testemunho” (Hebreus 11.2). Esta segunda consequência principal da fé, mencionada na parte introdutória do capítulo de fé, diz respeito ao elogiou ou testemunho que recebe da fé. Para examinar esta segunda consequência com mais detalhes, observamos as pessoas que são elogiadas, o Praiser em elogios e o princípio do louvor.
As pessoas que são elogiadas. “Os antigos”. Estes são os santos do passado, em particular os santos do Antigo Testamento neste caso. Esses patriarcas são os que serão citados no capítulo onze de Hebreus para descrever a vida pela fé. Eles são os que chamamos de “heróis” de fé. E o que é dito sobre eles é realmente um “bom relatório/testemunho”. É um elogio de sua vida. Os “progenitores piedosos eram justificados pela fé e, até o fim do capítulo, [o escritor de Hebreus] mostra que a fé era o princípio de toda a sua santa obediência, serviços eminentes e sofrimento paciente na causa de Deus” (Pink).
Observamos duas coisas sobre as pessoas que são elogiadas. Eles são o exemplo das pessoas e o encorajamento das pessoas. Os heróis da fé são tanto nossos exemplos como nosso modelo de encorajamento.
Primeiro, o exemplo das pessoas. O escritor de Hebreus fez uma coisa sábia quando escreveu esta seção sobre fé. Em vez de falar de fé em termos abstratos (como no versículo um), ele passa a maior parte da seção, dando exemplos ou ilustrações de viver pela fé. O escritor de Hebreus não passa muito tempo em definir e descrever a fé em termos abstratos, mas sim dá exemplos concretos de viver pela fé por meio dos “antigos” ou heróis do Antigo Testamento. Este é o valor dos estudos biográficos da Escritura. Muitas vezes, é difícil entender e explicar alguns princípios do cristianismo, mas quando se ilustra esses princípios em carne e osso, eles se tornam muito mais fáceis de entender e aplicar a nossas próprias vidas.
Em segundo lugar, o encorajamento das pessoas. O encorajamento desses “antigos” e heróis utilizados como exemplos de fé são encontrados no fato de que aqueles listados neste grande capítulo de Hebreus vêm de todos os setores da vida com uma variada variedade de circunstâncias e problemas e deficiências - Abel (Hebreus 11.4) era um pastor, Abraão (Hebreus 11.8) era um estrangeiro que procurava um país, Sara (Hebreus 11.11) era uma mulher que havia sido estéril por anos e atormentada por dúvidas, Josué (Hebreus 11.30) era um soldado, Raabe (Hebreus 11.31) era uma prostituta convertida, Gideão (Hebreus 11.32) era o menor na casa de seu pai (Juízes 6.15), David (Hebreus 11.32) era um rei, e os pais de Moisés (Hebreus 11.23) eram pessoas obscuras que estavam sobrecarregadas pela escravidão dos egípcios e sofreram muitas privações materiais.
Assim, os exemplos dizem que a fé pode ser praticada por qualquer pessoa. Qualquer um pode caminhar pela fé. Qualquer um pode viver pela fé. Viver pela fé não é um clube exclusivo que só o rico ou o rei ou o perfeito podem pertencer, mas é um grupo ao qual qualquer pessoa pode pertencer. Assim, a seleção de exemplos das pessoas elogiadas é uma seleção encorajadora, pois encoraja todos nós, quem quer que seja, a viver pela fé.

Exaltação do louvor. “obtiveram bom testemunho”. A palavra traduzida “obtiveram bom testemunho” é a palavra traduzida frequentemente por “testemunha” ou “testemunhou”. A palavra “bom” não está no texto grego; Os tradutores simplesmente o adicionaram, pois é tão fortemente implícito no texto. É realmente um bom relatório que é dado desta lista selecionada dos heróis neste grande capítulo da fé.
Quem está fazendo o testemunho, quem faz o louvor, quem está dando o “bom relatório” em nosso texto é Deus. Ele está testemunhando sobre aqueles que viveram pela fé. É Deus quem elogia a pessoa não apenas para os outros, mas para a pessoa que abraçou a fé. Certamente não é o mundo que está dando o louvor, porque o mundo não tem o hábito de louvar uma pessoa por viver pela fé na Palavra de Deus. Eles são mais propensos a ridicularizar e até mesmo perseguir essas pessoas, como mais adiante se pode ler neste capítulo da fé em Hebreus. “Os que têm um bom testemunho de Deus nunca mais querem repreensões do mundo” (John Owen).

O princípio do louvor. “pois, pela fé... obtiveram bom testemunho”. O princípio para o louvor é fé. Ou seja, Deus elogia uma pessoa com base em sua fé, não nos seus méritos. Se você quer o louvor que vem de Deus, você terá que ter fé. Quando Deus olha uma pessoa, ele procura fé, não sua fama ou fortuna ou outros feitos terrenos. Ele não está no negócio de louvar um homem por quanto dinheiro ele fez ou por quantos prêmios Oscar ou Nobel ele ganhou. Deus louvará um homem principalmente com base em sua fé na Palavra de Deus.
“Não foi por sua amabilidade, sinceridade, seriedade ou qualquer outra virtude natural, mas pela fé que os antigos obtiveram um bom testemunho”. (Pink).
Muitas pessoas que são muito louvadas pelo mundo não serão louvadas por Deus, pois não têm fé na Palavra de Deus. Eles não acreditam na Palavra de Deus. Eles não têm nada a ver com Deus e Sua Palavra. Eles podem ser os queridos do mundo e ser louvados e honrados pelo mundo, mas eles não serão honrados por Deus se eles não têm fé. Por outro lado, Deus louvará muitos que são pessoas insignificantes para este mundo. Esses inúteis, no que diz respeito ao mundo, acreditavam na Palavra de Deus e assim recebem os devidos elogios de Deus. “Sem fé é impossível agradá-lo [Deus]” (Hb 11.6) e, portanto, muitos que são louvados neste mundo não receberão elogios do Deus Todo-Poderoso, porque eles não têm fé – eles não acreditam na Palavra de Deus – e, portanto, não agradam a Deus. E se você não agradar a Deus, você não será louvado ou reconhecido por Deus!
Precisamos julgar as pessoas da mesma forma se quisermos julgar corretamente. “Deixe-nos [também] valorizar um cristão não por seu intelecto, charme natural ou posição social, mas por sua fé, evidenciada por uma caminhada obediente e uma vida piedosa” (Pink).

3. A PERCEPÇÃO DA FÉ
Através da fé entendemos que os mundos foram moldados pela palavra de Deus, de modo que as coisas que são vistas não foram feitas de coisas que aparecem (Hb 11.3).

Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela Palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem (11.3).

A fé nos dá uma mente perceptiva – e aqui o escritor de Hebreus cita uma área na qual a fé confere a ela uma mente perceptiva, a saber, a área da criação. A fé ajuda a perceber ou a compreender esta questão da criação, enquanto a dúvida deixa você no escuro neste importante assunto e lhe dá explicações estranhas e estúpidas, como a evolução, para explicar a criação. “É apenas a incredulidade e a rejeição voluntária do testemunho de Deus que faz com que os homens tropecem e pervertem o maravilhoso desdobramento dos primórdios dos céus e da terra criados” (Ironside).
A palavra traduzida “entender” no nosso texto significa “perceber com a inteligência reflexiva” (Wuest). “A fé é o veículo ou o meio da percepção espiritual” (Pink). “A fé compreende ao alcance do passado, do presente e do futuro. Por ela [fé], o cristão sabe que o universo, há alguns milhares de anos, não tinha existência, e que foi criado do nada pela Palavra de Deus” (Simeon).
Sem fé na Palavra de Deus, uma pessoa não pode perceber corretamente a origem do universo. Mas através da fé na Palavra de Deus, uma pessoa é “capaz de apreender coisas que estão acima do alcance da razão humana. A origem do universo apresenta um problema que nem a ciência nem a filosofia podem resolver, como é evidente por suas tentativas conflitantes e ridículas [para explicá-la]; mas essas dificuldades desaparecem inteiramente antes da fé” (Pink).
As Escrituras dão uma explicação tão sensata sobre a origem do universo e da vida. A fé acredita nessa explicação e, portanto, tem grande sabedoria na compreensão e percepção da origem do universo, que é muito superior à sabedoria sobre as origens demonstradas na maioria das salas de aula da nossa escola hoje. A evolução é tão tola e encontra tantos problemas tentando explicar a origem do universo. A teoria da evolução deixa Deus de fora. Como você consegue entender a origem do universo quando deixa de fora Deus? Quando deixa de fora o Criador.
A fé, no entanto, age sobre o que Deus diz. Assim, a fé [sabedoria] supera a incredulidade [loucura] “na medida em que a luz traz mais proveito do que as trevas” (Eclesiastes 2.13). A incredulidade torna as pessoas tolas na sala de aula; A fé faz exatamente o contrário.
Para aprofundar o nosso texto sobre esta percepção valiosa e consequência da fé em relação à criação, observamos três áreas em que a fé nos ajuda a perceber corretamente a questão da criação. Estas três áreas incluem o Palavra na criação, o trabalho da criação e a maravilha da criação.
A Palavra na criação. “Pela Palavra de Deus”. A fé conhece o lugar, a proeminência e o poder da Palavra de Deus na criação. A palavra traduzida “palavra” neste texto não é a palavra grega logos que é encontrada em João 1.1 e que não se limita a uma palavra falada, mas também se refere ao Verbo Encarnado, Jesus Cristo. Mas a palavra usada em nosso texto de Hebreus é a palavra grega rhema, que é limitada em termos de palavra falada. Isso significa que a criação surgiu pela Palavra de Deus falada. “A referência é para o fiat imperial de Deus” (Pink).
A Escritura (na qual a fé bíblica encontra o seu fundamento) diz: “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus; e todo o exército deles pelo sopro de sua boca” (Salmo 33.6). Para verificar esta verdade, o relato da criação dado em Gênesis, capítulo 1, registra dez vezes as palavras significativas “Deus disse” (Gênesis 1.3,69,11,14,20,24,26,28,29).
O ridículo das teorias seculares da origem do universo: Os intelectos mundanos lutam com o surgimento do universo. Explosões gigantescas parecem ser as favoritas dos grandes sábios do mundo ao explicar como o universo surgiu. Uma teoria da explosão é uma explicação ridícula para ter certeza – as explosões causam caos, não beleza e ordem. Alguém disse que a criação como resultado de uma explosão é tão provável como um dicionário que é resultado de uma explosão em uma loja de impressão. Mas a fé conhece uma resposta melhor: é que o Deus Todo-Poderoso simplesmente falou sobre as coisas. A Palavra de Deus tem um tremendo poder porque Deus é poderoso mesmo! E a Palavra de Deus é falada com igual e tremenda sabedoria. O mundo quer deixar de fora um designer inteligente e construtor do universo, então todas as suas explicações faltam inteligência. Na verdade eles querem deixar de fora Deus.

O trabalho da criação. “o universo foi formado". A palavra traduzida “formado” significa “equipar de modo que a pessoa ou coisa assim equipada ou instalada possa sustentar a finalidade para a qual foi feita” (Wuest). “O significado fundamental é colocar uma coisa em sua condição apropriada” (Zodhiates). Isso fala de design e propósito na criação e fala especificamente do trabalho da criação, que envolveu os seis dias de criação relatados em Gênesis 1. 3-31. A criação original é registrada em Gênesis 1.1 e a condição após a criação original em Gênesis 1.2 . Então, de Gênesis 1.3 ao resto de Gênesis 1 é gravado o “enquadramento”, “moldura”, “formação”, a colocação da criação original em um design proposital. Embora o “enquadramento” enfatize especialmente esse aspecto da criação, “pressupõe necessariamente [envolve] sua criação original” (Pink); de modo que “pela palavra de Deus” se refere a todo o processo de criação. A fé percebe tudo isso, mas a incredulidade é intencionalmente ignorante quanto à origem da criação.
Tudo isso diz que a criação não explodiu ou evoluiu por alguma força desconhecida para o universo maravilhosamente intrincado que é agora. O universo tornou-se o sistema esplêndido pelo fiat da Palavra de Deus. Nós podemos definir nossos relógios e guiar nossos navios pelas estrelas – isso não aconteceu apenas por acaso, como por uma explosão ou processo evolutivo, mas foi feito dessa maneira pelo design de um Deus todo sábio que falou tudo para ser. A fé sabe disso, mas a incredulidade é ignorante de tudo.

A maravilha da criação. “de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem”. Uma das grandes maravilhas da criação é que tudo foi feito do nada, que não são enxergados pelo olho humano. A fé sabe que o universo foi feito do nada. O que podemos ver do universo não foi feito pelo que podemos ver. As estrelas e os planetas e este objeto que chamamos de terra foram todos feitos do nada, mas foram trazidos à existência por um fiat do discurso divino. A mente humana não pode entender nada do nada (embora os políticos e os dissidentes das igrejas possam, aparentemente, deixar um problema fora do nada). Mas Deus pode e fez o universo do nada e sem ninguém. O mundo foi feito “sem uma matéria pré-existente, ao contrário da máxima recebida, que do nada, nada pode ser feito, o que, embora verdadeiro seja verdadeiro para o ser humano, não pode ter lugar com Deus” (Henry).
Deus Ele pode fazer todas as coisas que se harmoniza com Seu caráter santo. E a fé abraça isso, por isso recebe o louvor de Deus.


Soli Deo Gloria!




[1] BUTLER, J. G. (2008). Heroes: The Biography of Faith (Hebrews 11) (Vol. Number Twenty-Seven), p.17. Clinton, IA: LBC Publications. Exportado de Software Bíblico Logos, 17:39 25 de novembro de 2017.